Se você curte o universo de bonecos falantes e animais com consciência em um mundo de humanos, Os Inseparáveis será o seu próximo filme. Com um toque de ironia e referências ao clássico de David Fincher “Clube da Luta”, de 1999, e ao livro “Dom Quixote”, de 1605, a nova animação prende a atenção do início ao fim.
A trama acompanha um grupo de bonecos de madeira que trabalham com o teatro de marionetes. De perto, acompanhamos um boneco que sonha em deixar seu papel fixo de “bobo da corte” para ser o heroi da história. E, para isso, ele enfrenta os mais diversos monstros no dia-a-dia, como um Lulu da Pomerânea que, na sua perspectiva, se tranforma em um feroz leão.
Facilmente identificável, o filme pode ser considerado o Toy Story da década de 2020. Isso porque, com referências claras ao filme infantil, a história de “Os Inseparáveis” se baseia em uma ideia original dos roteiristas indicados ao Oscar pelo clássico de Buzz Lightyear e Woody.
Trama envolve desde o público infantil ao adulto
O roteiro do filme, apesar de ter uma premissa infantil, envolve pessoas tanto da mais jovem idade até da idade adulta. Isso porque, em uma ânsia de querer se provar heroi, o boneco resolve se aventurar no mundo fora da área do teatro. Nessa nova aventura, ele encontra o DJ Toktok, um cachorro de pelúcia que tem um circuito elétrico que entoa uma canção de rap com luzes.
Com a dupla inesperada, o espectador vê universos comuns se transformando em um grande cenário épico, com direito a monstros malvados, dragões, espadas e castelos. Nesse contexto, o nosso boneco principal se transforma no Dom Quixote de La Mancha, o clássico cavaleiro medieval que, assim como a marionete, cria o próprio mundo ao se lançar nas mais variadas aventuras.
Ao mesmo tempo que a trama acompanha os bonecos, também acompanha uma dupla de jovens ladrões que querem lucrar com o roubo e venda de brinquedos. Com isso, temos o ato heroico do nosso Dom Quixote se materializando e ganhando vida.
A animação de “Os Inseparáveis” é, absolutamente, linda
A arte de animação, quando não é bem executada, afasta a atenção de quem assiste a incômodos visuais. O que de longe não é o caso de Os Inseparáveis. Nesse sentido, a animação do filme alterna entre o universo “real”, representado com uma animação em 3D, bem como em Toy Story, e o universo imaginado, em 2D. Visualmente falando, o filme é bastante agradável.
Referências ao universo cinematográfico
A animação, como já sinalizado aqui, tem claras referências ao clássico Toy Story, de 1995. No entanto, essa não é a única referência cinematográfica que percebemos no longa. Outro clássico percebido nas sutilezas do roteiro é o “Clube da Luta”.
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O filme com o estrelismo de Brad Pitt conta com um homem que se vê perseguido por um valentão bonito e heroi que o incentiva a realizar os mais diferentes feitos, mesmo que sejam, de certa forma, ilícitos. Da mesma forma, o boneco de marionete se vê incentivado pelo Dom Quixote de La Mancha, alter ego que ele assume em sua imaginação, e, com isso, consegue os mais diversos feitos.
Além disso, outra clara referência ao clássico de ação é a utilização da música-tema “Where is my mind?”, da banda Pixies. A canção, utilizada em uma nova versão, aparece em momentos de crise, ou até mesmo quando o personagem, em um monólogo, diz a frase em português: “Onde está a minha mente?”.
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“Você move montanhas com a sua imaginação”
Os Inseparáveis, diferentemente de muitas obras de animação, pode ser aproveitado tanto pelo público infantil quanto pelo adulto. Então, as famílias podem decidir se os pais acompanharão os filhos na sessão de cinema, ou os filhos que acompanharão os pais.
O filme incentiva a usar a imaginação para alcançar o mundo, mover montanhas, matar monstros e salvar vidas. Por fim, a grande lição de “Os Inseparáveis” é que, com a força da imaginação, todo mundo pode ser heroi.
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