Com uma trama afiada, ambientação elegante e um espetáculo técnico impressionante, o novo longa de Conan Edogawa consolida o anime como força global nas telonas.
O mais recente longa da franquia do pequeno detetive chega ao Brasil carregando um peso histórico: é simplesmente a maior bilheteria do Japão em 2024. Com direção de Chika Nagaoka e roteiro de Takahiro Okura, “Detetive Conan: O Pentagrama de Milhões de Dólares” confirma que o cinema de anime vive um momento de força cultural sem precedentes — dentro e fora do Japão. O filme equilibra mistério, ação e humor com uma precisão que prende o espectador do início ao fim, entregando uma experiência cinematográfica robusta e sofisticada.
Uma saga que atravessa gerações
Criada por Gosho Aoyama em 1994, a franquia Detetive Conan ultrapassou mais de 1.170 episódios no anime, além de 107 volumes de mangá e 26 filmes que dominam as bilheterias japonesas. Desse modo, ao longo de três décadas, Conan Edogawa se consolidou como um dos personagens mais emblemáticos da cultura pop asiática, misturando o charme da investigação clássica com o ritmo acelerado da animação moderna. Portanto, o novo longa chega ao público brasileiro com a missão de manter esse legado — e é preciso destacar que cumpre esse objetivo com excelência.

Um enigma forjado no aço e na tradição
A narrativa se passa em Hakodate, uma cidade portuária marcada pela tradição histórica. Tudo começa quando o lendário ladrão Kaito Kid anuncia o roubo de uma preciosa espada japonesa ligada a Toshizo Hijikata, vice-comandante do Shinsengumi. Conan e Heiji viajam até a cidade para um torneio de kendo e acabam envolvidos em um quebra-cabeça que vai muito além de um simples roubo. Quando um assassinato ocorre, a trama se aprofunda em um jogo de segredos e traições, revelando um mistério ancestral ligado a espadas lendárias, heranças familiares e códigos ocultos.
O roteiro, ao mesmo tempo acessível e intrincado, consegue equilibrar informações para fãs veteranos e para quem está chegando agora à saga. A estrutura narrativa é precisa e bem construída, com viradas bem posicionadas e ritmo constante. Não há excessos: cada pista, cada cena e cada revelação tem um propósito claro dentro da investigação.

Direção de estreia com personalidade
Embora seja sua estreia em longas da franquia, Chika Nagaoka conduz a história com segurança e personalidade. O equilíbrio entre cenas de ação e momentos de dedução é impecável, respeitando o DNA da série e, ao mesmo tempo, imprimindo um olhar próprio. A ambientação no inverno de Hakodate reforça a sensação de suspense e isolamento, enquanto a coreografia dos duelos de espada impressiona pela fluidez e dinamismo. A direção faz o espectador mergulhar de cabeça no mistério — e permanecer nele até o último segundo.

Trilha sonora, ambientação e ritmo cinematográfico
Outro ponto de destaque é a trilha sonora assinada por Aiko, com o tema “Soshisoai”, que confere à obra uma camada emocional e identitária marcante. A música atua não apenas como acompanhamento, mas como elemento narrativo — intensificando a tensão e guiando o ritmo das sequências de ação.
Visualmente, o filme é deslumbrante. Os cenários de Hakodate foram recriados com riqueza de detalhes: ruas cobertas de neve, templos históricos e paisagens portuárias compõem uma estética elegante e atmosférica. A animação atinge um nível de refinamento técnico digno das maiores produções japonesas, com cores vibrantes e uma fluidez impressionante nos movimentos.
Um presente para fãs — e uma porta de entrada para novos públicos
“Detetive Conan: O Pentagrama de Milhões de Dólares” funciona de maneira exemplar tanto para quem, por um lado, acompanha a saga há anos quanto, por outro, para quem está conhecendo o personagem agora. De fato, o longa equilibra o carisma de Conan e seus aliados com um mistério sólido, bem escrito e emocionante. Assim, no que se refere aos fãs de longa data, há referências e nuances que expandem o universo da franquia; por sua vez, no que diz respeito aos novatos, há clareza narrativa e ritmo envolvente.

Vale a pena assistir?
Sim e, sobretudo, muito. A estreia de Chika Nagaoka prova que o universo de Conan está em mãos talentosas e capazes de renovar a franquia sem perder sua essência. Com toda certeza, o filme é um espetáculo visual e narrativo que representa com força o auge do cinema de anime contemporâneo. Em resumo, ver essa história na tela grande é mergulhar em uma investigação vibrante, cheia de reviravoltas, tradição e emoção.
“Detetive Conan: O Pentagrama de Milhões de Dólares” estreia nos cinemas brasileiros em 16 de outubro, com distribuição da Sato Company.
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Imagem da capa e corpo da crítica crédito: Sato Company