“Grito Distante” da Editora Kotter é o trabalho mais recente do escritor e doutorando em estudos literários mineiro Bruno Nogueira. A proposta do autor é refletir sobre a necessidade de superar barreiras, mas não é apenas uma narrativa sobre crescimento pessoal. “Grito Distante” aborda temas complexos como depressão, polarização política e a arte como ferramenta de transformação.

O personagem principal é um jovem que cresce em meio a um cenário político turbulento. A partir daí, ele passa a refletir não apenas sobre a necessidade das amizades, mas também sobre a necessidade de ouvir o outro. A história se passa em cidades reais, como Curitiba, Uberaba e Lagoa da Prata, e aborda eventos históricos recentes. No ambiente em que o personagem vive, seus familiares e amigos têm visões políticas opostas, e dessa forma, ele tenta encontrar o seu lugar no mundo.

A amizade com Rodrigo, personagem que lida com questões sérias como HIV e depressão, é um dos pilares da história. O autor falou como essas questões devem ser retratadas nas obras literárias: “Seria delicioso poder fazer arte pela arte, só pelo desenvolvimento de uma estética, de algo belo… mas o mundo de hoje bate à porta e a gente se sente irresponsável quando ignora por completo a política”. 

“Através da escrita, eu estou agindo no mundo de alguma maneira, mesmo que minúscula, mesmo que poucos vejam. Estou falando de ideias que me parecem importantes, e fazendo isso, é como se tirasse das costas uma responsabilidade”.

Sobre o autor

Bruno Nogueira é escritor, tradutor e doutorando em estudos literários pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nasceu em Lagoa da Prata (MG), e atualmente vive entre as cidades de Uberaba (MG) e Curitiba (PR). É autor do livro de contos: “A Síndrome do Impostor”. Além disso, é roteirista do podcast “First Life“. 

Já foi professor de inglês, tradutor de artigos científicos e editor de textos acadêmicos. O processo de escrita de “Grito Distante” durou cerca de cinco anos. Inicialmente era para ser uma obra autobiográfica. No entanto, tomou rumos inesperados, sendo reescrito como um romance.  

Para construir os personagens e os cenários, o autor buscou referências não apenas em obras literárias, mas também em trabalhos filosóficos e científicos.

Além disso, a estrutura do livro também reflete os temas abordados, uma vez que parágrafos só aparecem quando há diálogo, simbolizando a importância da voz e do ouvir, enquanto espaços em branco representam silêncios significativos.