Olá, pessoal! Espero que estejam bem!
Voltei mais uma semana para continuar falando sobre a trilogia de terror da Netflix, dessa vez a parte do meio, que se passa em 1978. Como sempre, essa crítica é sem spoilers, então se você ainda não assistiu, não se preocupe! Pode ler sem medo. Eu já fiz uma crítica de Rua do Medo: 1994, que você pode ir lá conferir antes de ler esta aqui. Seguindo o esquema da crítica do primeiro filme, vou analisar esse filme por partes, como atuações, roteiro, direção, e, é claro, o quanto eu gostei dele.
Vou aproveitar e deixar o trailer do filme aqui também, para que quem ainda não viu tenha a chance de ver.
Sinopse:
Rua do Medo: 1978 é o segundo filme adaptado da trilogia de R.L. Stine e acompanha um grupo de adolescentes no Acampamento Nightwing, em 1978, que descobrem eventos aterrorizantes sobre sua cidade, onde há gerações acontecem assassinatos brutais. Todos essas mortes parecem estar conectadas e eles podem ser as próximas vítimas.
Dessa vez o elenco do filme conta, em sua maior parte, com um elenco diferente do primeiro filme. Aqui temos a querida Sadie Sink (Stranger Things) como a “problemática e temperamental” Ziggy Berman, irmã da “srta. perfeição” Cindy Berman, vivida por Emily Rudd (Dinastia). O filme ainda conta com outros nomes como Ted Sutherland (The Walking Dead: Um Novo Universo), Ryan Simpkins (Foi Apenas um Sonho) e Mccabe Slye, praticamente um novato. Apesar da grande diversidade de experiências presente entre os atores, todos eles entregam atuações fenomenais nesse filme, tanto nas partes de terror, quanto nas partes em que eles tiveram que desenvolver e aprofundar seus personagens.
E, dizendo isso, deixo claro que eu particularmente gostei mais desse segundo filme do que do primeiro. Achei esse filme mais “maduro”, como se o tom mais sombrio e a profundidade de cada personagem principal tivesse tornado o longa mais “adulto” do que o primeiro. Não me entendam errado, por favor. Ainda temos crises adolescentes aqui, mas é significativamente menos do que no primeiro filme. Aqui, grande parte da história se passa com os atores jovens, e não os adolescentes. Por isso algumas das temáticas levantadas são mais profundas, como em uma cena em que dois personagens debatem sobre máscaras sociais e a pressão que sentem por serem de Shadyside. Eu não imaginava diálogos tão profundos em um filme que eu esperava, num primeiro momento, ser mais “bobinho”, como o primeiro. Mas foi uma surpresa boa não terem personagens “sobrando” no filme só para alívio cômico ou para ser o personagem obviamente bobo que vai morrer mais rápido. Por causa disso e de alguns outros fatores, você, novamente, se pega se importando com os personagens, não querendo que eles morram. E vou te falar: morte é algo que não falta nesse filme.
Eu, como boa entusiasta do terror, posso dizer que AMEI a pegada Sexta-Feira 13 que esse filme tem. E não só, ele homenageia muito bem os filmes slasher das décadas de 70 e 80. Eles pegaram a essência dos primeiros filmes de Sexta-Feira 13 – quando a franquia ainda era boa e original – e usaram nesse filme. E o que eu gosto ainda mais é que eles não somente repetiram uma fórmula batida, eles pegaram a essência e renovaram, acrescentando novos elementos que o fazem destoar do resto. A cada vez que você acha que sabe o que vai acontecer porque “parece óbvio”, o filme puxa seu tapete e mostra que não, você não sabe. Não quero parecer tendenciosa com essa análise, porque é claro que o filme também tem seus defeitos, mas há tanto tempo eu esperava por um filme de terror/slasher bem feito, e finalmente, vindo de três roteiristas praticamente desconhecidos, eu realizei meu sonho. Eu amei ver como a história se desenvolve juntamente ao terror, ao desenvolvimento dos personagens e ao suspense envolvendo a bruxa. É como se um complementasse o outro e todos juntos construíssem uma obra muito bem feita, que pode ser apreciada tanto quanto filme isolado, quanto como parte da trilogia.
Eu não achei que fosse possível, mas a trilha sonora desse filme é ainda melhor que a do primeiro. Não só as músicas nostálgicas dos anos 70 e 80, como também as que eles usam para criar a ambiência e a tensão de uma cena. Achei hilário eles colocarem o mesmo som de quando o Jason aparece, em Sexta-Feira 13, quando o assassino desse filme aparece à caráter pela primeira vez. Não vou mentir pra vocês: eu fiquei dando pulinhos na cadeira, amo uma referência bem utilizada.
Quanto ao roteiro e à direção, achei os dois muito bons. O roteiro trabalha bem os personagens que precisam ser evidenciados e hora nenhuma a história fica lenta ou arrastada, sempre tem algo acontecendo. A direção também foi muito boa em diversas cenas, algumas com uma filmagem mais rápida para passar a sensação de desespero e desorientação, e outras com longos planos-sequência, que às vezes nós nem queríamos ver (por nojo ou tristeza), mas somos obrigados a testemunhar. O roteiro e a direção brincam com o espectador durante todas suas 1h49m de duração, criando e mantendo a tensão, dando falsos sustos e falsas esperanças, e entregando surpresas muito surpreendentes. E além disso tudo, é um filme com uma bela direção de arte, figurinos e tudo mais que você possa querer.
Analisando esse filme como o meio da trilogia, achei que ele se encaixou muito bem e ainda elevou o nível. Ele não somente copiou o que aconteceu no primeiro filme com um outro elenco, eles criaram novas situações, que entregaram novas respostas. E essas respostas, quando somadas às respostas que os adolescentes de 1994 possuíam, criaram a (possível) solução da problemática inicial. Ou seja, o terceiro e (aparentemente) último filme só pôde acontecer como foi graças ao desenrolar do segundo filme, e eu achei isso muito bom. Se os criadores da trilogia cinematográfica de Rua do Medo continuarem desse jeito em suas próximas produções, existem grandes chances de que eles se destaquem e muito nesse nicho de suspense e horror.
Enfim, acho que é isso. Se eu falar muito mais pode acabar sendo spoiler e eu não quero estragar a diversão de ninguém. Espero que vocês aproveitem o filme e depois venham aqui me contar se gostaram e se concordam ou discordam das coisas que eu falei 😀
Ótimo fim de semana pra vocês, um beijo e até a próxima!