O novo filme nacional de comédia romântica “Papai é Pop” aborda um assunto pouco explorado no cinema, o pai de primeira viagem. Mais do que isso, é um filme sobre paternidade de primeira viagem e todos os problemas envoltos nisso.

Protagonizado por Lázaro Ramos e Paolla Oliveira, o filme conta história de Tom e Elisa, um casal que está a espera da primeira filha, Laura. Quando a criança nasce, todos os medos e inseguranças de uma gravidez surgem para o casal, mas afetam eles de formas bem diferentes. Se por um lado Elisa descobre todas as nuanças de ser mãe, as dúvidas, medos, os cansaços e os estigmas, Tom acaba sendo tomado por um desespero que o coloca em uma situação de infantilidade egoísta.

A verdade, esse filme fala muito sobre situações comuns do cotidiano de pais e mães, que precisam aprender na marra como é criar um filho ou uma filha. Ou seja, essa relação é coloca no filme de maneira muito fiel, e a direção de Caíto Ortiz coloca o holofote em um lugar pouco comum no cinema, no pai. E não é pra exaltar não, é pra mostrar como que a sociedade abusa do conceito divino de ser mãe. Dessa forma, ele decide mostrar que essa história de que mãe é mãe acaba por vezes ofuscando que pai também precisa ser pai.

papai é pop
Foto: Galeria Distribuidora

Roteiro de Papai é Pop é baseado em livro homônimo

E esse roteiro baseado no livro de Marcos Piangers e escrito por ele e Ricardo Hofstetter, não poupa a figura infantilizada que muitos homens acabam tendo ao ser pai. Lázaro consegue transitar muito bem entre os dois Toms, aquele que nada sabe com aquele que precisa aprender. Além disso, o curioso é que isso acontece quando ele se precisa lidar com o vazio deixado pelo próprio pai na sua vida, mostrando que se nada for feito, o ciclo de abandono acaba se tornando vicioso. O roteiro ainda aborda um tema muito importante, o pai solo, outro assunto que é ignorado nas discussões sobre o papel do homem. Como é para um homem criar um filho sozinho, já que essa é a exceção da regra. No Brasil ainda é muito comum e tem números absurdos a quantidade de certidões de nascimento sem o nome do pai.

Papai é Pop é um filme que num primeiro momento flerta com a comédia e consegue fazer isso bem. Mas consegue ser tão profundo que com certeza não deixará ninguém sair do cinema sem se questionar. É aquele tipo de filme que você com certeza conhece alguém para quem indicar, para que talvez vendo “desenhado” aprenda um pouco sobre alguma coisa.

Produzido por Beto Gauss e Francesco Civita, com roteiro de Ricardo Hofstetter, “Papai é Pop” é dirigido por Caito Ortiz. A produção é da Pródigo Filmes, em coprodução com a Galeria Distribuidora e o Grupo Telefilms. Ainda sem data de estreia definida, “Papai é Pop” terá distribuição da Galeria Distribuidora.