Olá, pessoal! Espero que estejam bem!

A crítica de hoje vai ser sobre um filme que talvez vocês ainda não tenham ouvido falar, chamado No Limite do Mundo (Edge of the World). Como de costume, segue o trailer, depois vem a crítica sem spoilers. Vambora!

Sinopse:

O filme mostra a jornada do explorador britânico Sir James Brooke. Essa trajetória já foi inspiração para grandes clássicos do cinema, como Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola. Nessa história, Brooke precisou desafiar a coroa britânica, na década de 1840, e lutar contra a colonização, escravidão e o ataque de piratas em suas terras.

Baseado na história real de James Brooke, esse filme conta parte da história do explorador britânico, desde sua chegada em Sarawak (Bornéu – Malásia), em 1839, até o final do conflito que o fez se tornar rajá (rei) de Sarawak, além de ser condecorado como cavaleiro pela Rainha Vitória, em 1847, ganhando o título de Sir James Brooke. Durante todo o seu reinado, o britânico lutou bravamente contra a pirataria, a escravidão e a caça às cabeças, trazendo tempos de paz e prosperidade para seu povo.

Agora, falando da parte técnica, o longa é dirigido por Michael Haussman (Blind Horizon, 2003) e conta com Rob Allyn (No Man’s Land, 2021) no roteiro e na produção. O elenco ainda conta com alguns nomes conhecidos no ocidente, como Dominic Monaghan (Star Wars: A Ascensão Skywalker, 2019), Josie Ho (Contágio, 2011) e Hannah New (Black Sails, 2014-2017). Não podendo deixar de lado os atores do oriente, como Atiqah Hasiolan (como Fatima), Samo Rafael (como príncipe Bedruddin) e Bront Palarae (como príncipe Makota).

À primeira vista o filme pode parecer um pouco devagar, ou que vai ser só mais um filme sobre colonização britânica na época dos impérios, mas aí, quando você menos espera, começam a acontecer várias coisas na tela, seja de forma física ou psicológica. O longa consiste em um drama épico biográfico (se é que podemos chamar assim), e narra, na visão do próprio Brooke, como foi sua ascensão ao poder e tudo que ele teve que mudar e perder para chegar até lá. A progressão da história conta com alguns breves momentos de calmaria, seguidos por outros de tensão, violência e até algumas cenas de gore. Inclusive, se você é fraco do estômago, eu recomendo um pouco de cuidado. Os efeitos visuais desse filme, em sua grande maioria, são muito bons, principalmente nas cabeças e nos corpos mutilados que aparecem em algumas cenas.

As atuações principais são quase todas boas, eu me surpreendi com o quanto eu me envolvi com a história e com alguns dos personagens. Em especial a atuação do Jonathan Rhys Meyers como James Brooke. Aos poucos você vai descobrindo os motivos pelos quais ele está ali, e um pouco mais sobre o passado dele também. À medida que o filme avança, Brooke adquire uma maior profundidade e você começa a entender melhor certas atitudes e comportamentos dele, isso eu achei bastante interessante, já que, infelizmente, a grande maioria dos personagens não possui esse aprofundamento, permanecendo mais rasos até o final. Dominic Monaghan também interpreta um personagem importante, Arthur Crookshank, primo de Brooke, o qual atua como um contrapeso para certas decisões mais emotivas do primo.

É claro que o fato desse longa ter sido filmado inteiramente no locai real da história (Sarawak, Bornéu) facilitou para que a ambientação e os cenários ficassem bastante realistas, mas dá para perceber que houve um zelo da produção para manter tudo o mais natural e real possível. As conversas em malaio, as roupas, as moradias, os barcos, tudo ficou bem feito, gerando uma grande sensação de imersão na história, fazendo com que as 1h44m de filme passem sem que você perceba.

Além de tudo isso, o filme apresenta diversas críticas sociais à Inglaterra do período imperial. O egoísmo, a ganância e a indiferença com os problemas alheios, ainda que os ingleses já tivessem colonizado 60% do planeta na época.

Mas é claro que como nem tudo são flores, também têm algumas coisas que o filme peca. Em alguns momentos a história parece corrida demais, ou então a transição é confusa e você fica meio perdido com “aonde/como foi isso?”. Em outros momentos, parece que as soluções aparecem do nada, ou acontecem de formas muito simples ou improváveis. Ou então surge algum problema ou obstáculo só para que “ele exista”, porque não altera nada na trama ele ser resolvido ou não. E eu, como pessoa que adora um roteiro bem escrito e bem trabalhado, fiquei meio frustrada com isso.

No mais é isso, esse longa vale a pena de ser assistido para quem curte filmes do gênero, e estreia hoje (dia 3 de setembro) em diversos serviços de streaming. O filme estará disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes.

Eu vou ficando por aqui, um ótimo final de semana, se cuidem e até a próxima!