A Festa Literária Internacional da Mantiqueira (FLIMA) 2025 encerrou sua sétima edição no último domingo (18). Com o tema “Deslocamentos e Pertencimentos”, o evento, que acontece em Santo Antônio do Pinhal (SP), reuniu um público recorde de 15 mil pessoas.

Consagrada como um dos eventos mais pulsantes do calendário literário nacional, foram quatro dias com mais de 70 atividades em uma programação 100% gratuita. A FLIMA 2025 homenageou o escritor Milton Hatoum e recebeu também o jornalista Jamil Chade, a comentarista Milly Lacombe, o escritor e ambientalista Kaká Weará e a escritora Luciany Aparecida. Assim, esta, destacou sobre o evento, que “a literatura é esse lugar onde a gente não desaparece. É onde a gente existe de novo”.

A sétima edição da Festa Literária

FLIMA 2025
Créditos: Divulgação

A FLIMA deste ano teve a curadoria formada por Cristiane Tavares, Maria Carolina Casati e Roberto Guimarães. A proposta era incentivar diálogos potentes sobre literatura, migração, memória, identidade e ancestralidade. O público lotou todas as mesas, oficinas e shows que transformaram o centro da cidade em palco para encontros entre arte, palavra e música.

Além disso, a FLIMA promoveu ações de acessibilidade. Dessa forma, LIBRAS, audiodescrição e legendas estavam disponíveis nas transmissões do auditório, permitindo maior inclusão do público. As mesas foram transmitidas pelo YouTube e Instagram, em tempo real e alcançaram ao menos cinco mil espectadores. Os vídeos seguem salvos e podem ser vistos no canal da FLIMA.

Juntamente com os mencionados, outros destaques da edição foram a Feira de Livros e a Feira de Produtores Mantiqueira. Estes reuniram mais de 50 expositores entre editoras independentes, coletivos editoriais, livrarias, designers e produtores artesanais da região, que movimentaram a economia local e assim fortaleceram os vínculos com a comunidade.

Ainda mais, a festa se expandiu para além dos espaços tradicionais, ocupando praças, escolas e bares da cidade. “A FLIMA é uma travessia entre afetos e palavras. A Mantiqueira se torna, durante o festival, um território onde as histórias se cruzam, resistem e florescem”, comentou o diretor e curador, Roberto Guimarães.

A Fliminha

A FLIMA 2025 trouxe também a Fliminha, voltada especialmente para o público infantil. Esse desdobramento do evento apresentou uma programação com atividades como contação de histórias, oficinas criativas, apresentações teatrais, shows e muito mais.

Entre os destaques, estiveram a oficina de origami conduzida com delicadeza por Maria do Carmo e a oficina de argila ministrada pela indígena Chirley Pankará, que proporcionou às crianças um contato direto com a natureza. “O contato das crianças com a natureza em sua forma primária é emocionante! Ver elas moldando a argila, criando esculturas e brincando é um momento de muito aprendizado e respeito com nosso bem mais precioso”, ressaltou Chirley.

A curadora Cristiane Tavares afirmou que, vendo o sucesso, a volta da Fliminha na próxima edição é certa. “Com certeza, no próximo ano, teremos uma Fliminha ainda mais recheada de atividades! As crianças são nossos futuros leitores, e esse contato precoce com o universo da cultura faz toda a diferença”, destacou.

Balanço de vendas de livros

FLIMA 2025
Créditos: Divulgação

De acordo com a organização do evento, a estimativa aponta para cinco mil exemplares de obras vendidas nos quatro dias de evento. Segundo a Livraria Mantiqueira, a livraria oficial da FLIMA, foram vendidos cerca de dois livros por minuto.

Ainda com base nos dados da livraria oficial, os autores mais procurados pelos frequentadores foram Milton Hatoum, o homenageado da edição, assim como Milly Lacombe, Jamil Chade, Luciany Aparecida e Marcelo Leite.

A FLIMA 2025 conta com o apoio do Governo do estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Programa de Ação Cultural – ProAC e do Fomento CULTSP.