Com diversos personagens de nossas infâncias caindo em domínio público, é fato que iriam surgir produções que os utilizariam sem nenhum tipo de restrição. Foi o que ocorreu com o Ursinho Pooh, que virou o vilão de um filme de terror. Diante do sucesso de Pooh outras produções foram surgindo, como por exemplo, adaptações de terror de Cinderela, Pinóquio, Bambi entre outros. E dessa vez nem o Mickey Mouse passou despercebido em “Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra”.
“Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra“, produção de terror utiliza a imagem do Mickey do curta-metragem “Steamboat Willieque” que caiu em domínio público. Esse visual do Mickey pode ser utilizado em diferentes produções, sem restrições. No entanto, o visual tradicional de Walt Disney segue protegido por direitos autorais.
A produção tenta seguir o modelo dos filmes slasher dos anos de 1990. A direção é de Jamie Bailey e roteiro de Simon Phillips. Sophie McIntosh estrela o filme. O elenco de Mickey Mouse’s Trap conta com Callum Sywyk, Allegra Nocita e Ben Harris. Ainda, Damir Kovic, Mackenzie Mills, Nick Biskupek e Simon Phillips também estão na produção.
A história de “Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra”
A produção inicia com a introdução de Alex (Sophie McIntosh) trabalhando em um fliperama junto com uma outra amiga. Seu chefe (Simon Phillips), fala para elas que tem uma reserva para mais tarde e elas deverão ficar no local fazendo hora extra. Nesse momento Alex diz que pode ficar no local e a outra funcionaria vai embora.
Enquanto seu chefe vai para uma sala assistir ao filme clássico do Mickey Mouse, Steamboat Willie, de 1928. Ao começar a ver o filme em sua sala de projeção, ele começa a ouvir uma voz estranha e se assusta. Ele olha para uma máscara do Mickey que está enfeitando o local e acaba sendo possuído por um espírito assassino.
Logo após possuir o chefe, Mickey vai atrás de Alex, que assusta e sai correndo. Ao chegar no salão principal é surpreendida por seus amigos, que reservaram o salão para comemorar o seu aniversário com 1 mês de antecedência.
Em seguida, Alex e seus amigos lutam para sobreviver, presos dentro de um fliperama com um Mickey Mouse assassino.
Um filme que falha no roteiro e também no terror slasher
O filme começa com um texto que talvez seja a melhor parte da produção. O texto vai passando na tela, no estilo Star Wars, com as mesmas cores e tudo mais. Nele fala que a produção não tem nenhuma relação com a Walt Disney Company nem com as suas subsidiárias. Que eles amam a Disney e suas produções e ficam por um bom tempo falando que não possuem nada a ver com eles e nem com a Lucas Films, por causa do tipo de abertura.
De início já vemos que a produção tem um tom mais de humor do que terror. O filme possui muitas pontas soltas, o que de certa forma é até comum nesses filmes. Com isso, o que poderia salvar a produção seria o terror slasher que também falha na missão.
Com muitos personagens clichês, padrão desses filmes, o Mickey Assassino falha nas cenas das mortes. Falta o banho de sangue que foi prometido ao ser vendido como um slasher. Por mais que o personagem tenha um poder “sobrenatural” Mickey não dá medo, nem intimida o espectador. Em alguns momentos o filme parece mais uma paródia, trazendo momentos totalmente sem sentidos ou então desprezando soluções mais lógicas, fazendo com que os personagens sejam bobos, fúteis ou simplesmente idiotas.
Em momento algum explica quem é que está por trás do Mickey, se é algum demônio, espírito ou o próprio Mickey da animação Steamboat Willie, que ficou revoltado e saiu da animação. Ou seja, só temos um monstro assassino andando no fliperama e fim.
Elenco e montagem
Em relação aos atores, eles entregam atuações fracas, repletas de clichês e exageros. E o mais engraçado que nem como filme de besteirol americano ele consegue agradar. Em alguns momentos parece que eles estão interpretando personagens mais novos, o que fica bem estranho.
Outro ponto negativo é a montagem do filme. Em algumas cenas uma das sobreviventes está com sangue no rosto e em outras cenas ela está limpa. E isso fica intercalando o tempo todo, o que mostra certo descaso com a continuidade das cenas.
Gravar o filme em praticamente um único espaço ajuda na ambientação e também na questão financeira do filme, considerando que visivelmente é uma produção de baixo orçamento. No entanto, a forma como foi filmado e as mudanças entre as cenas com cortes práticos, mostram certa preguiça na gravação do filme.
Assim, a produção tem muitas cenas sem sentido, sem nexo, com poucas momentos de perseguições, desperdiçando o que poderia ser uma produção interessante.
Vale a pena assistir “Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra”?
Não. Infelizmente “Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” não é um filme legal. A produção falha muito como terror, como comédia, como filme em si. Mas se você gosta de ver filmes de baixo orçamento e sem muito sentido, apenas por diversão, certamente irá gostar.
No fim das contas é só uma produção de baixo orçamento tentando se aproveitar de forma bem deprimente de um personagem famoso que caiu em domínio público.
Por fim, “Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” estreia em 2025 nos streamings.
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Materia atualizada em 14/11/2024 às 08:43.