Em 2025, Dalton Trevisan completaria cem anos. Para marcar a data, a Editora Todavia inicia a publicação de sua obra completa, um feito histórico. A princípio a comemoração começa com a chegada de seis títulos. No total, serão 37 livros relançados nos próximos anos, todos em edições renovadas.
Cada volume carrega um novo desenho editorial e, ao final, a seção “Canteiro de obras”, que revela fragmentos do autor: cartas, esboços e cadernos íntimos. Diante disso, no mesmo embalo, surge a antologia Educação sentimental do vampiro, organizada por Caetano W. Galindo e Felipe Hirsch.
Assim, a seleção percorre todos os contos e constrói um retrato abrangente do estilo cortante de Trevisan. Para leitores antigos, é reencontro. Para os novos, é descoberta. Em ambos os casos, a leitura revela um autor que permanece vivo nas entrelinhas. Dalton Trevisan, o esquivo e imortal “Vampiro de Curitiba”, morreu aos 99 anos. Mas a literatura, que sempre foi seu esconderijo, continua pulsando.
Distante das câmeras, ele preferiu a sombra. Criou personagens ruidosos enquanto mantinha a própria imagem em silêncio. A família declarou: “Todo vampiro é imortal. Ou deixa uma marca.” “A de Trevisan é nítida, mais de 50 livros e um rigor estilístico feroz. Escrever o conto mais breve exige uma vida inteira”, disse ele. Sua obsessão pela forma o fez reescrever sem cessar.
Colegas e amigos dizem que ele não era um isolado, mas um flâneur. Observava a cidade em silêncio, como quem recolhe material bruto. Certa vez, enganou uma jornalista fingindo ser outro. No fim da conversa, revelou-se com ironia, uma brincadeira típica de seu temperamento.
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