Caco Souza (400 contra 1) deu uma entrevista para o Geekpop News para falar sobre seu mais novo projeto, o thriller Atena. O longa protagonizado pelos atores Mel Lisboa (Coisa Mais Linda) e Thiago Fragoso (Salve-se Quem Puder), chega aos cinemas brasileiros no dia 31 de julho. A distribuição é feita pela A2 Filmes.

Como surgiu a ideia desse filme?

“O roteiro é do Enrico Pessin. É parceiro de algumas jornadas. Ele já tinha alguns roteiros, é um cara muito ativo nessa área, gosta de escrever e de falar. É uma coisa bem bacana. Ele mandou algumas coisas para eu ler antes da gente começar a pensar.

Acho que ele mandou uns cinco roteiros. E o primeiro que me chamou muita atenção foi o Atena, exatamente por conta do tema. É um thriller, um filme de suspense, que é uma coisa que também me interessa muito. Mas também pelo assunto que o filme aborda, pela maneira com que a gente aborda esse tema do abuso.

De entender que essa pessoa era uma justiceira. Ela foi abusada pelo o pai e, enquanto não encontra o pai, também tenta resolver problemas de pessoas que, como ela, sofreram esse tipo de de de abuso. Então, me interessava um pouco no sentido de entender que “se não tem injustiça, eu mesmo vou fazer justiça e vou atrás da minha ‘vingança’ e dar vingança para as outras pessoas”. Então isso me interessava em contar essa história.”

Esse é seu segundo trabalho com o roteirista Enrico Peccin, como a parceria começou?

A gente foi apresentado por um amigo comum que é o ator Lui Mendes. O Lui conhecia o Enrico e a nossa conversão começou por outro roteiro, não foi por com do Atena ou do Mato ou Morro, nosso outro filme juntos. Era um outro roteiro, com um outro grupo de pessoas e esse foi a primeira coisa que surgiu. A gente começou a discutir, mas acabou não acontecendo nada porque era um roteiro de encomenda para ele e acabou não vingando.

E aí como ele já tinha algumas coisas prontas, ele mandou. A gente foi lendo e aprimorando a história do Atena. Aprimorando no sentido de deixar mais cara de cinema, alguma coisa possivelmente “filmável”. Porque, obviamente, você começa com aquelas coisas muito grandiosa e acaba que não acontece. Então, a gente trabalhou bastante em cima do roteiro. Ele trabalhou também bastante nesse sentido de buscar. A gente tinha pensado de uma forma e aí fomos esmerilhando a história para ficar bacana. Pintou essa outra oportunidade da gente fazer um outro filme juntos também em parceria com a A2 Filmes que é o “Mato ou Morro”, uma comédia mais ácida com Raphael Logam. É um outro estilo de filme, bem diferente do Atena.

Durante uma entrevista, Enrico Peccin falou que escreve roteiros de comédia e que foi um desafio escrever o Atena. Além disso, que vocês gravam a 21ª versão do roteiro. Foi isso mesmo?

Eu não sei qual versão, mas eu acredito muito gente vai amadurecendo o roteiro. Com a experiência de alguns trabalhos anteriores, você vai entendendo que determinadas coisas dão certo, outras não. Dão certo no sentido de encaixar dentro da trama, não é nem pensando comercialmente. Eu acho que a gente foi trabalhando isso. Em uma versão ela matava o pai, na outra não matava. A gente vai construindo para que a gente tenha um roteiro mais amarrado, mais bem feito para poder rodar.

Até porque, vocês tiveram o desafio de gravar durante a pandemia, né?

Foi, foi loucura isso. cara. A gente tinha que testar semanalmente, né? A vacina ainda estava começando. O que foi bom, por exemplo, é que Gramado (RS) estava vazio. Foi uma coisa boa, no esse sentido de que estava mais tranquilo, mas essa é uma coisa da nossa memória que não é nem bom ficar lembrando muito.

Você já pensava na Mel Lisboa e no Thiago Fragoso como seus protagonistas?

Atena, filme de Caco Souza, chega aos cinemas em 31 de julho pela A2 Filmes.
Créditos: A2 Filmes

A Mel (Lisboa) era um desejo muito antigo de trabalhar com ela. Surgiu uma oportunidade uma vez, alguém falou “vamos chamar a Mel”. Eu não lembro o que aconteceu, acabou não dando certo. E depois, foi a primeira pessoa que nós pensamos (para Atena), isso não é nenhuma história inventada. Porque eu acho que a Mel tem essa coisa, ela não é só a bonitinha, bacaninha, aquela que você olha e fala “poderia ser minha irmã”. Eu acho que ela é mais que isso. Ela tem esse lado mais doce, mas também tem aquela pegada. Ela é muito visceral nesse sentido.

O Thiago (Fragoso) também, ele tem essa coisa de ser um cara bom. Você olha para ele e pensa “é um cara bom, bacana, legal”. Então, em momento algum nós pensamos em ter um romancezinho entre os dois, entendeu? Porque é muito comum. Eles estão ali tendo um problema e se solidarizaram dentro de uma situação em que ambos buscavam um resultado. Ela atrás do pai e ele com a matéria que estava fazendo para o jornal sobre pedofilia.

Atena é uma deusa grega da sabedoria, da estratégia militar, da justiça e das artes. O quanto esse arquétipo influenciou na construção da personagem?

Eu acho que muito. Quando você fala que ela é a deusa da guerra, é isso. Ela vai para a guerra, ela tem um trauma de infância que é a coisa do pai e ela vai tentar resolver o problema dela e das outras pessoas que, como ela, sofrem ou sofreram abusos recorrentes. Acho que é completamente isso, Atena é guerreira.

Atena chega exclusivamente aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 31 de julho

Confira a entrevista completa, disponível no Youtube: