Hoje é dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres e para falar de um contexto social, separamos algumas autoras que colocaram suas obras no mundo com o intuito de falar sobre o que o feminismo representa, com a intenção de uma literatura mais educativa em prol do conhecimento sobre a representação da mulher na sociedade.
Antes de tudo, é importante falar sobre o quanto se faz necessário a presença da mulher nos espaços e, nesse caso, falando de cada uma delas na literatura. É possível datar, desde o século XIX (e com certeza, ainda mais), nomes de mulheres autoras que precisaram utilizar nomes neutros, masculinos ou apenas com suas iniciais nas assinaturas de seus livros, pois, caso contrário, poderia haver certo julgamentos com ideias pré-estabelecidas e isso resultaria em menos leitores para as obras literárias lançadas por essas mulheres.
Inclusive, um exemplo bem conhecido e para afirmar que isso não está longe da nossa realidade, é o da autora da saga Harry Potter, J.K. Rowling, que na época do lançamento do primeiro livro (Harry Potter e a Pedra Filosofal), recebeu a sugestão de utilizar as iniciais como autoria na capa do livro, pois se confunde com um autor homem, e dessa forma, as vendas poderiam ser melhores.
Para o Dia das Mulheres: Alguns nomes de escritoras que utilizaram pseudônimos:
- Amandine Dupin (1804 – 1876) – George Sand
- Eugénie-Caroline Saffray (1829 – 1885) – Raoul de Navery
- Nair de Tefé (1886 – 1981) – Rian
- As irmãs Brontë – os irmãos Bell – Século XIX
- Mary Ann Evans (1819 – 1880) – George Eliot
- June Tarpé Mills (1912 – 1988) – Tarpé
Assim, com ideias tão à frente do tempo, a coragem de resistir e ainda ser escritora, reconhecendo exatamente que aquilo que as afastava do sonho de ser autora das próprias obras, era exatamente o ser mulher.
Portanto, confira uma linha do tempo com cinco autoras e algumas de suas obras:
Escritora: Mary Wollstonecraft
Obra: A Vindication of The rights of woman: With Strictures on Political and Moral Subjects ou Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher (1792).
O livro é uma das primeiras obras que aborda temas similares aos que passariam a ser pregados durante a primeira e a segunda onda do movimento feminista. A obra é uma resposta aos teóricos da educação do sec. XVIII que não acreditavam que as mulheres deveriam frequentar o sistema educacional.
Assim, a narrativa contrapõe o argumento dos teóricos, utilizando de uma linguagem ambígua para fazer declarações sobre igualdade de gênero, evidenciando que as mulheres são merecedoras dos mesmos direitos oferecidos aos homens.
Escritora: Virginia Wolf
Obra: Um Teto Todo Seu (1929).
“E se Shakespeare tivesse tido uma irmã tão talentosa como ele, poderia sua obra florescer e ser reconhecida?” Essa é apenas uma das indagações de Virginia em uma de suas palestras de 1928. Dessa forma, o livro é um ensaio sobre suas palestras ministradas nas faculdades de Newham e Girton, onde Virgínia expõe suas reflexões sobre as condições da mulher em sociedade machista e também no meio literário, declarando o quanto as mulheres são condicionadas a uma “liberdade” limitante em todas as situações.
Escritora: Sylvia Plath
Obra: A Redoma de VidroOriginalmente publicada em 1963, o livro faz referências a vida da própria autora e os momentos sombrios vividos no verão de 1952.
A obra ganhou força recentemente nas redes sociais, após o seu relançamento e conta a história da personagem Esther, retratando temas como, depressão e a geração pré-revolução sexual onde as mulheres ainda tinha que escolher entre priorizar a carreira ou a família. Sendo assim, mesmo com a publicação e ambientação antiga, o tema ainda serve como referência para diversas questões atuais que a mulher moderna enfrenta.
Escritora: Djamila Ribeiro
Obra: Quem tem medo do feminismo negro?
A escritora e filosofa brasileira que se popularizou com livros como, Pequeno Manual Antirracista, irá abordar nesta narrativa uma autobiografia, contando os desafios de sua infância e adolescência sendo vítima do racismo. A obra também evidência o quanto Djamila aprendeu a ter orgulho de si de suas raízes durante a adolescência quando passou a trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra.
Escritora: Chimamanda Ngozi Adichie
Obra: Sejamos todas Feministas
Conhecida por obras, como Hibisco Roxo, No seu Pescoço, a escritora nigeriana relata no livro parte de suas experiências na sociedade e como ser chamada de Feministas para outras pessoas soava pejorativo. A escritora adaptou o discurso feito para o TEDx Euston, o qual ela reflete como a igualdade diz respeito à todos, não é apenas às mulheres, já que o machismo também tira a liberdade masculina, colocando-os em estereótipos da masculinidade. A obra busca retratar a necessidade de um mundo mais justo para todos, e consequentemente, mais livre e feliz.
Por isso, um Feliz Dia das Mulheres! Que possamos cada ver mais ocupar espaços e colocar nossas ideias em livros, nossos estudos em mentes e nossas vozes no mundo!
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