Já são quase 40 anos que Super Mario Bros. apareceu no mundo dos games, e agora, um filme em animação promete honrar esse legado. Vou pedir licença a todos vocês, leitores, para expor o que eu senti assistindo esse filme.
Primeiramente, me chamo Mário, assim como meu pai, e esse nome tem muita importância pra mim. Fruto dos anos 80, eu como qualquer criança da minha época, cresci no mundo dos 8 bit, 16 bit, 32 bit, 64 bit. Cresci no mundo dos bits, e me apaixonei pela forma como esses jogos eram feitos. E Super Mario é um capítulo importante da minha vida, desde o primeiro jogo que joguei.
Graças a Nintendo e a Illumination, “Super Mario Bros. O Filme” estreia dia 05 no mundo. E que grande homenagem ao legado desse pequeno homem de bigode, que usa macacão azul e uma boina com a inicial do seu nome. Mas ele não está só, afinal, o “bros” do título é de irmão, e ele está junto de Luigi. Juntos eles precisam salvar o mundo dos cogumelos ao lado da Princesa Peach conta Bowser, uma tartaruga casca-grossa e malvada.
Atenção 2! O filme tem duas cenas pós créditos! Uma bem no final e vale a pena ficar pra assistir!
Uma homenagem nos mínimos detalhes
Logo no começo somos introduzidos aos irmãos Mario e Luigi, encanadores que acabaram de abrir seus negócios no Brooklyn, um bairro de Nova York. Essa fase já foi explorada em outras animações, desenhos e até num certo filme ai. Mas agora conhecemos também a família do Mario, sua mama, seu papa, seus irmãos, tios, amigos, a sua vida. Isso é muito importante para aproximar o super herói de seus fãs. E também para mostrar que eles são humanos, com emoções humanas.
Logo após tentaram salvar o bairro deles de uma inundação, são teletransportados para o mundo dos cogumelos. No meio do caminho Luigi acaba caindo no mundo do Bowser, e agora Mario precisa resgata-lo.
Feitas as introduções, agora vamos ao que interessa. Os diretores Aaron Horvath e Michael Jelenic referenciaram tudo nesse filme. E não somente do universo Mario, da Nintendo. Logo no começo podemos ver Star Fox, podemos ver Jumpmam (referência ao primeiro jogo com Mario e Donkey Kong), podemos ver referências a bomberman, a Tartarugas Ninja, a Kirby, Smash Bros, Donkey Kong Country e vários outros.
E claro, referência a vários jogos de Super Mario. Super Mario Bros, Super Mario Party, Super Mario Odyssey, Super Mario World, Super Mario Maker, Super Mario 1, 2 e 3. Mario Kart, Super Mario 64, Luigi’s Mansion, Yoshi’s Island, Advanced, Super Mario Run, Super Princess Peach, e muitos outros.
Existem detalhes em cada frame, em cada segundo do filme você pode se lembrar de alguma fase especifica, ou um golpe especifico, ou um item, ou um personagem NPC. Esse filme me levou de volta a minha infância, me fez relembrar tantos momentos bons que eu passei em frente ao videogame.
Roteiro é simples, objetivo e nostálgico
Mas você pode se perguntar, mas e a história? Como eles fizeram pra pegar mais de 20 jogos e condensar dentro de um filme de uma hora e meia? A resposta é, eles improvisaram. A história é simples, assim como a maioria dos jogos do Mario. O Reino dos Cogumelos está em perigo, a princesa está em perigo, o Mario precisa salvar o reino, e seu irmão o ajuda. A diferença pra mim está mais nas entrelinhas. A Princesa agora precisa proteger seus súditos, e não mais ficar esperando que o Mario a salve. Ou seja, a princesa agora é forte, destemida, tem poderes especiais, e é quem ensina o Mario a ser um herói.
E isso funciona muito bem, porque precisamos entender que o Mario acabou de chegar lá. Não teria como ele já saber de tudo, então, o segundo ato da história é essa jornada do herói.
Por outro lado, a história do Bowser é tão simples quanto objetiva. Ele já é malvado, mas agora ele tem um objetivo, se casar com a princesa. Jack Black, quem interpreta o vilão na versão americana já tinha dito nas entrevistas que Bowser teria sentimentos reprimidos. Tudo faz sentido agora.
O enredo também é bem simples, assuntos como amizade, resignação, autoaceitação e superação dos medos é recorrente. E funciona muito bem aqui. É preciso ter em mente que apesar de ser um filme nostálgico, que vai nos levar de volta as nossas infâncias, é um filme infanto-juvenil. Não tem porque ter uma história densa, dramática ou cheia de reviravoltas. O jogo sempre foi simples, as histórias dos jogos sempre foram simples. Pra mim, o maior acerto aqui é dar o fan-service que a gente merece.
Trilha sonora é uma atração à parte
Um outro ponto importante a ser pontuado é a trilha sonora e os efeitos sonoros do filme. Quase todos os temas tocados em orquestra, com uma qualidade absurda e muitas referências. Quando uma determinada cena era em um cenário já conhecido, a música de fundo era a mesma. Isso é nostalgia pura e simples!
Por fim, eu acho que as crianças vão amar esse filme muito mais do que os adultos, pq ele é mega colorido, divertido, e a dublagem está simplesmente impecável. Os dubladores brasileiros arrasaram, principalmente Márcio Dondi, que dubla o Bowser e Eduardo Drummond que dubla o Toad.
Eu recomendo que assistam no cinema, esse é o tipo de filme que vale cada centavo do ingresso.