Chico Fonseca é arquiteto e urbanista, nascido em São Luís do Maranhão, em 1949. Aos 15 anos, mudou-se com meus pais para o Rio de Janeiro, onde se formou e constituiu uma família. É casado, tem dois filhos e duas netas. Ele diz que Maratonar livros e ouvir música são as atividades prediletas. Em entrevista ao GeekPop News, eles nos conta sobre as inspirações e ideias para construir as próprias na narrativas, em especial do livro “Amores, Marias e Marés”.
Como surgiu essa vontade e desejo pela escrita?
Desde criança, gostava de escrever poemas e contos. De uns tempos para cá passei a publicar crônicas e poemas em blogs e mídias sociais, mas ainda nada profissional.
Sobre o livro “Amores, Marias, Marés” o que você pode introduzir sobre ele? O que as pessoas poderão encontrar ao ter essa leitura?
É uma história de amor entre duas jovens, em São Luís, nos anos 1960. Numa cidade pacata e provinciana, num ambiente de recato, religiosidade e preconceito, uma relação afetiva entre duas mulheres, professora e aluna, não fazia parte do imaginário coletivo da cidade, mas sua revelação certamente despertaria forte reprovação e censura.
E sobre a escrita, o que te inspirou a desenvolver essa obra? Conte um pouco sobre o esse processo de desenvolver a história.
A ideia surgiu de uma história ouvida numa conversa de adultos. Eles falavam de um casal que tinha viajado para o Rio de Janeiro na tentativa de abafar a repercussão de um adultério cometido pela esposa, o que, na época, era um grande escândalo. Mais curioso ainda, o adultério teria sido cometido não com outro homem, mas com uma moça.
A lembrança desse fato me deu a oportunidade de abordar com empatia, respeito e delicadeza, anos mais tarde, a questão da homoafetividade, ainda hoje um assunto considerado tabu, abordando o tema com naturalidade, e tratando o assunto como uma manifestação normal da sexualidade e da afetividade humana.
A potência de obras históricas nos conta sempre mais sobre o que se passava décadas atrás e para além disso, o que, especial, aprendemos com tudo isso. De que maneira você quis atingir os seus leitores dentro das temáticas abordadas na obra?
A aluna, Mariana, uma afrodescendente miscigenada, tinha vontade de saber mais sobre sua ancestralidade. Com a ajuda da professora, Maria Ellena, começam a pesquisar nos arquivos, igrejas e conventos da cidade. Até que se deparam com alguns envelopes pardos, empoeirados, esquecidos em uma velha prateleira do Convento de N.S. do Carmo. A partir daí, várias surpresas sobre o passado são reveladas pelos documentos encontrados.
Mesclando personagens reais e imaginários, costurando retalhos de vidas verdadeiras com outras que, por descuido do destino, não chegaram a existir, relatei esta história com a emoção e a poesia que a minha narrativa foi capaz de produzir.
Você tem mais planos futuros dentro da carreira como escritor? Pode compartilhar um pouco desses planos conosco?
Claro. Ter um primeiro livro publicado não é uma tarefa fácil. Mas vencida essa barreira inicial, temos a oportunidade de apresentar outros trabalhos para as editoras e dar continuidade à carreira. É o que pretendo.
Tem mais alguma coisa sobre você gostaria de acrescentar sobre você e seu trabalho?
Em última análise, a intenção do livro é plantar uma semente de tolerância no coração das pessoas em relação a esses dois assuntos, ainda hoje espinhosos: homoafetividade e afrodescendência.
O que você diria para quem quer começar a escrever, mas ainda não se sentiu motivado para começar?
Vou dizer o que eu aprendi nesse processo. As editoras precisam de novas obras e de novos autores, mas a concorrência é grande. Sua obra deve ter: originalidade, boa qualidade da narrativa, boa qualidade da pesquisa e síntese.
A partir daí, procure escrever com emoção e reescever com obsessão, até alcançar o seu melhor. Sua obra, para ser aceita, tem que encantar o editor.
Se você realmente gosta de escrever e tem talento para a escrita, procure ajuda especializada sobre como apresentar o seu trabalho para uma editora, como divulgar a sua obra. Não tente fazer tudo sozinho. Se a sua escrita for boa de verdade, você vai acabar encontrando o seu espaço.
E se quiserem saber mais sobre o seu trabalho, quais as plataformas e meios de te encontrar?
O meu Instagram é @chicofonsecaneto. Lá você vai encontrar vários posts, vídeos, booktrailer. Os livros estão à venda em praticamente todo o Brasil, nas principais livrarias, além da Amazon, Magalu e outras plataformas.