Em uma entrevista com muito papo sobre fantasia, a autora Vivianne Fair nos conta sobre o processo de criação e um pouco sobre como iniciou o gosto pela escrita. Confira também a resenha do livro “O Legado do Dragão“.
Antes de tudo, quero agradecer por ter aceitado fazer uma entrevista conosco. Espero que se sinta super à vontade para responder cada uma das perguntas. Qualquer dúvida ou observação estou à disposição.
Bom, eu que agradeço! Fico muito feliz de responder! Sou Vivianne Fair, 43 anos, professora, mãe, autora, artista plástica (formada na UnB), biscuiteira, cantora, ilustradora, roteirista, quadrinista e posso garantir que meu cheesecake é de outro mundo. Amo ler, escrever, desenhar, cinema e videogame e um dos meus hobbies é fazer todo mundo rir. Atualmente estou escrevendo dois livros e cursando uma pós em modelagem e animação 3D. Se tem uma coisa que amo é aprender uma coisa nova. Também sou casada e tenho uma cachorrinha chamada Paçoca.
Como surgiu essa vontade e desejo pela escrita?
Eu tinha 4 anos. Meu pai tinha uma coleção imensa de gibis e muitos livros de contos de fada da Disney. Eu queria demais aprender a ler para poder ler sozinha e entender os desenhos. Eu fazia de conta que fazia letras e desenhava as histórias. Acabou que aprendi mesmo com 4 anos com os livros da Disney, e ele me ensinou. Eu passava o dia lendo e escrevendo. Meus pais acharam o máximo, até me levaram na psicóloga (rs). Depois que aprendi a ler, achei pouco e queria fazer mais do que ler as histórias que já existiam. Então passava o dia escrevendo, mas ainda não tinha intenção de publicar. Isso só aconteceu na minha graduação, quando minha professora pediu para eu escrever um livro sobre a fotonovela que criei para a exposição. Ela amou e me pediu para publicar. Aí começou a “bagaça” toda.
Sobre o livro “O Legado do Dragão”, o que você pode introduzir sobre ele? O que as pessoas poderão encontrar ao ter essa leitura?
Quando comecei a escrever o Legado do Dragão, eu tinha intenção de fazer uma fantasia leve e descontraída, mas um pouco mais séria do que meu outro livro “Quem precisa de heróis?” O livro conta a história de Missandra, uma princesa cujo pai eliminou todos os dragões na última grande guerra contra as criaturas. Anos se passaram e ela colecionava escamas e histórias delas, obcecada por elas. No entanto, um dia enquanto seu pai e seu guarda-costas (que ela jura de pé junto que quer matá-la) estavam fora, um imenso dragão azul aparece e destrói toda a cidade. Ela decide ir em busca de respostas e junta companheiros para partir na jornada. As coisas ficam um pouco tensas quando ela descobre que os dragões poderiam assumir uma forma humana e o colar que ela carrega parece ter um estranho poder sobre os seres mágicos. Apesar de possuir um tema que parece preocupante, o livro é leve, descontraído e cheio de personagens cativantes e descontraídos (como meus leitores mesmos os nomeiam: nonsense) e também figuras mitológicas como medusas, harpias, sereias, lobisomens e fadas.
E sobre a história, o que te inspirou a desenvolver essa narrativa? Conta um pouco sobre o que você pretendia durante esse processo de desenvolver a história.
Eu estava fazendo algo que não requer o uso do cérebro como tomando banho ou lavando a louça, não tenho certeza. Então uma cena começou a se formar na minha cabeça. Era uma cena de Missandra com um dragão. Eu gostei e depois comecei a pensar mais nela e outras foram surgindo (na verdade é assim mesmo o processo de criação dos meus livros). Eu pretendia fazer um livro leve, mas com o tempo ele começou a mexer muito comigo e eu mal conseguia dormir ou comer até terminar. Os personagens iam surgindo e eu ia me divertindo muito com eles.
