Para além de seu fascínio pelos monstros clássicos, diretor também eternizou suas próprias Criaturas no Cinema
Frankenstein (2025), mais nova adaptação cinematográfica do romance de Mary Shelley, entrou no cardápio da Netflix dia 7 de novembro. Muito hype antecipou essa estreia, já que o aclamado cineasta mexicano Guillermo del Toro dirige o projeto. Estão no elenco Oscar Isaac (Duna) e Jacob Elordi (Saltburn) respectivamente nos papéis de Victor Frankenstein e sua Criatura, além de Mia Goth (MaxXxine), Christoph Waltz (Django Livre) e Charles Dance (Game of Thrones).
Diretor, roteirista, produtor e maquiador de efeitos especiais, Del Toro costuma se envolver em todos os processos criativos de suas produções, tornando-se assim um dos diretores de cinema mais originais e inovadores de seu tempo. Com uma fascinação antropológica por monstros, seus filmes são dotados de um universo único repleto de criaturas fantásticas que ele mesmo desenha.
Conheça algumas das fascinantes (e assustadoras) criaturas que fazem parte do elenco de monstros de Guillermo Del Toro:
Escaravelho Dourado (Cronos)
Em Cronos (1992), primeiro longa profissional de Guillermo Del Toro, o antiquário Jesús encontra uma relíquia antiga ao examinar uma estátua oca em sua loja. A peça, que tem o formato de um escaravelho dourado, é, na verdade, um dispositivo milenar que aprisiona um “inseto vampiro” em seu interior. Quando é “mordido” pelo objeto misterioso, Jesús se torna imortal.
Geração Judas (Mutação)
Geração Judas é o nome dessa espécie de insetos geneticamente modificados, que habita as profundezas do metrô de Nova Iorque. Foram criados pela Dra. Susan Taylor (Mira Sorvino), e introduzidos nos esgotos para exterminarem baratas. No entanto, uma mutação faz com que se adaptem à natureza e se tornem predadores dos humanos. É preciso muito mais do que inseticida para acabar com esses monstros, que além de tudo mimetizam as feições humanas. O monstro aparece em Mutação, terror/sci-fi de 1997, primeira produção americana de Del Toro.
Fauno (O Labirinto do Fauno)
Em O Labirinto do Fauno (2006), Ofélia é uma menina que vive sob a opressão da ditadura espanhola e de seu padrasto assassino, o capitão Vidal. Assim que encontra um labirinto no meio do mato, recebe a visita de uma criatura com chifres e patas de bode, que se apresenta como Fauno. O Fauno afirma que Ofélia é a reencarnação de uma princesa do reino da magia. Para voltar para sua verdadeira casa, portanto, ela precisa cumprir três tarefas secretas. Inspirado em uma criatura mitológica, Fauno é um coadjuvante fundamental nesse drama fantástico, onde os verdadeiros monstros são os seres humanos.
Homem Pálido (O Labirinto do Fauno)
Uma criatura humanoide vil de pele pálida habitante do submundo em O Labirinto do Fauno, que a personagem Ofélia precisa enfrentar para conseguir uma chave mágica. Sem dúvida, é o monstro de Del Toro mais conhecido, e um dos antagonistas que faz o filme de 2006 ser inesquecível. De acordo com o diretor, as inspirações para seu modelo foram diversas, inclusive uma visão que teve quando era criança. A cena do Homem Pálido devorando uma fadinha remete ao quadro de Goya, “Saturno Devorando Um Filho”.
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Monstros Kaiju (Círculo de Fogo)
Os Kaiju são criaturas monstruosas que emergem do mar em Círculo de Fogo (2013). Na verdade, são monstros alienígenas gigantes, que invadem a Terra por um portal tridimensional no fundo do oceano pacífico, chamado A Brecha. Seus corpos possuem características colossais e funcionam como verdadeiras máquinas de guerra. Só é possível derrotá-los usando Jaegers – mecha robôs pilotados por vários humanos ao mesmo tempo. Além disso, “Kaiju” é um termo em japonês associado aos monstros gigantes do subgênero da ficção científica, como Godzilla, King Ghidorah, Mothra e etc. Apesar da inegável referência, o diretor buscou trazer uma visão original e, dessa forma, apresentar o universo ao público mais jovem.
Homem-peixe (A Forma da Água)
Monstro para uns, Deus para outros. Em A Forma da Água (2017), durante a Guerra Fria, o serviço secreto do governo americano captura uma peculiar criatura fantástica. Pouco se sabe sobre esse ser metade homem, metade anfíbio, que habita os rios da América do Sul. Alguns acreditam ser um semideus, mas isso não impede que ele seja mantido em cativeiro e torturado. Carinhosamente apelidado de Homem-peixe, esse personagem é fruto do fascínio do diretor por O Monstro da Lagoa Negra (1954), de Jack Arnold. Nesse premiado longa, Guillermo homenageia um de seus clássicos favoritos, mas não sem antes aumentar o protagonismo do monstro.
Curiosidades sobre os filmes
- Tanto o Homem Pálido quanto o Fauno foram interpretados por Doug Jones. O ator também trabalhou com Guillermo em Mutação e Hellboy.
- A princípio, Doug hesitou em aceitar o papel de Fauno, pois não sabia falar espanhol. Chegou a aprender a língua antes das filmagens, mas foi Pablo Adán que acabou dublando o personagem.
- O Labirinto do Fauno ganhou o Oscar de Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia em 2007.
- Na maioria de seus filmes, Guillermo Del Toro prefere utilizar o mínimo possível de soluções digitais em suas criaturas, pois acredita que os efeitos práticos preservam o realismo que pretende transmitir.
- A Forma na Água ganhou duas de treze indicações ao Oscar em 2017.
Agora que você sabe quase tudo sobre os monstros de Guillermo Del Toro, já pode aumentar suas expectativas acerca de sua nova adaptação do clássico Frankenstein. O filme já está em cartaz em streaming pela Netflix, e você pode assisti-lo nesse link.
Redatora em experiência sob supervisão de Thiago Satiro.
Crédito da imagem de capa: Divulgação/Netflix
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