Com o passar do tempo, personagens icônicos da cultura infanto-juvenil vão se tornando domínio público. Para quem não sabe, depois de determinado tempo estabelecido por lei uma obra perde o elemento do direito real ou de propriedade (direito autoral) não havendo, assim, restrição de uso de uma obra por qualquer um que queira utilizá-la.
O personagem Ursinho Pooh entrou em domínio público em 2022, e com isso várias produções podem ser realizadas sem a autorização da Disney, que detinha os direitos autorais até então. Ursinho Pooh: Sangue e Mel é a primeira adaptação de Pooh que leva o público aos cantos mais sombrios e perversos da mente do querido ursinho.
A direção e o roteiro é de Rhys Frake-Waterfield. Já a produção é de Rhys Frake-Waterfield e Scott Jeffrey. No elenco temos Nikolai Leon, Maria Taylor, Craig David Dowsett, Chris Cordell, Natasha Rose Mills, Amber Doig-Thorne, Danielle Ronald, Natasha Tosini, Paula Coiz, May Kelly, Danielle Scott.
Antes de mais nada, a produção possui avaliação baixa da crítica especializada atingindo 5% até o momento no Rotten Tomatoes. Surpreendentemente a pontuação do público é maior, alcançando 50%.
A história de Ursinho Pooh: Sangue e Mel
Em “Ursinho Pooh: Sangue e Mel” Christopher Robin (Nikolai Leon) toma a difícil decisão de ir para a faculdade, deixando assim, seus amigos queridos para trás. Eles acabam passando por diversas dificuldades, considerando que Christopher que levava comida e cuidava eles. Diante disso, Pooh e seus amigos, tiveram que tomar difíceis decisões para sobreviverem.
Pooh se une ao seu amigo Leitão e decidem que irão matar qualquer pessoa que aproximar do Bosque dos Cem Acres. As coisas pioram, quando Christopher decide levar sua esposa para o Bosque dos Cem Acres para apresentá-la aos seus amigos queridos.
O que deveria ser um momento de felicidade, acaba se transformando em uma seção de terror e horror para Christopher, sua esposa e os demais que entrarem no bosque.
Terror de baixo orçamento, mas com uma história interessante
A produção do filme custou US$ 100 mil, sendo um orçamento baixo perto de muitos outros filmes de terror e já arrecadou mais de US$ 1,6 milhão apenas nos EUA. A arrecadação mundial já passou dos US$ 4 milhões.
Em suma, o tema principal da produção é o abandono e o que ele pode ocasionar. Christopher abandona Pooh e seus amigo. A partir disso, eles acabam enlouquecendo, e para sobreviverem acabam devorando o burrinho Ió. A partir daí, eles começam a ter grande ódio das pessoas, tudo por culpa de Christopher.
O filme pode ser dividido em três partes: uma abertura em animação, contando a história do abandono, a segunda parte com o reencontro de Chritopher Robin e Pooh, e a terceira parte sendo uma outra história sobre 5 mulheres que viajam juntas para uma casa próximo ao bosque, onde elas precisão de sobreviver aos ataques dos assassinos.
O filme está longe de ser uma produção de horror a nível “Terrifier” ou a uma produção de terror como “Insidious“, mas consegue minimamente trazer sensações de nojo em cenas com mutilações, e possui pequenos momentos de sustos, com aproximações dos assassinos, ou até mesmo mostrando eles de longe, com seus visuais medonhos.
Roteiro simples, vítimas clichês e efeitos medianos
Em relação ao roteiro, ele é bem simples, aconteceu o abandono, os personagens enlouqueceram e estão atacando os humanos. Não tem reviravoltas ou complexidades em seu desenvolvimento.
Sobre os personagens, na terceira parte do filme que é a maior, temos as típicas vítimas clichê: mulheres. Embora algumas sejam mais corajosas, elas acabam por entregar uma atuação fraca e estereotipada, sendo somente uma com um fundo de história interessante, que envolvia os traumas de uma perseguição. No geral a atuação dos atores é mediana, exceto a de Nikolai Leon que interpreta muito bem o personagem Christopher Robin.
Sobre os efeitos, eles são bem medianos, com momentos mais toscos e outros até bem produzidos, dentro do baixo orçamento. Em diversos momentos, o Pooh e o Leitão parecem apenas dois homens com máscaras dos animais, o que faz com que a “magia” seja um pouco perdida dentro da história em si. Alguns momentos em que há morte, fica claro a utilização de bonecos, o que prejudica em muito a imersão no filme.
Certamente, o diretor tentou trazer uma imersão na fotografia do filme, como mostra a vila abandonada onde os bichinhos moravam. Parece muito um cenário de filme de terror, me lembrando em certos momentos alguns cenários de Resident Evil 5, com cabeças de animais e aspectos ocultistas. Entretanto, todo esse esforço não atingiu o esperado no conjunto da obra.
Vale a pena assistir “Ursinho Pooh: Sangue e Mel” ?
Perto de tantos filmes de terror e horror que assisti nesse ano, posso certamente dizer que sim. Vale a pena dar uma atenção especial para “Ursinho Pooh: Sangue e Mel”.
O filme não é ruim, é mediano. É surpreendente o alcance que a produção conquistou ao usar de um personagem infantil mega popular e fofo como um assassino. Ainda mais ao abordar a temática do abandono e suas consequências, mesmo que exageradas…
É fato que não é um filme infantil, então por favor, de forma alguma tentem mostrar esse filme para suas crianças. Cabe ressaltar que a classificação do filme é para maiores de 18 anos.
Veja o trailer:
“Ursinho Pooh: Sangue e Mel” estreiou hoje, dia 10 de agosto nos cinemas.