Hoje, 31 de Dezembro de 2021, completa-se um ano do final de um dos anos mais difíceis da nossa atualidade, e não cabe romantização de um ano tão difícil. Antes de tudo, 2021 veio para mostrar o quão errado podemos estar quando o assunto é “pior que está não fica”. A sensação de que as coisas pioraram foi potencializada em um ano cheio de reviravoltas, desde as pessoais até as institucionais. A continuidade da pandemia de Covid-19 era algo esperado, mas em algum momento pareceu estar perto do fim. Porém, a situação foi subestimada, e vimos a pandemia ganhar corpo, ganhar velocidade, e em pouco tempo a tragédia estava ali, perto de nossos olhos.

Primeiramente, neste ano, vários brasileiros perderam a vida, mais de 421 mil, para ser mais exato. Milhares de famílias arrasadas com suas perdas. O misto de sentimentos, que passam pela angustia, raiva, tristeza, mas também pela esperança, amor, e perseverança. Afinal, é uma característica do brasileiro ser resiliente e tentar sempre vencer na vida. Mas não podemos romantizar a dor que sentimos este ano. Não podemos romantizar o fato de termos que superar tudo isso a força, sem tempo para respirar ou lamentar.

Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que poderíamos ter vacinas muito mais cedo do que tivemos, e isso poderia ter ajudado a diminuir a dor das perdas. Perdas essas que poderiam ser evitadas com ciência e com vacina, não com Cloroquina ou Ivermectina. Nem mesmo os animais foram poupados… coitada da Ema do Planalto.

Lutar, Resistir e Enfrentar

O isolamento continuou sendo rotina em nossa vida, e acho que muitos até acostumaram com isso. A medida em que a vacinação avançou, as pessoas começaram a sair aos poucos do casulo do medo e da apreensão, e tão logo pareceu ter uma luz no fim do túnel. Mas se tem uma coisa que essa pandemia nos ensinou é que a prudência é a melhor escolha, a Ômicron nos mostrou isso.

O cenário cultural também mudou este ano, os cinemas voltaram a lançar filmes, o cheiro de pipoca voltou a fazer parte da experiência, e nós pudemos finalmente ter um multiverso Aranha em nossas vidas. Muitos lançamentos, super lançamentos, o cinema voltou a encantar. Mas a verdade é que nem tudo tão bonito assim. Perdemos inúmeros artistas, atores e atrizes, dubladores, desenhistas, humoristas, cantores e cantoras, perdemos muita gente boa. Parece que a pandemia também deixará um vazio na arte, que será difícil de ser preenchido novamente.

Nós, da imprensa, apanhamos. De dentro e de fora do cercadinho, nós, da imprensa, sofremos ameaça, xingamentos, insultos, até mesmo agressões físicas. Nunca foi fácil, isso é fato, mas o mar não está para peixe no que consiste fazer o trabalho jornalístico profissional. Nosso Presidente, aquele que deveria ser o protetor da democracia, é sempre quem dá o primeiro golpe. Talvez ele esteja pensando em outros golpes …

Mas não desanimemos, se nós tivemos o privilégio de chegar até o último dia de 2021 com vida, precisamos pensar na responsabilidade que temos com o futuro. Aprender que esperança também tem haver com luta, com resistência, com enfrentamento.

Nós do GeekPop News desejamos muita força, muita esperança, e muita luta, para virar de vez essa página. E não podemos esquecer das máscaras, do distanciamento seguro, até mesmo do incansável álcool em Gel. Vacine-se, acredite na ciência, acredite na educação, acredito na cultura! Viva 2022, quem sabe possamos voltar a sermos românticos no final do ano que vem?

Enfim, Lutar, resistir e enfrentar, será que esse pode ser nosso lema para 2022? Feliz Ano-Novo.

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Texto por Mário Guedes