Finalmente chegou o novo filme do filho de Odin, Thor: Amor e Trovão, e com ele uma trilha sonora insana, novos personagens, um vilão digno de Thor, e um roteiro de sessão da tarde. Dirigido por Taika Waititi, “Thor: Amor e Trovão”, o filme mostra que Thor (Chris Hemsworth), agora precisará buscar forças dentro de si mesmo e lembrar que é um Deus nórdico para evitar que o vilão Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale), que busca a extinção dos deuses, consiga triunfar. Nesse meio tempo, Jane Foster, inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, sendo a Poderosa Thor.

Para quem se recorda do hype criado em Thor: Ragnarok, também se recorda da frustração que foi encontrar um filme de comédia com super herói. E não há problema algum o tom de comédia em filmes assim, em fato, esse alivio cômico é muito bem vindo. “Thor: Amor e Trovão” é o quarto filme solo do Odinson, e destoa completamente dois primeiros filmes. Não consegue superar nem mesmo seu antecessor, que em minha opinião também teve erros importantes e exagerou no humor desnessário.

A história de Thor: Amor e Trovão

A história desse filme se passa entre “Vingadores: Ultimato” e “Guardiões da Galáxia, Vol.3”, mas como sequência direta de Ragnarok, onde Thor decide se juntar a equipe de Peter Quill e seguir defendendo a galáxia. Essa fase, inclusive, é a que abre o longa, e mostra que ele tem papel decisivo nas empreitadas dos Guardiões em defender os povos mais indefesos. Nesse momento é descoberto que um novo monstro está matando os Deuses desses povos, e logo Thor se vê obrigado a largar Quill e seus amigos para entender o que está havendo no mundo dos Deuses. Essa ruptura aqui é clara e objetiva, separar o Deus Nórdico dos Guardiões, já que no terceiro filme da equipe não teremos o Deus.

Paralelo a isso, o filme vai abordar o drama pessoal de Jane Foster, e não é segredo que o motivo pelo qual ela consegue empunhar o Mjolnir é sua condição de saúde. Jane está morrendo, e obviamente se tornar a Poderosa Thor pode ajuda-la a sobreviver. Esse arco é explicado de maneira bem simples no roteiro, até para que a inserção da personagem não seja tão pesada e abrupta. Agora, a maneira como essa transformação é usada no enredo, poderia ter sido muito melhor. Ora, Jane e Thor não estão juntos a mais de oito anos, mas ele nunca deixou de ama-la.

Taika Waititi desliza no romance, nesse reencontro tão esperado. Por alguns minutos a relação dos dois em tela me lembra muito um besteirol adolescente da sessão da tarde. A situação de Jane é pesada, é dolorosa, a história de vida dela é de dificuldade e superação, mas no momento final de sua vida, o romance de sua vida é resumido a uma série de piadinhas fora de hora, caras e bocas estereotipadas, e pouco espaço para sensibilidade.

Gorr: Sombrio, Frio e Certeiro

E se por um lado falta sensibilidade entre o herói e heroína, sobra no vilão. Curioso, não? Christian Bale entrega um vilão sombrio e muito pouco caricato. O visual dele ficou muito bom em tela, e a atuação de Bale também é convincente. Claro, faltou espaço para desenvolver melhor as crueldades de Gorr, afinal de contas o nome dele é Carniceiro dos Deuses, e não foram tantas mortes e cenas de ação envolvendo o vilão.

Waititi preferiu dar espaço para cenas patéticas, como as cenas no Templo dos Deuses. O que é mais interessante na direção do filme é que fica muito nítido a intenção de postergar as coisas mais importantes, quase como se fosse um trailer introdutório para novos personagens e novos arcos. O terceiro ato consegue sim entregar uma boa história, boas cenas de luta, e a emoção na relação entre Thor e Jane, mas pera lá, porque demorar tanto?

Acertos! Elenco arrasa e final recompensa

Enfim, eu preciso dizer que o filme não é ruim. Na verdade é o que se espera dele, engraçado, visualmente deslumbrante, com atuações obviamente acima da média. Até os bodes que arrumaram para esse filme atuam de forma incrível (os bodes berrando são melhores que muitas piadinhas idiotas do filme). Porém, o roteiro peca em não dar a seriedade necessária nos momentos necessários. A trilha sonora é impecável, e achei no mínimo inusitado a ode a Axl Rose nesse filme, tendo inclusive um personagem que decide se chamar Axl, porém, não entendi porque escolher somente uma banda como trilha. Esse longa também aborda a diversidade de maneira bem inteligente, com bastante representatividade no elenco e nas histórias.

O maior acerto, entretanto, fica para as cenas finais, que emocionam e nos dão esperança de filmes melhores no futuro. Ah, tem duas cenas pós-crédito que valem a pena