Morbius é um filme de introdução de personagem, logo, é um filme que tem um começo arrastado, correto? Na teoria sim, mas o problema é que esse tom arrastado vai até o último segundo. Dr. Michael Morbius é um cientista brilhante, que sofre de uma uma doença sanguínea rara, e que decide por conta própria tentar curar ele e seu melhor amigo, Milo. Ele decide fazer uma combinação genética entre o sangue humano e o sangue de morcegos hematófagos (os que se alimentam de sangue). O resultado? Ele se transforma numa criatura pseudo-vampirista, que o faz necessitar de sangue para viver e alimentar a fera floresceu em seu interior.

morbius
Foto: Divulgação

Você, leitor, pode estar achando que essa introdução da crítica está meio confusa. Não é ao acaso. Essa é a definição de Morbius, confuso. Outros adjetivos podem acompanhar, como lento, arrastado, sem sentido, e até mesmo chato. Não acho que estou pegando pesado, porque a sensação que eu tive é que esse filme desafia o bom senso do espectador, abusam da boa vontade de quem está lá, assistindo.

Elenco talentoso de Morbius:

E não é por falta de um elenco famoso e talentoso. Jared Leto, Adria Arjona, Matt Smith (IV), Tyrese Gibson, Jared Harris e até mesmo Michael Keaton. As atuações são talvez o que há de melhor em pouco menos de 1 hora e 40 de filme. Leto consegue entregar um Morbius que não se apresenta tão caricato, mas totalmente isento de emoção. E quando digo emoção, não me refiro a uma atuação que toque as pessoas, até porque estamos falando de um semi-vampiro. Mas emoção em sair da cadeira, em arregalar os olhos, em criar vínculos. E Matt Smith, que interpreta o vilão do filme (um vilão contra um vilão, é isso mesmo), e entrega uma atuação incrível, soberana por assim dizer.

O que falta em Morbius é coerência, falta consistência, falta amarração. Uma narrativa fraca, sem sentido e confusa, que não explica as situação, não se atreve a ir além do obvio, apresenta soluções fáceis e rápidas, como quem está com pressa para acabar logo e ir para casa. Se me perguntarem o que deu de errado, vou logo dizendo que o roteiro foi preguiçoso e a direção sem compromisso com a obra que estava criando.

Enfim, um desperdício de tempo, dinheiro e um elenco incrível. No filme há duas cenas pós-crédito que de fato valem muito a pena.