Frequentemente nos deparamos com filmes onde temos um grupo de pessoas tentando sobreviver a desastres da natureza como vulcões, furações, tsunamis, o que se aplica também em filmes onde o predador é visto como o vilão, como leões, ursos e tubarões, possuindo em sua maioria das vezes inteligência acima do normal, virando máquinas assassinas. Entretanto, o que temos em “Tubarão: Mar de Sangue” é um pouco diferente. Comparando a outros filmes no mesmo nicho, ele está longe de atingir grandes sucessos como Mar Aberto e Águas Rasas, conseguindo facilmente superar filmes que possuem tubarões exagerados como Sharknado, Ilha dos Tubarões, Ataque ao Tubarão Mutante, etc.

Dirigido por James Nunn com roteiro de Michael O’Shea, o filme concentra em um grupo de amigos que aproveitam um fim de semana e se envolvem em um terrível acidente entre eles. Tubarão: Mar de Sangue é um filme mediano, que acerta em determinados pontos e erra em outros.

O filme começa como quase todo filme de terror clichê, com cinco jovens se divertindo na praia, de forma inconsequente, envoltos de muita bebida alcóolica. A princípio, essa parte é um pouco desanimadora, parecendo apenas um filme de besteirol americano, o que na verdade não é. Um ponto interessante no filme é que ele aborda muito mais as consequências das ações dos jovens do que a fome assassina do tubarão. O tubarão está em seu habitat natural. Os vilões na verdade são os jovens que invadiram seu território.

O grupo de jovens, após uma noite de bebedeiras e diversões, decidem ignorar os conselhos dados por um mendigo que havia perdido as pernas devido a um ataque de tubarão. Em seguida, decidem roubar dois jet-skis com o propósito de se divertirem no mar, quando acontece um acidente entre os veículos, os deixando à deriva em alto mar. Dessa forma, eles precisam de encontrar alguma forma para se salvarem. Durante a trama, precisam de lidar com ferimentos em alguns integrantes, traições entre casais e um enorme tubarão branco que quer devorar todos eles.

Tubarão: Mar de Sangue – Filme lento com muita água e pouco sangue

O filme, a princípio, tem um tom bem arrastado, com diálogos superficiais e pouca ação, com mínimas sequências de adrenalina o que faz com que seus 87 minutos (1 hora e 27 minutos), pareçam durar mais de 2 horas. A CGI do tubarão consegue acabar com o pouco de adrenalina que resta. Surpreendemente, o filme possui uma direção de fotografia boa, mas sua trilha sonora acaba passando por despercebido. Você assiste o filme esperando que o tubarão vá realmente comer todos os jovens, sem sentir empatia por quase nenhum deles. O “mar de sangue” do título acaba por ser um exagero, uma vez que, mesmo tendo os ataques do tubarão, são poucas as vítimas.

O filme foge de um clichê de homem branco forte, que protege todos, apresentando um sobrevivente medroso, que não consegue se arriscar para salvar os outros integrantes. O filme prefere focar no poder feminino, o que vem acontecido em diversos filmes envolvendo tubarões. Desse modo, ele traz uma protagonista inicialmente frágil, com seus problemas de relacionamento que acaba recebendo todo o destaque do filme. Contudo, a atuação em geral dos atores é boa. No elenco temos Nat (Holly Earl), como a protagonista, seu namorado Tom (Jack Trueman), sua melhor amiga Milly (Catherine Hannay). Também fazem parte do grupo Greg (Thomas Flynn) e Tyler (Malachi Pullar-Latchman).

Em síntese, Tubarão: Mar de Sangue é um filme para quem quer ir aos cinemas ver uma produção qualquer, sem compromisso em prestar atenção e medo de perder algo importante. Assim sendo, para quem gosta de tubarão, poderá se decepcionar com poucas cenas que realmente exploram a criatura.

ATENÇÃO! O TRAILER CONTÉM CENAS FORTES DE MUTILAÇÃO!

Tubarão: Mar de Sangue (Shark Bait, EUA – 2022)

Estreia: 01/12/2022
Direção:
 James Nunn
Roteiro: Michael O’Shea
Produção:
Nadine Luque, Andy Mayson, Andrew Prendergast, Chris Reed, Mike Runagall
Elenco: Holly Earl, Jack Trueman, Catherine Hannay, Malachi Pullar-Latchman, Thomas Flynn, Daniel Casingena, Manuel Cauchi, Maxime Durand, William Erazo Fernández, Ludovica Loda, Milo McDowell, Joshua Takacs
Duração: 87 min

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