“Um Homem Abandonado” (Metruk Adam) fala sobre sacrifício, redenção e dor. Dirigido por Çağri Vila Lostuvali, o filme turco explora o peso das escolhas familiares, oferecendo uma narrativa esperançosa e profunda. O elenco principal é composto por Mert Ramazan, Ada Erma, Edip Tepeli e Ercan Kesal.
O sacrifício e o recomeço de um homem abandonado
Com 91 minutos de duração, a trama acompanha Baran (Mert Ramazan Demir), que é obrigado pelo próprio pai a cumprir a pena por um crime cometido pelo irmão, um sacrifício que marcou sua vida para sempre.

Após 15 anos, ele consegue sair da prisão e tem a chance de recomeçar a sua vida. No mesmo dia de sua liberdade, acaba reencontrando seu irmão e conhece sua sobrinha, Lidya (Ada Erma). Mas, Baran não consegue perdoar seu irmão pelos anos de sofrimento.
O protagonista precisa lidar com o rótulo de ex-presidiário e com a rejeição social para reconstruir sua vida. Entretanto, um trágico acidente faz com que ele precise cuidar de sua sombrinha. Além de reeguer financeiramente, ele precisa aprender a ser tio e proteger quem depende dele.
No entanto, Lidya, com sua presença cheio de vida, consegue trazer esperança e iluminar o caminho de um homem que estava despedaçado pelas escolhas que não foram suas.
Personagens que carregam feridas silenciosas

Sobre o desempenho do elenco, Mert Ramazan se destaca por entregar um protagonista que se traduz não apenas por diálogos, mas por gestos mínimos e expressões faciais. Através de um olhar, um silêncio e de pequenos gestos, o ator revela mais sobre o sofrimento interno de Baran.
Outro destaque é a atuação de Ada Erma, que transforma Lidya em uma personagem cheio de vida e doçura que torna a narrativa mais leve e equilibrada. A atriz interpreta uma criança espontânea. Nesse sentido, eles constroem a relação de forma fluída, trazendo mais autenticidade para a história.
Uma estética que reforça o peso da solidão

A direção de Çağri Vila opta por uma estética contida, quase melancólica, que reflete o estado emocional do protagonista. A utilização de cenários caóticos ou simples reforça a sensação de isolamento. Por outro lado, os momentos com Lidya abrem espaço para cores mais calorosas, criando um contraste visual para reforçar a virada emocional da narrativa.
Sobre a trilha sonora, elas refletem os dilemas internos de Baran, que busca reconstruir sua vida após cumprir pena pelo crime do irmão. As músicas acompanham os momentos-chave do filme, intensificando as emoções e conflitos vivenciados pelo personagem principal.
Desta forma, a escolha das faixas contribui no envolvimento da narrativa e para causar impacto ao espectador. Porém, há momentos a música se torna exageradamente dramática, desviando um pouco a naturalidade emocional da cena.
Falhas que comprometem a narrativa
Um dos pontos negativos do filme é seu ritmo lento. Embora contribua com a atmosfera do filme, pode incomodar aqueles que gostam de dramas mais dinâmicos. Além disso, a resolução dos conflitos acontece de forma apressada, sem grande desenvolvimento e com saltos temporais que diminuem o impacto emocional em certos momentos.
Passa uma sensação de que apressaram o final do filme, deixando pontas soltas, como a reconciliação de Baran com seu irmão. Ainda mais, os personagens secundários são pouco explorados, funcionando apenas como suporte emocional para o protagonista.
Vale a pena assistir?
Apesar dos tropeços, “Um Homem Abandonado” oferece uma experiência comovente e nos faz se envolver com sua narrativa. É uma história que fala sobre sacrifício, justiça, recomeço e superação.
As performances de Mert Ramazan Demir e Ada Erma, como tio e sobrinha, consegue tocar o espectador através de pequenos gestos e olhares carregados de sentimento.
Por fim, “Um Homem Abandonado” encontra-se disponível na Netflix.
Imagem de capa – Crédito: Netflix/Reprodução
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