Esse ano fomos surpreendidos com um anime peculiar que não prometia muito a não ser sua animação, mas surpendeu muito, vamos então falar de Dungeon Meshi.
Lançado diretamente na Netflix em formato semanal, Dungeon Meshi prometia sim ter uma boa animação do estúdio Trigger. Mesmo estúdio que fez o anime Cyberpunk, ou seja, entrega um ótimo trabalho. Mas se de um lado temos um ótimo estúdio, o medo do enredo poderia estragar toda experiência.
Para começar, a história inicial do título não é nada inovadora. Temos um grupo de aventureiros, cada um de uma classe e raça, sendo: elfo, um anão, um pequenino (tipo um hobbit) e um humano. Nas classes guerreiros, mago, ladino e assim por diante. O protagonista Laios lidera o grupo na exploração de um famoso calabouço, porém no quarto andar, eles enfrentam um temível dragão vermelho. Fracos devido a fome, eles perdem a batalha, mas sua irmã , a maga Falin consegue transportar todos para fora do calabouço, sacrificando-se e sendo comida pelo dragão.
Essa é a premissa da história, agora Laios, a elfa Marcellie, e o pequenino Chilchuck planejam retornar ao calabouço para resgatar Falin do estômago do dragão. Isso porque o calabouço possui uma magia onde uma pessoa quando morta la dentro consegue ser ressuscitada se seu corpo ainda estiver em bom estado. O maior problema deles seria a falta de comida, já que perderam tudo na última batalha. Para resolver isso, Laios tem a “brilhante” ideia de comer os monstros que matarem no calabouço, o que obviamente não era algo comum de se ocorrer.
Bora comer monstros
Logo no começo da nova jornada eles encontram o anão Senshi, que compartilha da mesma ideia de comer monstros da masmorra, inclusive tendo experiência no assunto.
A elfa Marcellie não concorda em comer os monstros, mas acaba fazendo vendo que não tem outra saída, o que traz uma ótima analogia com o expectador que estranha os monstros e o fato de come-los.
Vale mencionar que a alimentação nas jornadas épicas em fantasias medievais não costuma ser abordada. Quantas vezes você viu Frodo e seus amigos comerem na jornada do Senhor dos Anéis?. Nesse aspecto que Dungeon Meshi explora como algo cotidiano, que acontece em todo episódio, com um novo monstro (prato) do dia. As receitas com os monstros são DETALHADAS, como uma receita da Ana Maria Braga, ficando quase sempre a cargo do Anão Senshi falar do modo de preparo.
Os monstros aqui compõem-se dos mais variados, começando com cogumelos com pernas, passando com galinhas com cauda de cobra, morcegos, armaduras zumbis e até FANTASMAS.
Masmorras como nunca se viu
Um ponto positivo enorme do anime fica em como eles descrevem a masmorra. Ela tem todo um ecossistema entre os andares e monstros para que tudo fique em equilíbrio, sendo Senshi e Laios pessoas que por exemplo se preocupam com isso. No mangá podemos observar várias paginas dedicadas a mostrar os mapas dos andares da masmorra, que agrega muito a obra.
Toda problemática na parte de comer monstros acaba sendo um longínqua analogia ao canibalismo humano. Ou seja, até que ponto as pessoas estão disposta a ir para se alimentar. Esse pensamento acaba tendo mais informação em uma determinada parte do anime onde mostra o passado do anão Senshi, onde ele temia que havia comido carne humana no lugar da carne de um monstro, e esse trauma só consegue ser vencido ao finalmente conseguir conseguir novamente a carne desse monstro no presente e constatar que tinha o mesmo gosto que ele comeu no passado. Nesse momento fica nitida a reação dele e dos outros personagens em pensar que o limite de tudo isso seria o canibalismo.
A primeira temporada possui 24 episódios , no meio dela os heróis já alcançam seu objetivo, resgatar Falin. Mas logo em seguida novos eventos ocorrem, surgindo assim o “Mago louco”, o criador da masmorra. Fazendo com que o grupo agora precise acha-lo e derrota-lo. O que faz parte de uma propria profecia da história, quem derrotar o mago louco será o novo dono de toda masmorra.
Vale a pena?
Muitas pessoas associam a temática de fantasia e progressão da história com o anime Frieren. Particularmente o fato de ser um mundo de fantasia padrão de RPG, com personagens extremamente bem trabalhados contribui para isso. Indo no caminho contrario das dezenas de Isekais lançados anualmente, esse novo estilo de anime pode ser um novo caminho para renovação do genero.
Por fim, vale muito a pena dar uma chance para Dungeon Meshi. Mesmo para aqueles de “estomago sensível”, a parte do comida apesar de ser o ponto central, fica de fora perto todo o cenário e os personagens que compõem a trama. Também vale ressaltar a magnifica primeira abertura que logo de cara traz todo o sentimento medieval das masmorras do anime. Tanto nas cenas quanto na instrumentalização típica celta medieval. Mérito da banda BUMP OF CHICKEN.
O anime está disponível na Netflix com 24 episódios com dublgem em português. E claro também já confirmaram uma segunda temporada do título. Que deve ser a última já que o mangá finalizou ano passado com 14 volumes.
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