Adriana Figueiredo traz em seu trabalho como escritora, uma maneira de auxiliar os leitores em entender mais a fundo assuntos e conhecimentos sobre violência doméstica, por exemplo. Apesar de não ser tema principal do livro “Amor Sob Medida”, a autora levanta a possibilidade para discussão sobre.

Para começarmos, nos conte sobre você.

Antes de falar sobre mim eu preciso registrar a minha gratidão pelo espaço e pela oportunidade de falar do meu trabalho na escrita.

Sou formada em administração de empresas e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos. Atualmente estou realizando uma nova pós com especialização em Experiências Digitais: gestão, produção e engajamento, que me auxilia muito neste movimento que procuro trazer ao mundo através dos meus livros.

Tenho 43 anos e sou mãe de dois meninos lindos, Miguel e Rafael, que são minha inspiração e razão para buscar ser uma pessoa melhor no mundo. Eu atuo profissionalmente como bancária e, apesar da minha formação ser bastante voltada para isto, as paixões da minha vida sempre foram a leitura e a escrita.

Como surgiu essa vontade e desejo pela escrita?

Eu sempre vivi rodeada de livros, eles sempre foram meus companheiros da vida inteira desde que eu aprendi a ler e descobri o universo por trás da leitura.

Depois que me tornei mãe, eu descobri o quão importante era me conhecer melhor para me construir na maternidade e, depois dessa construção, eu pude enfim encontrar espaço para mim. Há três anos resolvi dar uma oportunidade aos meus sonhos, fazendo o que mais gosto de fazer como um hobby. Criei o instagram @estreiademae e, desde então, não parei mais de escrever. Em todas as brechas das minhas mais diversas tarefas do dia a dia, eu estou escrevendo. Muitos perguntam como eu encontro tempo, eu não tenho essa resposta, mas, quando fazemos o que gostamos, tudo fica mais leve.

Eu escrevo movida pelo amor por esta arte e foram meus filhos, quando me fizeram nascer mãe, que me mostraram o caminho com a coragem de dizer sim aos meus sonhos. Aos poucos, eu vou colocando cada um deles em prática.

Já tenho três livros publicados (“Estreia de Mãe”, “O Primogênito e O Caçulinha” e “Amor Sob Medida”) e muitas histórias iniciadas pra contar, que em breve vão ganhar vida.

Eu falo sempre que a escrita é, para mim, a maior de todas as terapias. E por causa dela, estou me preparando para começar mais uma graduação, nesta altura da vida, fazendo o que eu sempre quis fazer, Bacharelado em Letras pela UFMG, e nunca havia me dado a oportunidade.

Hoje eu sei o quanto a escrita é importante para mim e, por isto, não quero e não vou parar.

Reprodução: Capa do livro “Amor Sob Medida” /

Sobre o livro “Amor sob medida” o que você pode introduzir sobre ele? O que as pessoas poderão encontrar ao ter essa leitura?

“Amor Sob Medida” é, acima de qualquer coisa, uma linda e envolvente história de amor.  Daquelas que trazem um “quentinho ao coração” e deixam um suspiro gostoso com o desejo de viver algo parecido com alguém especial. Afinal, antes de qualquer coisa, nós nascemos para amar.

Então, o leitor pode esperar muitos suspiros na leitura de “Amor Sob Medida”, mas também há muita reflexão importante e uma grande jornada dos personagens superando conflitos e situações da vida muito próximas da realidade, trazendo acolhimento e possibilidades ao leitor.

E sobre a escrita, o que te inspirou a desenvolver essa obra? Conta um pouco sobre o que você pretendia durante esse processo de desenvolver a história.

Como eu disse anteriormente, a escrita sempre fez parte da minha vida, porém eu nunca tive coragem de escrever minhas histórias. Eu sempre sabotei meus talentos neste sentido, mas escrever um romance era um sonho antigo, pois sempre amei ler este estilo literário.

Escrever “Amor Sob Medida”, foi uma oportunidade que se abriu a partir da participação em uma antologia de contos sobre o amor, onde pela primeira vez na minha vida eu ousei escrever e mostrar a alguém o resultado dessa escrita. Com ela, fui motivada a escrever toda a história a partir dos dois contos que estão na Antologia: “Eles e Elas Falam de Amor”

A história foi nascendo aos poucos e, a cada dia que eu sentava em frente ao computador, vinha uma ideia, e os personagens iam nascendo, e eu ia me envolvendo com eles, tentando ao máximo fazer com que se parecessem pessoas comuns.

