Em entrevista exclusiva, Fábio Bestana Gimenes, autor iniciante, compartilha um pouco do seu processo de escrita, suas dificuldades e suas inspirações.

Olá, Fabio! Obrigada por aceitar o convite. Nós do Portal de Notícias GeekPop News estamos felizes com a oportunidade.

Para começarmos, gostaríamos que falasse um pouco sobre você, vimos que é advogado e farmacêutico. Ficamos curiosos a respeito do seu amor pela escrita. Quando surgiu e quando você soube que queria ser escritor?

A paixão pela escrita vem bem antes da escolha de carreiras que eu seguiria na minha vida jovem adulta. Mais especificamente durante os últimos anos do colegial quando minha família precisou mudar de cidade e tive eu deixar grandes amigos para trás. Tudo começou com cartas – sim, naquele tempo ainda não tínhamos serviços de e-mails muito práticos – e as temáticas eram sempre cômicas além, é claro, dos relatos de como a vida seguia.

Em muitos momentos me via rabiscando breves poesias e versos nos intervalos da escola. Já na faculdade a vontade de transformar esse passatempo em algo mais concreto só foi aumentando. Minha primeira tentativa de escrever uma história, que teria um detetive como protagonista, acabou sendo guardada por mais tempo, pois me achava muito cru para produzir um texto que chamasse a atenção do leitor, tudo era muito vago e desconexo.

Com mais tempo de leitura e aprendizado, já cursando minha segunda faculdade, finalmente pude colocar minhas ideias em ordem e de forma mais atrativa para meu público alvo. Ao terminar essa minha primeira história eu tinha certeza do que queria fazer a partir de então. E eu amo essa história.

O que os leitores podem esperar do seu livro: “Os números de Ághora: Seven”?

Ação, aventura, fantasia e mistério. Essa é a combinação que trago para essa história que conta com os três protagonistas que se tornam grandes amigos: Elaine, a menina mais inteligente e corajosa; Chien, um pequeno guerreiro, por vezes não tão valente, mas com um coração gigantesco e Sheeva, a gatinha alada que tem grandes sonhos e se torna o elo fundamental entre todos.

Mas não se engane se acha que essa história é só para os mais jovens, pessoas de qualquer idade podem encontrar boas horas de diversão durante a leitura.

Divulgação do livro “Os Números de Ághora: Seven”

“Os números de Ághora: Seven” é uma fantasia. Por se tratar de um gênero literario onde a imaginação é bastante aflorada, gostaríamos de saber qual foi a sua maior dificuldade escrevendo esse livro?

Ao analisarmos para quem queremos direcionar nossas obras, é importante entender os desafios que a escrita trará. Não poderia desenvolver uma obra pensando no alcance que ela poderá ter entre as pessoas mais novas utilizando temáticas adultas, mas também não poderia trabalhar em algo muito infantilizado, pois mesmos as nossas crianças de hoje já são muito inteligentes e tecnológicas do que outros tempos atrás.

O cuidado com as palavras, o cuidado para não se utilizar de termos complexos que pudessem transformar a leitura em algo maçante e a forma de escrever incitando ao leitor querer continuar até o fim foram os maiores desafios. A história precisava ser leve, fluída e prender a atenção capítulo a capítulo até a sua conclusão e acredito que consegui atingir esse objetivo. Mas isso apenas os leitores poderão dizer.

Por ser um autor iniciante, você tem enfrentado muitas dificuldades no começo da carreira? Além disso, o que você diria para quem quer começar na escrita mas não se sente motivado?

A principal dificuldade que se encontra no mercado editorial brasileiro é ser alguém desconhecido. Os espaços são sempre preenchidos por personalidades da TV, reality shows, pessoas polêmicas ou as que encontraram na internet uma janela para o sucesso. Eu entendo que é muito mais viável para as grandes editoras apostarem no que dá garantia de retorno em vendas que arriscar em novos talentos que nem sempre compensam o investimento.

Por isso temos a presença maciça no mercado de autores internacionais já carimbados e pouco espaço para aqueles que buscam uma parceria com mais visibilidade para adentrar ao mercado.

Fábio BeGi, autor do livro "Os Números de Ághora: Seven”
Autor Fábio BeGi

A quem está começando, como eu também estou, o meu conselho é esse: tudo o que você produz, toda a imaginação que é transformada em palavras, todos os estudos que você transporta para um novo significado, todas as belas palavras que combinadas com sua paixão pela literatura se convergem em incríveis histórias, bem, meus amigos, elas merecem ser conhecidas pelo maior número de pessoas possível.

Jamais guarde esse mundo que tem dentro de você apenas em você, afinal, quantas vezes essas palavras que você esconde podem ser aquelas que poderão aguçar a imaginação de tantas outras pessoas?

Hoje a mesma internet que pode produzir tanto conteúdo nonsense também ajuda a levar ao público coisas maravilhosas, use essa ferramenta. Se tem tempo disponível, divulgue suas obras em feiras, monte canais de comunicação em redes sociais.

Para finalizarmos, gostaríamos de saber se houve algum livro que te inspirou a começar a escrever?

Livros foram muitos, de todos os tipos: sagas, romances, filosofia. Mas nesse caso a inspiração vem claramente de As Crônicas de Nárnia (C.S. Lewis).

Porém, jamais deixo de fora as HQs que foram de fato meu primeiro contato com a leitura. E são muitas, como a Turma da Mônica, TEX, Superman, Batman, Spiderman e tantos outros que faziam eu deixar a conta na banca pra lá da estratosfera e consequentemente ouvir bronca dos meus pais, que em nenhum momento pediram para que eu parasse de ler.

O que me inspira a escrever são meus sonhos, eu apenas os coloco onde possam ser compartilhados com outras pessoas.

Quero agradecer o espaço cedido pela equipe para a divulgação do meu trabalho. É muito importante todo o apoio que possamos receber na carreira literária e é incrível poder contar com plataformas que abrem essas oportunidades.

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