Mais um filme do aclamado diretor Makoto Shinkai, Suzume no Tojimari veio para reforçar a excelência do diretor em seus filmes. Do mesmo criador de Your Name e O tempo com você, o título têm o que o expectador gostaria de ver e sentir em um filme.

Fenômenos naturais, uma marca do diretor

Suzume

Uma marca de Makoto, é utilizar climas e fenômenos naturais em seus filmes, desde chuva e sol até METEOROS. Nesse caso, o filme irá abordar terremotos, e de uma maneira criativa, mística e excepcional.

Primeiramente, o longa começa nos apresentando sua protagonista que da nome ao longa, a colegial Suzume de 16 anos. Moradora de uma pequena cidade japonesa, ela encontra um misterioso rapaz chamado Sota, que esta em busca de uma ruína e uma porta. Ela acaba indo também para as ruínas antes dele, e encontra uma porta, atravessa e nada acontece. De volta a escola ela visualiza uma estranha criatura gigante parecendo um verme no local das ruínas, porém somente ela consegue ver.

Correndo para as ruínas, ela encontra Sota tentando fechar o monstro dentro da porta que ela já havia encontrado. Ele então se revela um guardião dessas portas, que aparecem por todo o Japão, e caso o verme saia e chegue até o solo, ele provoca um terremoto. Em outras palavras, esses vermes seriam os motivos dos terremotos Japoneses ( genial não é mesmo?).

Além de atravessar a porta, Suzume também encontra um estranho gato que mais tarde se revela uma peça chave dessa trama. Esse mesmo gato ora chamado de Daijin, transforma Sota em uma cadeira ( uma cadeira de 3 pernas pertencente a Suzume). Diante disso, começa a jornada de Suzume em ir atrás de Daijin pelo Japão, a fim de recuperar o corpo de Sota, e ainda fechar as portas, não deixando que outros desastres ocorram.

Enredo bem construído

Essa jornada de Suzume é formidável em sua narrativa, ela conhece personagens ao longo do caminho, e todos eles contribuem positivamente para história. Com destaque para o irônico Serizawa, amigo de Sota e um ótimo personagem que traz momentos de descontração na medida certa da trama.

Medida certa é uma boa palavra para utilizar no filme, cada momento da narrativa é bem elaborado não lerdeando e nem acelerando a história. Percebemos aos poucos o passado de Suzume, que acaba por fazer parte como chave no arco final da trama.

Animação e trilha sonora excepcionais

A animação não precisa nem de palavras, é marca registrada dos filmes de Makoto, extrair o maximo possível de qualidade e suavidade nos traços e animações. E aqui temos um equilibrio consistente, em pofundidade de enredo e animação, deixando claro que sem a excelente trama, a animação não significaria nada.

A trilha sonora é envolvente, em todas as partes, até mesmo quando alguém está escutando música no carro, tudo está inserido na narrativa e faz parte da história.

O longa em sua parte final, demonstra algo incrível, além de fazer analogias aos terremotos do Japão, ele também insere o Tsunami que ocorreu no país em 2011, de forma tão sútil que o expectador pode acabar não notando. Isso demonstra que o diretor utilizou ao máximo o mundo real para desenvolver a trama, ao invés de mundos imaginários.

Um detalhe intrigante é que a trama utiliza o conceito de viagem de tempo de Your Name, junto com fenômenos naturais de O tempo com você. Essa fusão resulta em algo novo, e dispersa a sensação de estar vendo um filme com tema repetido.

Por fim, Suzume é um filme que traz todas as marcas de seu diretor como: Fenômenos naturais, sentimentos guardados, e um elo forte amoroso entre os protagonistas. Absolutamente tudo na medida certa, restando ao expectador apenas um pouco de atenção para notar as nuanças ali mostradas, e entender toda a trama.

É um filme obrigatório para amantes de animação e amantes de uma ótima trama, irá arrancar lágrimas, entreter, arrancar suspiros e risadas. Ou seja, é para todos os públicos.

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