O Pior vizinho do mundo estreia dia 26 e promete fazer você se apaixonar pela história desse velhinho rabugento interpretado de maneira incrível por Tom Hanks.
Baseado no engraçado e emocionante livro #1 da lista de mais vendidos do New York Times, O PIOR VIZINHO DO MUNDO conta a história de Otto Anderson (Tom Hanks), um viúvo rabugento que é muito apegado ao modo de vida que estabeleceu para si.
Antes de começar a crítica eu gostaria de salientar que deste ponto em diante iremos tratar de alguns assuntos que podem ser gatilhos para algumas pessoas, sobre o tema suicídio. Sendo assim, gostaríamos de se o conteúdo se tornar desconfortável pra você, ou se de alguma forma trouxe alguma lembra ou sentimento, não hesite em parar de ler ou se precisar procurar ajuda, combinado?
Otto é um senhor metódico, sindico de seu condomínio e que gosta que tudo esteja do seu jeito. Sua vida sofre duas reviravoltas, uma quando sua esposa morre e tudo que ele acredita passar a não ter mais sentido. A segunda quando uma família nova se muda para a casa em frente e traz algum sentido pra vida dele. Em meio a vários momentos cômicos pela antipatia dele e uma depressão profunda, uma historia de amor, de resignação e de muita perseverança nasce.
Marisol é uma mulher forte, mãe de duas meninas e a espera de uma nova criança. Ela se muda com seu marido e as filhas para a casa de frente a de Otto e isso muda tudo na vida dele. Mariana Trevino é quem interpreta a jovem, e que baita atuação. O que achei mais interessante nessa sua personagem é como ela consegue passear pelos sentimentos, entre os sorrisos e os choros, sem perder a imagem de ser uma fortaleza.
“A história de Otto pode ser a de muitos idosos”
Ao longo do tempo, vamos percebendo que na verdade a história de Otto é muito mais que somente ser rabugento ou ser um cara mal humorado. Existe um ponto profundo em que o filme aborda de forma direta, sem cortes e sem meios termos. Otto decide que precisa desistir de sua vida para reencontrar sua esposa, já que ela faleceu de repente e recentemente. Esse “acordo” que ele faz com ela em suas visitas ao cemitério levam o velhinho a tentar por vezes tirar sua vida.
Porém, como que num presságio todas as vezes algo acontece e ele não tem sucesso em suas tentativas. Esse tema é muito obscuro e profundo e pra mim o único defeito do filme é não falar disso abertamente, mesmo mostrando as situações. Ou seja, ele não procura ajuda, ninguém sabe o que ele tenta fazer, e em nenhum momento do filme existe um direcionamento para um profissional da saúde mental.
“Otto nos mostra que para além das dores temos os amores”
Porém, esse é o tipo de filme que aquece corações, e prova que para que um bom filme se sobressaia, as peças que são como as do quebra-cabeça precisam se encaixar perfeitamente, e aqui tudo funciona muito bem. Elenco, Roteiro, direção e claro Tom Hanks. Todos os personagens e consequentemente seus interpretes são maravilhosos. Dessa forma, cada ponta solta se amarra a uma outra ponta solta, e que no fim, se torna uma colcha de retalho em forma de amizade, família e aceitação.
Ainda em tempo é importante notar como que para além de tudo que foi dito aqui o filme toca em assuntos muito importantes. A velhice e como ela afeta as pessoas a volta dos idosos. As doenças que acometem as pessoas da terceira idade e como é importante a prevenção delas. E claro, a violência doméstica de familiares com seus idosos. Esse são assuntos que deveriam ser tratados com mais frequência.
Pode não ser um filme pra Oscar, mas definitivamente é um filme pra guardar no coração.