A concepção da história começou do final e assim voltei no tempo, na vida da Anna, criando os laços e conexões que fariam sentido com o final da história, que foi escrito primeiro. Foi como montar um quebra-cabeça de palavras.

A violência doméstica é um assunto que gera diversos debates e aos poucos criam-se leis em busca de dar mais espaço e voz às mulheres que passam por situações assim. De que maneira você quis mostrar aos leitores, que para além da ficção, também é um assunto que deve ser tratado com seriedade? Falar disso, para você, também gera mais conhecimento às mulheres que passam por isso e precisam desse acolhimento?

Assim como tantos assuntos sensíveis abordados no contexto da história, a violência doméstica foi um episódio vivenciado pela personagem que “aconteceu” meio que por acaso. A mocinha precisava de uma situação difícil para superar, e a ideia de um relacionamento tóxico veio à tona e encontrou possibilidades no meu texto.

Este não é um livro sobre violência doméstica, mas acredito muito no potencial que a literatura tem de trazer reflexões e oportunidades de discussão em temas como a violência de gênero, o abuso, a homofobia e tantos outros, que são realidade a muitas pessoas, mas que não são falados tanto quanto necessário. Falar desse assunto, sobretudo de uma maneira positiva, mostrando que é possível se libertar dessa realidade, para mim é algo que vai de encontro com o meu propósito na escrita.

Por este motivo, incluí no meu livro canais de denúncia, a história da Lei Maria da Penha e uma carta muito especial da Psicóloga Carolina Dantas, que acolhe mulheres em situação de violência e pode incentivá-las a tomarem providências, no sentido de se libertarem. O conhecimento que a leitura pode proporcionar tem potencial de salvar vidas, não me restam dúvidas quanto a isto.

Reprodução: Foto de divulgação autora Adriana Figueiredo

Você tem mais planos futuros dentro da carreira como escritora? Pode compartilhar um pouco desses planos conosco? 

Sim, tenho muitos planos. Quero me dedicar a escrita em tempo integral um dia, mas enquanto esse momento não chega, eu sigo conciliando o tempo para escrever com todo o resto e já tenho muitos novos projetos iniciados que incluem mais romances, livros infantis, relacionados a maternidade e ainda ao universo feminino, sobre o reencontro da mulher após se tornar mãe.

Como eu disse em resposta anterior, também pretendo me especializar na escrita num futuro próximo e assim poder realizar com mais conhecimento o trabalho que eu mais amo fazer nesta vida.

Tem mais alguma coisa sobre você e/ou sobre seu trabalho que você gostaria de acrescentar?

Escrever transformou a minha realidade. Através da escrita, eu descobri que posso fazer muito mais do que eu imaginava e encontrei uma forma de me realizar profissionalmente através dela e de poder contribuir com os outros através do meu trabalho. Quero ainda incentivar pessoas a realizarem seus sonhos, sejam eles quais forem, porque só desta maneira encontramos o verdadeiro sentido na vida.

O que você diria para quem quer começar a escrever, mas ainda não se sentiu motivado para começar?

A estas pessoas eu diria as seguintes palavras: “Se joguem”. Precisamos apenas acreditar que podemos para fazer. Ninguém nunca irá escrever tão bem como espera que sua escrita seja se não ousar começar. Quanto mais nós lemos e quanto mais nós escrevemos, mais nos tornamos aptos a escrever e ler. É a prática que leva à perfeição. Um texto escrito hoje, será sempre melhor do que aquele que escrevemos ontem. E se eu puder dar um conselho eu diria: não sabotem suas ideias e principalmente não se critiquem tanto. O segredo do sucesso está na nossa capacidade de compreender nossas imperfeições e nos melhorar através delas. Escrever para mim é isso, ter coragem de nos mostrar imperfeitos em busca da melhor lapidação!

E se quiserem saber mais sobre o seu trabalho, quais as plataformas e meios de te encontrar?

Meu principal canal de contato é o Instagram @estreiademae onde tudo isso começou.

Mas tenho também um site que estou aos poucos construindo e aprimorando que é o Estreia de Mãe e ainda minha página no Facebook.

Tenho também um perfil no LinkedIn que busco atualizar aos poucos com temas relacionados a minha escrita: Adriana Figueiredo

E por fim tenho um Podcast onde falo de tudo um pouco, que já está com duas temporadas finalizadas: https://anchor.fm/estreiademae