Desde 50 Tons de Cinza (2015) a 365 Dias (2020), os romances eróticos vem fazendo muito sucesso entre o público. Afinal de contas, na maioria das vezes, eles trazem uma narrativa fácil de digerir e que toca no imaginário de muitas pessoas, as quais sonham em viver uma aventura. O Lado Bom de Ser Traída, novo filme da Netflix, traz essa fórmula para o mercado do brasileiro, mas se perde um pouco no caminho.
Estrelado por Giovanna Lancellotti (Ricos de Amor) e Leandro Lima (Coisa Mais Linda), ele conta a história de Babi (Lancellotti). Ela é uma mulher bem-sucedida que, apesar das dúvidas, pretende se casar com Caio (Micael Borges). No entanto, tudo muda quando Gabi descobre que o amado a traí há dois anos.
Nesse meio tempo, ela conhece o juiz Marco (Lima), um homem misterioso e sexy. Atraídos desde o primeiro momento, eles se envolvem em um intenso romance, mas que traz diversas complicações para a vida de ambos. Além disso, Babi passa a investigar um esquema de corrupção e tráfico de drogas, o que coloca a sua vida em risco.
Atores
O Lado Bom de Ser Traída é uma adaptação do livro homônimo de Sue Hecker (pseudônimo da escritora paulista Débora Gastaldo). Trata-se de um romance erótico, com uma pitada de suspense e comédia. Este último vem principalmente devido a personagem da ex-bbb Camilla de Lucas, que brilhou em seu papel.
No entanto, isso não se estendeu para o resto do elenco. Apesar de Giovanna Lancellotti ter conseguido desenvolver o seu personagem de acordo com as mudanças do longa, os demais pareciam perdidos. Marco, personagem de Lima, ficou extremamente caricato e pouco desenvolvido, o que também se deve ao roteiro raso.
Além disso, o filme deixa bem claro desde o começo quem são os “mocinhos” e os “vilãos”. Por isso, quando acontece o plot twist na narrativa, o telespectador não fica surpreso, apenas entediado.
Direção e Roteiro
Diego Freitas, conhecido pelo sucesso Depois do Universo (2022), também da Netflix, ficou responsável pela direção do longa. Além disso, Camila Raffanti (Superpai) assinou o roteiro. Embora ambos sejam nomes conhecidos e com trabalhos memoráveis, O Lado Bom de Ser Traída erra em muitos pontos.
Primeiro, o filme mistura tantos gêneros que traz uma sensação de superficialidade. Além disso, as resoluções para as questões apresentadas são muito simplistas. Por vezes, óbvias. Assim, fica difícil se conectar com a história ou com os personagens.
No entanto, o filme tem um visual de tirar o fôlego, com cenas de sexo bem coreografadas, que ajudam a desenvolver o romance principal. Filmado em São Paulo, o longa também traz lugares que todo paulista vai amar.
Trilha Sonora e Figurino
Com artistas brasileiros que estão em alta, a trilha sonora foi um grande acerto. Músicas como Envolver, em uma versão mais sexy, e Matching Tattoo trazem diversos sentimentos às cenas. Além disso, o figurino ajuda a mostrar a personalidade dos personagens, assim como as mudanças.
Protagonismo Feminino
Diferentemente de grande parte dos romances eróticos, O Lado Bom de Ser Traída não romantiza relações abusivas ou coloca a mulher em um lugar de submissão. Muito pelo contrário, tanto Gabi (Lancellotti) quanto Paty (de Lucas) tomam as próprias decisões e são bem-sucedidas em suas carreiras.
Entre erros e acertos, o filme fez aquilo que se propôs. Trouxe um romance repleto de reviravoltas e mostrou que há sim um lado bom em ser traída. O filme já está disponível no site da Netflix.
Matéria atualizada em 27/10/2023, às 17h40min