Um show audiovisual impecável, mas com pouca substância narrativa para sustentar seu brilho futurista.

O retorno da franquia com força… estética

Quinze anos após o último filme, Walt Disney Pictures resgata a franquia Tron com uma superprodução ambiciosa. Dirigido por Joachim Rønning, “Tron: Ares” aposta tudo no visual, nos efeitos e na imersão em salas IMAX. A proposta é clara: entregar uma experiência sensorial intensa, mesmo que o conteúdo narrativo fique em segundo plano.

A trama acompanha Julian Dillinger (Evan Peters), herdeiro de um império tecnológico que deseja trazer o Grid — mundo digital da franquia — para a realidade. A peça central dessa ousada jogada é Ares (Jared Leto), uma IA criada para missões de alto risco. Nesse embate, Eve Kim (Greta Lee) representa uma visão oposta: tecnologia usada para o bem.

Um espetáculo visual que realmente impressiona

Aqui, não há como negar: o espetáculo visual é arrebatador. O CGI está impecável, os cenários brilham e a estética neon pulsa energia. Cada frame foi claramente pensado para as telas IMAX, com cores vibrantes e fluidez impressionante. É uma daquelas experiências que valem o ingresso apenas pelo visual — e, nesse quesito, “Tron: Ares” não decepciona.

Tron- Ares (2025) - Cena do filme com o ator Jared Leto 02 - Crédito - Disney-DISNEY-IMDB
Tron: Ares (2025) | Cena do filme com o ator Jared Leto | Crédito: Disney | IMDB

Trilha sonora intensa que sustenta o ritmo

A trilha sonora assinada por Nine Inch Nails entrega exatamente o que promete. Com efeito, as batidas industriais não apenas intensificam as cenas de ação, mas também criam um ritmo hipnótico que prende o espectador na cadeira. Consequentemente, a música funciona como o motor emocional do filme, aliás, impulsionando momentos que, de outro modo ou narrativamente falando, seriam bem mais vazios.

História rasa e personagens esquecíveis

Infelizmente, toda a grandiosidade visual não encontra um roteiro à altura. A história é rasa, os motivos dos personagens são frágeis e o arco dramático simplesmente não emociona. Ares, Eve e Julian até têm boas premissas, mas nada é desenvolvido com profundidade. O filme joga ideias — IA, controle tecnológico e ética —, mas as trata com superficialidade.

As atuações seguem a mesma linha: competentes, mas pouco memoráveis. Nada se destaca de forma significativa, nem mesmo com nomes de peso no elenco como Jared Leto.

Tron Ares (2025) - Cena do filme com os atores Gillian Anderson e Evan Peters - Crédito - Disney-DISNEY-IMDB
Tron: Ares (2025) | Cena do filme com os atores Gillian Anderson e Evan Peters | Crédito: Disney | IMDB

Um brinquedo de parque… e só

“Tron: Ares” parece mais um passeio de montanha-russa do que uma experiência cinematográfica profunda. Visualmente e sonoramente impactante, mas emocionalmente vazio. Fora das salas IMAX, a experiência perde força. A tentativa de deixar um gancho para futuras continuações soa mais como um suspiro final do que como o início de uma nova era.

Tron- Ares (2025) - Cena do filme com os atores Jeff Bridges e Jared Leto - Crédito - Disney-DISNEY-IMDB
Tron: Ares (2025) | Cena do filme com os atores Jeff Bridges e Jared Leto| Crédito: Disney | IMDB

Vale a pena assistir?

Se vale a pena assistir? Sim — se você busca uma experiência puramente sensorial, feita para ser vivida no cinema. Mas, se espera uma história marcante, capaz de te fazer pensar por semanas, este não será o filme.

O filme está em exibição nos cinemas de todo o país.

Imagem da capa credito: Walt Disney Pictures\IMDB