Olá, pessoal! Espero que estejam bem!
Hoje vamos falar sobre esse tão aguardado filme de 2021: Um Lugar Silencioso: Parte 2. Como de costume, a crítica será sem spoilers, e vou deixar o trailer antes de começar a crítica, pra caso alguém ainda não tenha assistido. Explicações feitas, agora vamos à crítica!
Sinopse:
Após seu refúgio anterior ter sido destruído, a família Abbott precisa enfrentar os terrores do mundo exterior enquanto luta pela sobrevivência em silêncio. Forçados a se aventurar no desconhecido, eles percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças no caminho da areia.
Vou começar dizendo que esse filme se passa diretamente após o primeiro, dando uma sensação de sequência imediata, como se o filme de 2018 e esse fossem uma coisa só, e não dois longas-metragens separados. Achei essa pegada do diretor e roteirista John Krasinski muito interessante, além de ser um dos elementos que geram uma maior profundidade ao filme.
Confesso que eu tinha muito medo de que essa segunda parte acabasse sendo um “mais do mesmo” devido ao sucesso estrondoso de bilheteria do primeiro filme, mas, felizmente, o diretor/roteirista trabalhou muito bem e conseguiu manter o nível do primeiro. E é com muita alegria que eu digo que apesar desse filme seguir na mesma pegada do primeiro, ter o mesmo tom sombrio e tenso, e acompanhar os mesmos personagens em problemáticas semelhantes, ainda assim ele consegue se dissociar do de 2018 e entregar a sua própria narrativa.
Gostei bastante do prólogo que temos no início do filme, do dia 01 da “invasão”, o começo de tudo. Achei muito interessante mostrar de fato como tudo aconteceu, ao invés de colocar alguém explicando. E como não foi nada muito longo, foi a medida certa para puxar o telespectador de volta àquele mundo de monstros e estabelecer o sentimento de tensão. Além disso, esse prólogo aproveita para introduzir um personagem que será bastante útil mais à frente, ou seja, até no momento em que eu pensei que esse prólogo poderia ser desnecessário, trazendo explicações “óbvias” ou “previsíveis”, acabou se tornando um elemento importante desse segundo filme, o qual, assim como no primeiro, nunca perde tempo com situações ou personagens desnecessários pro desenrolar da trama.
Agora, sobre as cenas e a fotografia: gente, que coreografia bem feita. As cenas de ação do prólogo são bem longas, mostrando bastante o caos (e por isso eu digo tudo: carros batendo/explodindo, monstros matando pessoas, gente correndo, ou seja, absolute chaos). Talvez vocês não entendam o que eu quis dizer com isso, mas pensem comigo: já é difícil criar uma boa cena com diversos cortes, ainda mais quando existem várias pessoas naquele cenário. Imagina colocar uma renca de gente junta e coordenar aquela galera toda pra filmar um único plano sequência? Pras câmeras estarem sempre nos locais certos, pra ninguém se esbarrar, cair, se machucar, ou acabar indo em direção a um carro explodindo em CGI, por exemplo. A direção desse filme, ou melhor, o ator, diretor e roteirista John Krasinski foi muito feliz em quase todas suas escolhas nesse aspecto.
Esse filme me levantou uma suspeita depois de algum tempo. Porque todos sabemos que em diversos filmes nada vai acontecer com os protagonistas, eles sempre são salvos pelo famoso “poder do protagonismo”. Mas, nessa história em particular, parece mais que na verdade o roteiro já sabe que eles vão sobreviver e vão ter alguma relevância na luta contra os monstros futuramente, e por isso decidiu contar a história deles, mostrando os momentos mais relevantes da luta que enfrentaram até esse suposto “futuro” acontecer. Sem falar que em nenhum momento os protagonistas apresentam aquela pretensão de heroísmo, de querer bancar o herói sem motivo aparente. Aqui você vê que são pessoas tentando sobreviver e fazendo o possível pra isso, e se tornando heróis em segundo plano, sem que eles mesmos percebam. E calma, não é spoiler, é só o que eu acho que está acontecendo no filme.
Achei bom que as crianças possuem mais “atitude” nesse filme, principalmente a filha, Regan (Millicent Simmonds), que aparece bastante empenhada em espalhar pelo mundo a mensagem de que é possível lutar contra os monstros. O irmão dela, Marcus (Noah Jupe), continua meio tapado igual era no primeiro filme, mas sua participação também é importante. E claro que eu não poderia deixar de falar da Evelyn (Emily Blunt), que continua brilhando nessa sequência, atuando de maneira primorosa.
Falando na Regan, vou fazer aqui um pedido para os produtores de filme: coloquem mais atores e personagens com deficiência nos filmes, obrigada. Eu, como pessoa que gagueja, me sinto muito feliz e representada de ver a Millicent atuando sem que haja nenhuma intenção cômica ou de deboche. Me aquece o coração e eu acho extremamente necessário para que se amplie o conhecimento e a proximidade da sociedade com esse tipo de assunto.
A trilha sonora segue a linha do primeiro filme, marcando bastante os momentos de tensão e criando a ambientação das cenas – até pelo filme ser “mudo” em sua maioria. Mas eu acho interessante mesmo é quando o filme nos coloca da pele da Regan, nos permitindo ouvir somente as batidas do coração dela, dando uma incrível sensação de perigo iminente e até de desnorteamento.
O filme no geral é muito bom, pecando somente em alguns momentos, por exemplo quando algum personagem atrasa ou gera problemas pro grupo por alguma imbecilidade, ou quando alguma solução aparece como que “por sorte”. Mas nenhuma dessas coisas aconteceu o suficiente pra que de fato me incomodasse ou me desanimasse de continuar assistindo, então acho que o roteiro conta bons pontos aí.
Esse filme pode até soar como “mais do mesmo” pra muitas pessoas, mas ele apresenta ambientes novos, personagens novos, problemas novos, e assim por diante. Claro que se você não gostou do filme de 2018, as chances de você não gostar desse são grandes. Mas acho difícil alguém conseguir não gostar desses filmes, dado todo o trabalho visivelmente investido neles.
Um Lugar Silencioso: Parte 2 é uma sequência de respeito para um filme que alcançou tamanho sucesso de bilheteria, e já existem boatos de que uma “Parte 3” será lançada em 2023, agora só nos resta aguardar.
Por hoje foi isso, eu vou ficando por aqui, se cuidem e até a próxima!
Crítica perfeita! Em breve eu estarei assistindo! Sobre a sua lista de filmes feita anteriormente, já assisti todos os “Rua do Medo” e realmente são muito bons! Seus textos e suas indicações passam credibilidade.
Nossa, muito obrigada!! <3 Fico muito feliz com suas palavras e que você tenha gostado dos filmes 😀