“O Pergaminho Vermelho” conta a história de Nina uma garota de 13 anos que vive as angústias próprias da pré-adolescência ao mesmo tempo que precisa lidar com as dificuldades decorrentes das brigas e conflitos constantes entre seus pais. Em meio a este cenário confuso e conflituoso diversas dúvidas e inseguranças surgem e Nina acaba embarcando em uma aventura repleta de autoconhecimento.
Nina é uma menina comum, cheia de conflitos pessoais. Certo dia, é transportada para o universo fantástico de Telurian. Neste mundo misterioso e análogo à Terra, habitado por diversas criaturas fantásticas, ela terá de superar diversos desafios em busca de um misterioso artefato para voltar ao seu lar.
“O Pergaminho Vermelho” é a primeira animação brasileira inédita no catálogo da Disney Plus e tem no elenco nomes importantes como Any Gabrielly, Wendel Bezerra e Marina Sirabello. Assinada pela Tortuga Studios a produção é bem feita e muito bonita conseguindo realmente nos transportar para dentro de um mundo de imaginação e fantasias.
O longa traz diversas referências diretas e indiretas a filmes, livros e elementos da cultura geek e pop no geral o que torna a experiência mais divertida para os pais e adultos. Eu mesma me diverti bastante com algumas dessas referências. Além de elementos da cultura pop o longa traz também muitos elementos do folclore e cultura popular brasileira, como os sacis, o boitatá, e até mesmo uma releitura da caipora- a protetora das matas. Confesso que eu gostaria muito que esses elementos da nossa tradição fossem mais bem explorados, mas a trama caminha em outras direções, o que é uma pena.
Do ponto de vista do roteiro várias pontas ficam soltas. Discussões importantes são lançadas e pouco exploradas, como a questão da educação mais rígida e punitiva ou mais amorosa e mais flexível. Tema central das brigas entre os pais de Nina. Outro exemplo é a questão do divórcio que em alguns momentos aparece como ponto central do conflito, mas que é pouquíssimo explorado no desfecho do filme.
De forma geral o filme é muito bonito e muito bem-produzido. Tendo uma fotografia linda e personagens muito interessantes ele atende ao seu propósito e ao público infantil, que se sentirá contemplado pelos diálogos e narrativas simples. O filme peca pela simplicidade e por não inovar, se mantendo na linha do que é tradicional e seguro, mas esta será uma questão que incomodará mais aos adultos do que as próprias crianças, que são o público-alvo do longa.