Quem nunca achou que iria morrer por amor, que atire a primeira pedra! Afinal de contas, se apaixonar e ter o coração partido é uma das coisas mais comuns do mundo. Tanto que diversos filmes, livros e séries retratam esse acontecimento tão universal e único ao mesmo tempo. No entanto, Não Tem Volta, novo filme estrelado por Manu Gavassi e Rafael Infante, leva o luto da separação a outro nível e mostra que algumas decisões não tem volta.
Dirigido por César Rodrigues (Minha Mãe É uma Peça 2), o longa conta a história de Henrique (Infante). Mesmo após um ano, ele não consegue superar a separação de Gabriela (Gavassi), e por isso vive em piloto automático, sem vontade de fazer nada.
Um dia, sem coragem de tirar a própria vida, Henrique decide contratar uma empresa de assassinos de aluguel. No entanto, há uma regra: após a assinatura e pagamento, a decisão não tem volta. Isso acontece devido a um sistema peculiar de segurança de informação que garante o anonimato do executor final.
Desesperado por um alívio para a dor que sente, Henrique aceita. Contudo, pouco tempo após assinar o contrato, ele reencontra Gabriela e descobre que a amada quer reatar a relação. Assim, Henrique passa a tentar descobrir quem será o seu carrasco, pois é o único modo de parar o inevitável. A partir daí, ele se envolve em uma série de situações tensas, mirabolantes e engraçadas. Tudo para ficar com o seu verdadeiro amor.
Exacerbação dos sentimentos
Não é a primeira vez que uma obra retrata a intensidade de certos amores e as soluções para o alívio. Desde Romeu e Julieta (1597), de William Shakespeare, até Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774), de Johann Wolfgang Von Goethe, todos mostram as dores do amor romântico, em um certo nível.
No entanto, nenhum deles falou sobre esse assunto com tanto alívio cômico como em Não Tem Volta. Henrique aparece quase como um anti-herói e assume toda a exacerbação dos sentimentos que, normalmente, são atribuídos erroneamente às mulheres. Assim, enquanto Gabriela é uma mulher bem-sucedida, independente, viajada e decidida, Henrique parece ainda estar se encontrando na vida, sendo levado pelas circunstâncias. Quando Gabi, a sua única âncora, o deixa, o personagem se perde.
Em outros momentos, a história poderia parecer exagerada. Afinal de contas, quem morre por amor em pleno 2023? No entanto, não é isso que acontece. O diretor leva o filme de forma leve, a fim de mostrar a importância de esperar e do apoio emocional, pois algumas decisões não podem ser mudadas.
Química entre os atores
Além disso, a química entre os atores é algo quase tangível, o que ajuda a inserir os telespectadores na história. Dessa forma, quando a narrativa muda de foco, o que acontece muitas vezes, não ficamos perdidos, apenas surpresos e curiosos.
Não Tem Volta também acerta nos cenários. Passado, durante a maior parte, no Rio de Janeiro, o filme não deixa de mostrar um pouquinho das belezas cariocas. As músicas também ajudam a intensificar as emoções que o filme transmite.
Trata-se de um filme sobre encontros de afetos, coragem e, é claro, amor. Um conselho? Não deixe de ficar até o final, pois a cena pós-créditos poderá surpreendê-lo. Não Tem Volta não é um filme que faz sentido, mas a arte nem sempre precisa fazer sentido. Muito menos o amor.
Produção e elenco
O filme também conta com Diogo Vilela (O Auto da Compadecida), Betty Gofman (Tititi) e Roberto Bomtempo (Dois Perdidos Numa Noite Suja) no elenco. Fernando Ceylão (É Fada!) ficou responsável pelo roteiro e Leonardo M. Barros e Eliana Soárez, que trabalharam juntos em Era uma Vez… (2008), pela produção.
Além disso, Juliana Capelini (Julie e Os Fantasmas) e Renata Brandão (Sob Pressão) ficaram responsáveis pela produção executiva do filme. Não Tem Volta é um filme da Conspiração, com coprodução da Star Original Productions, distribuição pela Star Distribution e apoio RioFilme.
Não Tem Volta estreia nos cinemas no dia 23 de novembro. Por fim, veja o trailer a seguir: