Um Lugar Silencioso: Dia Um é um daqueles filmes que, desde a sinopse, já despertam curiosidade: uma mulher e seu gato lutam pela sobrevivência em meio a uma invasão alienígena em Nova York. A premissa é trazer à narrativa um novo ponto de vista do universo de Um Lugar Silencioso e Um Lugar Silencioso 2. Porém, neste novo longa, a perspectiva é de alguém que não tinha a mesma ânsia de viver desde o início, como os personagens dos dois primeiros filmes. Isso porque a personagem principal, excepcionalmente protagonizada por Lupita Nyong’o, vive um câncer em estágio terminal e, em meio a dor e resistência, se depara com outros desafios pela própria sobrevivência — e a do seu gato, Frodo.

Sobre “Um Lugar Silencioso: Dia Um”

O filme acompanha Sam (Lupita Nyong’o), uma mulher enfrentando os estágios finais de um câncer, que vivia em um lar de pessoas com doenças terminais. Em dado momento, ela e seus colegas vão a uma excursão a Nova York. No entanto, o que parecia ser um momento de tranquilidade em um espetáculo, se transforma em terror quando naves alienígenas invadem a atmosfera terrestre. A partir desse momento, o espectador acompanha a jovem enquanto tenta sobreviver à invasão. Ao seu lado está Frodo, seu gato fiel, que se torna uma figura central em sua luta pela sobrevivência.

A tensão do terror pós-apocalíptico

Dessa maneira, a narrativa do longa se desenvolve em um ritmo frenético, com eventos que parecem tão sequenciais que nos dão a impressão de um plano sequência contínuo, imergindo o espectador na ação sem pausas para respirar. O terror pós-apocalíptico é executado com maestria, criando um ambiente de constante ameaça e desespero. A cada esquina, a tensão é palpável, e a sensação de perigo iminente nunca desaparece.

Joseph Quinn e Lupita Nyong'o em Um Lugar Silencioso Dia Um
Joseph Quinn e Lupita Nyong’o em Um Lugar Silencioso Dia Um | Reprodução: Paramount Pictures

A direção, de Michael Sarnoski, faz com que o filme tenha um ar de alerta a todo momento. Claro, a tensão se inicia com alienígenas gigantes e fortes com sangue nos olhos, mas o jogo com possibilidades de barulho que possam atraí-los traz toda a tensão para a narrativa. Sugiro ainda que a direção tenha feito movimentos que remetem a eminentes crises de ansiedade, com barulho extremo em paralelo com o tilintar de metais, entrando a fundo em um terror psicológico que leva em consideração não apenas a eminência da morte violenta, como também a aceitação da morte eminente.

Destaque para Frodo e a atuação de Lupita Nyong’o

Um dos pontos altos do filme é a atuação de Lupita Nyong’o. Como Sam, ela entrega uma performance arrepiante. Sua capacidade de transmitir medo, dor e determinação leva o terror à flor da pele arrepiada do espectador, tornando cada momento ao lado de Sam uma experiência visceral. Mais uma vez, depois do terror Nós, Lupita mostrou que terror é com ela mesma. Já os gatos que interpretam Frodo trazem um elemento emocional crucial, proporcionando momentos de alívio e ternura em meio ao caos.

Além deles, Joseph Quinn, como Eric, um personagem secundário, também merece destaque. Sua presença traz equilíbrio e expansão à narrativa, acrescentando camadas à história principal sem desviar o foco de Sam e Frodo.

Roteiro eficiente e minimalista

Outro destaque de “Um Lugar Silencioso: Dia Um” é o roteiro. Também assinado por Sarnoski, é tão bem construído que quase não precisa de diálogos para transmitir sua mensagem. As ações e expressões dos personagens, aliadas à atmosfera cuidadosamente elaborada, falam por si.

Cena de Um Lugar Silencioso Dia Um | Reprodução: Paramount Pictures
Cena de Um Lugar Silencioso Dia Um | Reprodução: Paramount Pictures

A fotografia atrelada ao CGI é um espetáculo à parte. O visual do filme foi capaz de apresentar um contraste fascinante entre a Nova York vibrante e a desolada após o ataque das naves alienígenas. Essa dualidade visual contribui para a profundidade da narrativa e enriquece a experiência cinematográfica. Ainda, o CGI das criaturas e seus movimentos se mostrou de excelência, com provocações de arrepios sem igual, superando até os primeiros filmes da franquia.

Vale a pena assistir “Um Lugar Silencioso: Dia Um”?

O final do filme é impactante e deixa uma marca duradoura. Sem dar spoilers, posso dizer que a conclusão da jornada de Sam e Frodo é tanto devastadora quanto satisfatória, cumprindo a promessa de um clímax emocional e inesquecível. Definitivamente. “Um Lugar Silencioso: Dia Um” é uma adição poderosa à franquia, oferecendo uma nova perspectiva enquanto mantém os elementos que fizeram os filmes anteriores tão bem-sucedidos.

Por fim, se você gosta de um terror pós-apocalíptico bem executado, com atuações fortes e uma narrativa envolvente, capaz de te deixar arrepiado da cabeça aos pés, este filme é para você.

Um Lugar Silencioso: Dia Um está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.