Os Filhos dos Outros é uma comédia dramática francesa centrada na história da professora Raquel, de 40 anos, que deseja ter filhos, mas, devido à iminente entrada na menopausa, pode não conseguir engravidar. Ao conhecer a pequena filha de seu namorado Ali, o sonho angustiante apenas aumenta e Raquel se vê em uma luta constante contra o tempo, cronometrado por seu relógio biológico.
Com distribuição da Synapse Distribution, o filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (5). A direção ficou por conta de Rebecca Zlotowski. Já o elenco é liderado por Roschdy Zem e Virginie Efira. Ambientada em Paris, a obra estreou no Festival de Veneza em 2022 e conta com nota 6,8/10 no IMDB.
Uma dor que contagia
Com uma fotografia impecável, a obra transmite bem o sofrimento de Raquel, fazendo com que o espectador sinta sua dor. Enquanto tentava, sem sucesso, engravidar, ela se via constantemente cuidando dos filhos dos outros, seja os alunos de sua escola, a menina Leila (filha de Ali) ou o futuro filho de sua irmã, que engravidou repentinamente. Com isso, seu desafio diário apenas fica mais difícil, pois ela precisa constantemente ver outras pessoas lidando com a maternidade ou a paternidade quando essa era a única coisa que ela não conseguia ter.
Produção peca em recursos visuais e trilha sonora
Apesar do roteiro e da atuação comoventes, a trilha sonora não casa perfeitamente com a emoção que a trama parece querer transmitir. Mesmo mostrando a frustração frequente de Raquel, que a cada dia se sente mais longe de realizar seu sonho, as músicas escolhidas para as cenas demonstram apatia e não acompanham esse ritmo. Além disso, os recursos visuais também não foram aproveitados, lançando mão de efeitos toscos. Um exemplo disso é uma cena em que a protagonista lia uma mensagem de texto enviada pela ex de Ali, na tela, a ex aparecia sobreposta à cena, com opacidade reduzida, como se estivesse lendo o texto para o espectador. Cena esta que lembra a Dona Florinda vendo o Professor Girafales em um balde, no seriado mexicano Chaves.
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Desfecho deslocado, mas interessante
Após trazer uma certa carga dramática, o desfecho parece “quebrar” a emoção, trazendo um sentimento mais neutro e reflexivo para quem assiste. No entanto, pode trazer uma mudança de perspectiva interessante para a protagonista, que vê em sua profissão a chance de se tornar um marco significativo na vida de alguém, mesmo que não a tenha acompanhado desde o princípio.
Confira o trailer abaixo:
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