O terror psicológico Reunion (Vozes do Passado) retrata a história de Ellie que, após a morte da avó, retorna a sua casa da infância. Então, esse retorno e o reencontro com sua mãe desperta memórias sombrias de seu passado.

Sinopse

Ellie nunca teve um bom relacionamento com a família. Mas quando a avó morre, ela decide voltar à casa onde cresceu antes que seja vendida. Entre caixas de papelão e cômodos desgastados pelo tempo, a jovem grávida reencontra a mãe e o pai, que insistem em permanecer no imóvel durante a visita dela. Ellie começa a se relembrar de traumas passados, principalmente envolvendo Cara, a irmã falecida num misterioso acidente durante a infância.

Crítica 

O filme, à primeira vista, é mais um terror clichê de casa mal assombrada onde a personagem retorna a sua antiga vida e revive seu passado descobrindo traumas de infância. Entretanto, a forma como o roteiro conduz a história intriga o telespectador pois as descobertas são feitas juntos com a personagem principal. 

Vozes do Passado (2020) abraça o imaginário popular, especialmente em se tratando de uma heroína grávida como Ellie (Emma Draper). Assim, o estereótipo de grávida frágil e emocionalmente estável escapa do pressuposto da trama.

Todavia, o filme se torna engessado e entediante. Pois, os personagens e a câmera, como visão do público, ficam presos no casarão o tempo inteiro do filme. Além disso, os sustos e a emoção que deve ocorrer em um filme de terror, não são inesperados. Logo, a trama se torna boba e extremamente confusa do meio para o fim.

A direção de Jake Mahaffy opta por deixar a percepção do público confusa e labiríntica ao entrar e sair de diversos cômodos da casa. Em questões de sensação de espaço o telespectador se perde e se confunde com os acontecimentos.

A trama se apoia na construção psicológica dos personagens e em um drama natural que não se apoia em premissas clichês e efeitos visuais típicos do terror. Apesar das falhas e furos de roteiro e direção, “Reunion” é exaltado e criticado pelos mesmos motivos. A questão envolta sobre a maternidade e as preocupações em criação e desenvolvimento de um filho, pode ser analisada como uma visão diferente sobre o assunto. Assim, a trama desenvolve o pensamento de que: a mesma mãe que nos cria com amor será aquela que trará nossos principais traumas de vida. Nesse sentido, o terror funciona para um público específico de telespectadores.