O Jogo da Morte é um filme de terror baseado em uma história real sobre o “Desafio da Baleia Azul”. Esse desafio ganhou repercussão por volta de 2016 causando grandes preocupações nos pais. A produção de 2020 estreia nos cinemas brasileiros agora em fevereiro de 2024.

O filme está no formato Screenlife, o que traz mais realidade para a produção. Nesse formato, o diretor consegue contar suas histórias usando capturas de tela e filmagens de algum dispositivo como celular ou computador, como se estivesse acontecendo em tempo real.

O roteiro e a direção é de Anna Zaytseva, diretora russa responsável pelo filme “Não, você é estúpido!” que ganhou vários prêmios, incluindo Melhor roteiro em um dos maiores festivais russos de curta-metragem “Artkino”.

A história de “O Jogo da Morte”

Uma cidade russa da província é abalada por uma série de mortes misteriosas de adolescentes. Dana chora por sua irmã mais nova, que deliberadamente entrou na frente de um trem. Ela está desesperada para descobrir o que realmente aconteceu.

Desse modo, Dana explora as redes sociais e registros online de sua irmã e descobre um sinistro jogo de mídia social que incentiva os jovens a enfrentar uma série crescente de desafios de automutilação. Caso contrário, correm o risco de perder amigos, familiares ou a própria vida. Para caçar aqueles que estão por trás da morte de sua irmã, Dana decide entrar neste jogo mortal, abrindo uma porta para o mais cruel dos mundos online ocultos. Um thriller perturbador baseado em crimes cibernéticos reais que assolaram a Europa Oriental.

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Imagem: Divulgação

Um filme que alerta, mas que pode ser gatilho para o suicídio

O “Desafio da Baleia Azul” é um desafio online, de muito mau gosto, que ganhou grande repercussão a partir de 2016. Tal fenômeno surgiu na rede social russa, VK, devido a relatos de adolescentes em várias partes do mundo que estavam envolvidos no jogo e, em alguns casos, se feriram ou até mesmo tiraram suas próprias vidas.

Cabe ressaltar que este “Desafio” não é um jogo convencional, mas sim uma série de desafios auto lesivos e que supostamente são enviados por um “curador” ou “administrador” anônimo. O jogo recebeu esse nome porque, de acordo com relatos, a última tarefa é o participante se suicidar, comparando a morte à praia onde as baleias encalham.

Os desafios geralmente envolvem coisas como cortar partes do corpo, assistir a filmes de terror durante a noite, acordar em horários estranhos, etc. Os participantes são inicialmente encorajados a realizar tarefas inofensivas, mas gradualmente são coagidos a realizar ações cada vez mais perigosas e prejudiciais.

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Imagem: Divulgação

O “Desafio da Baleia Azul” gerou grande preocupação entre pais, educadores e autoridades, levando a esforços para conscientizar sobre os perigos da influência online negativa e para oferecer suporte aos jovens que podem estar enfrentando dificuldades emocionais.

Desse modo, a produção atua conscientizando os espectadores sobre os perigos que os adolescentes podem acabar passando. Reforçando a necessidade da presença dos pais no dia a dia dos filhos, sobre esse acompanhamento mais de perto deles. Entretanto, para aqueles que talvez estejam fragilizados, pode acabar servindo de gatilho para coisas piores.

Roteiro fraco com desfecho satisfatório

O roteiro é bem básico com resoluções bobas em determinados momentos e algumas outras até sem noção para a realidade. como uma adolescente invadindo a casa de uma pessoa para copiar arquivos de um computador. Entretanto, devemos pensar que embora os atores sejam um pouco mais velhos, o filme conta a história de adolescentes. E como adolescentes, nem sempre eles irão tomar a melhor decisão no momento de sufoco.

O filme consegue trazer a fragilidade dos adolescentes e como eles podem cair em enrascadas na internet. Nesse ponto de vista, a produção tem um grande acerto conseguindo mostrar a influência de amigos, e até mesmo dos desconhecidos sobre pessoas que podem estar fragilizadas psicologicamente.

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Imagem: Divulgação

A produção é bem pesada em determinados momentos, mas não vejo como abordar uma temática assim sem mostrar cenas de suicídio ou incitando a tomar atitudes de automutilação ou de humilhação pública. Eventos bem semelhantes realmente aconteceram. Além disso, muitos documentários sobre crimes reais mostram como os adolescentes e também os adultos podem ser manipulados online.

O formato Screenlife traz mais realidade e proximidade ao espectador. Entretanto algumas cenas podem ficar meio sem sentido, considerando momentos em que não caberia um adolescente sair andando com o celular em videochamada. Em momentos você vai pensar “ninguém se filmaria dessa maneira”, com isso a ilusão de que isso é “real” é quebrada. 

Em relação aos atores, todos entregaram boas atuações. Anna Potebnya é eficiente e confiável no papel da adolescente Dana, que quer descobrir os motivos da morte de sua irmã.

Vale a pena assistir “O Jogo da Morte”?

“O Jogo da Morte” é um filme bom. Embora tenha um roteiro um pouco fraco, com algumas resoluções bobas, ele consegue surpreender em diversos momentos. Além disso, é um alerta para os pais sobre o que os filhos podem estar vendo na internet.

De toda forma, na minha opinião, não é um filme para passar nos cinemas. Se interpretado erroneamente pode ser um gatilho e despertar a curiosidade de pessoas que já possuem determinadas tendências suicidas a procurar mais informações sobre o “jogo”.

Como um filme de terror, ele consegue trazer alguns sustos, embora sejam bem leves.

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