Dragões encantam os amantes de fantasia (e me incluo nisso). Como foi construir essa relação na história, tendo como base uma criatura que é um marco em diversas narrativas medievais?
Assim como Missandra, sou fascinada por dragões. Desde minha época de Caverna do dragão e culpa de vários videogames que joguei e dos livros que com certeza devorava se algum deles aparecia. Na verdade, em quase todos os meus livros de fantasia, eles aparecem, como é no caso do livro “Quem precisa de heróis”, onde a personagem principal tem um dragão de 15 metros de estimação, a Rainha Sombria, que é uma feiticeira que os controla e o Ovo do Dragão, que sairá ano que vem por uma editora, de um garoto que está virando dragão por ter cometido uma pequena besteira. Meus dragões ora aparecem sendo muito violentos e sérios, e em outros sendo mais leves e divertidos, ou sábios e introvertidos. De qualquer forma, são criaturas que são fascinantes para mim.
A literatura fantasia nacional tem buscado cada vez mais espaço. Nota-se, que aos poucos, há um maior reconhecimento desse espaço, o que proporciona mais leitores de obras assim. Como é para você e qual a visão que tem em estar fazendo parte e ocupando (merecidamente) esse espaço?
Eu tenho que dizer que é um sonho. Uma coisa é você manter suas ideias presas na imaginação, outra bem diferente é fazer com que elas sejam divididas com outras pessoas que também gostam delas. Que se assustam, que riem, que torcem, que gritam com seus personagens. É maravilhoso ver que as pessoas abrem os olhos para os grandes autores que estão se destacando na literatura e abrindo espaço para eles. O que somos nós sem leitores? Quero que meus livros façam parte de suas histórias também.
Você tem mais planos futuros dentro da carreira como escritor? Pode compartilhar um pouco desses planos conosco?
Claro! Pretendo escrever os livros que ainda estão presos em minha cabeça e tentar não levar tanto tempo para lançá-los como eu andava fazendo (risos). A outra coisa é que agora que estou cursando modelagem 3D e animação, também gostaria de animá-los e divertir ainda mais os leitores com eles. Para mim, meus personagens estão vivos e correndo à solta por aí. Quero fazê-los virtualmente agora. Meu próximo passo é lançar o livro 2 do Legado e o Caçado 3.
Tem mais alguma coisa sobre você e/ou sobre seu trabalho que você gostaria de acrescentar?
Podem falar comigo nas redes e bienais da vida porque eu respondo e agradeço de todo o coração. Acho que sou uma autora carente às vezes, como sou ansiosa. Às vezes eu desanimo, animo de novo, quero fazer outras coisas e por vezes sumo das redes sociais, mas estou lá sim, só quieta pensando nas coisas.
O que você diria para quem quer começar a escrever, mas ainda não se sentiu motivado para começar?
É difícil esperar a motivação vir. Assim como é um esforço sobrehumano se sentir motivado o tempo todo. Escreva quando sentir a inspiração, não cobre muito de si mesmo, especialmente se estiver começando, não tenha medo de se expor, se escrever é o que realmente quer fazer. É mais triste nos arrependermos de coisas que não fizemos porque tivemos medo do que por coisas que fizemos. Coragem, só depende de você realizar seus sonhos. Ninguém vai fazer isso por você, por mais que te ame.
E se quiserem saber mais sobre o seu trabalho, quais as plataformas e meios de te encontrar?
Podem me encontrar pelos meu instagram: https://www.instagram.com/autoravivifair/ e também: https://www.instagram.com/vivi.artistando/
meu blog: http://www.recantodachefa.com.br/
meu facebook: https://www.facebook.com/autoraviviannefair/
Linkedin: https://br.linkedin.com/in/vivianne-fair
Meu youtube: https://www.youtube.com/@RecantodaChefa
Também podem me encontrar andando por Brasília. Por que não?