Pânico Americano é uma comédia de terror de 2022 estrelada por Jenna Ortega, Jorge Lendeborg Jr. e Allen Maldonado. O longa tem 1h41min e foi dirigido por Diego Hallivis, que também o roteirizou ao lado de seu irmão, Julio Hallivis.
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Sinopse
O jovem JP (Jorge) e sua irmã Lily (Yumarie Morales) são o oposto um do outro. Recém-aceita na Universidade Columbia, ela deseja estudar e ter uma carreira de sucesso enquanto seu irmão vive a vida à seu modo. Porém, o governador Harper Finn (Brett Cullen) tem outros planos para ambos. Disposto a deportar todos os imigrantes ilegais e seus filhos até o dia das eleições, Finn emite uma ordem-executiva para “realizar prisões de imigrantes ilegais”. Na prisão, os detentos recebem a chance de limpar suas fichas criminais em troca de trabalharem como cuidadores de idosos em uma casa de repouso. Porém, a oferta é boa demais para ser verdade e logo o grupo descobre que o local esconde segredos sangrentos.
Sátira política e social “no ponto”
O enredo é uma clara referência à política intolerante de Donald Trump, nos EUA, que separou pelo menos 545 crianças imigrantes de seus pais em 2018. Lembrando um pouco as abordagens de Corra! e Mother! (porém, através da comédia em vez do drama), o filme retrata bem as situações de racismo estrutural e xenofobia comumente vivenciadas pelos latinos que vivem nos Estados Unidos. Tanto de forma literal como de forma metafórica, o roteiro expõe a forma como os extremistas americanos tratam imigrantes. No caso, um objeto descartável que deve ser jogado fora quando não for mais conveniente.
Além das questões referentes ao racismo estrutural e à xenofobia, o filme também chama atenção para outro preconceito muito comum na sociedade: o etarismo. Na casa de repouso, os cuidadores tratam os pacientes de forma truculenta, aplicando injeções violentamente quando eles têm algum “surto”. Mais adiante, após um plot-twist, um dos personagens comenta que os idosos sempre são alvos mais fáceis pois são invisíveis aos olhos da sociedade. Ou seja: ninguém partiria em defesa deles.
E o terror?
Apesar de apresentar uma ótima crítica social, o filme falha justamente em sua principal característica. Com poucos jump scares e cenas tensas, o enredo causa a impressão de que os roteiristas se esqueceram de que estavam escrevendo uma comédia de terror. Além disso, nas poucas vezes em que o longa “tenta assustar”, essa tentativa é frustrada pelo uso de um CGI grotesco e de má qualidade, comparável ao de Arraste-me para o Inferno (2009). Dessa forma, em vez de realmente causar medo no espectador, o recurso aparenta ser apenas mais um dos diversos alívios cômicos presentes na obra. Isso explica os 58% de aprovação no Rotten Tomattoes. Ademais, o roteiro também peca ao utilizar clichês batidos como o personagem que profetiza a morte dos protagonistas.