Nintendo e Eu, dirigido por Raya Martin e distribuído pela Pandora Filmes, é um filme nostálgico que retrata a adolescência dos anos 90. O longa-metragem aborda temas como a descoberta da sexualidade, do amor, as amizades e as tensões familiares, que são comuns nessa fase da vida.
A história passeia pelos dilemas da adolescência e as particularidades da cultura Filipina
O protagonista, Paolo, é um adolescente apaixonado por videogame e superprotegido por sua mãe. No entanto, a erupção do vulcão Pinatubo força ele e seus amigos a sair de casa e enfrentar novos desafios. Valerie Castillo Martinez assina o roteiro, em que se baseia nas suas próprias experiências pessoais durante a adolescência nos anos 90. Castillo traz uma história emocionante e divertida.
Além de apresentar a vida e os dilemas de um adolescente nos anos de 1990, também faz uma abordagem muito interessante sobre a cultura local das Filipinas. O filme mostra a religiosidade presente no país, especialmente o catolicismo, que é a crença predominante em Manila, a capital das Filipinas.
Com cerca de 80% da população filipina segue essa religião. O longa apresenta elementos dessa tradição, que é uma herança dos 300 anos de colonização espanhola no país. Além disso, a história consegue mostrar as diferenças sociais e econômicas entre os moradores locais. Além de abordar dilemas familiares e conflitos pessoais enfrentados pelos protagonistas.
É preciso destacar as atuações. Mesmo não sendo atores conhecidos, todos os atores e atrizes no filme desempenham seus papeis com uma qualidade impressionante. O maior destaque fica para Kim Chloie Oquendo, que vive Mimaw. A jovem que é apaixonada por Paolo em segredo e que precisa superar o preconceito que os outros tem com sua maneira de vestir e agir.
Fotografia ambienta o espectador
Além de um roteiro cativante, Nintendo e Eu também se destaca por sua belíssima fotografia, que nos leva de volta aos anos 80 e 90. Com o uso de lentes vintage e técnicas de pós-produção, o diretor de fotografia, Ante Cheng, criou uma atmosfera nostálgica que ajuda a imergir o espectador no universo dos personagens. As cores saturadas e os contrastes marcantes são uma marca registrada desse estilo cinematográfico, que combina perfeitamente com a temática do filme. A fotografia de Nintendo e Eu é um verdadeiro deleite para os olhos e uma prova do talento dos profissionais envolvidos na produção.
O diretor explica que a estética do filme é uma homenagem e um resgate da aparência dos filmes dos anos de 1990. A equipe encontrou um equilíbrio entre a artificialidade da época e a utilização da luz natural, que era muito comum na época e foi explorada pelo diretor de fotografia Ante Cheng.
Filme vale a pena assistir no cinema
Apesar de apresentar alguns erros de continuidade, principalmente em relação aos elementos que foram utilizados para representar os anos 80, como erros em jogos e algumas marcas que ainda não existiam na época, a história cativante e emocionante do filme não perde o seu brilho.
Nintendo e Eu é uma obra que mostra o amadurecimento de um adolescente em meio a desafios e adversidades. Ele conta com uma narrativa envolvente e personagens bem construídos. O filme nos faz refletir sobre a vida, a amizade, a família e as escolhas que fazemos ao longo do caminho, tornando-se uma experiência cinematográfica enriquecedora e emocionante.