Lírio Ferreira e Natara Ney chegam aos cinemas, na última quinta (16), com o documentário Cafi. O longa retrata a vida e obra do fotógrafo brasileiro Carlos Filho, o Cafi, numa produção regada a Música Popular Brasileira.

A parceria entre os diretores já viajou por alguns lugares do mundo, sendo premiada no Los Angeles Brazilian Film Festival, e, agora, chega aos cinemas de seis estados brasileiro. Os diretores do projeto documental conversaram com o GeekPop News sobre a estreia do filme e contaram detalhes da produção.

Natara, Lírio e Cafi

Natara e Lírio possuem semelhanças na maneira em que conheceram o fotógrafo. Antes de mergulharem na obra do pernambucano, ambos estabeleceram uma relação de amizade com Cafi. Natara, também pernambucana, comenta sua primeira conexão com o conterrâneo:

“Cafi foi o primeiro pernambucano que estava no Rio de Janeiro quando cheguei para morar lá. Eu só conhecia suas fotos clássicas, não sabia que o acervo dele era tão grande. Então, antes, eu conheci o amigo Cafi. Depois fui conhecendo mais da produção artística”.

Lírio, no entanto, já considerava Cafi uma lenda – relembrando a menção ao fotógrafo na na canção Quando Eduim Desde a Ribeira de Alceu Valença. O diretor tinha amigos em comum a Cafi e, ao mudar-se para o Rio de Janeiro, assim como Natara, foi recepcionado pelo artista:

“Ele me ensinou muito sobre a cidade que eu estava escolhendo para morar. Ficamos muito amigos logo de cara e começamos uma jornada muito bonita”.

O diretor Lírio Ferreira.

Parceria

Lírio Ferreira e Natara Ney já trabalharam juntos em outros projetos. A parceria deu tão certo que, assim, produziram Cafi de forma natural e harmoniosa.

“Produzir em parceria se torna mais fácil quando você conhece a pessoa há muito tempo. Quando se tem um processo de troca de muito tempo. Eu e Lírio já fizemos muitos trabalhos juntos, então isso simplifica. 

E há também o lugar da escuta. Você precisa saber ouvir o outro.”

A diretora Natara Ney.

Um cinema de sensibilidade

Já quando falamos da produção do documentário, Lírio e Natara concordam que o projeto é, sobretudo, de afetos. Não somente pela amizade que ambos tiveram com Cafi, mas no cuidado e tratamento de todo o acervo do fotógrafo. Para Natara:

“A ideia do documentário narrado por ele mesmo, é de ter, de uma forma emocional, a história da fotografia. As capas dos artistas, a memória. Um fotógrafo como o Cafi deve ter o trabalho resguardado, e a gente conta essa história para que mais pessoas conheçam o trabalho dele”.

Narrado por Cafi, o documentário sensibiliza o público por diversos momentos. Nas palavras de Lírio:

“O grande barato do documentário é você se perder para, então, se achar. A vida do Cafi já é uma grande inspiração, com seu coração imenso e generoso. É um filme de amor”.

Projetos seguintes

Segundo Lírio, colocar Cafi na sala escura de um cinema já é uma vitória. O trabalho de Cafi na tela grande, tratado com tanta sensibilidade, é uma conquista para ambos.

Para o diretor, agora, é hora de fazer com que o filme permaneça nos cinemas por semanas, alcançando um público maior e, assim, em seguida, partir para os projetos seguintes.