Harper Lee nasceu em 28 de abril de 1926, na pequena Monroeville, Alabama. Desde cedo, cultivou uma paixão intensa pela leitura. Inspirada pelo ambiente sulista e pelas tensões sociais ao seu redor, começou a escrever histórias que ecoavam verdades profundas. Em 1960, publicou seu primeiro romance.
“O Sol é Para Todos” surgiu como um grito contra o racismo e a injustiça. Diante disso, a crítica acolheu a obra com entusiasmo e o público respondeu com admiração. A narrativa segue Scout Finch, uma menina observadora que descobre o mundo através da coragem de seu pai, o advogado Atticus Finch. Atticus desafia o preconceito de sua comunidade ao defender um homem negro falsamente acusado de estupro. Seu caráter forte marcou gerações de leitores.
Antes de mais nada, o livro conquistou o Prêmio Pulitzer em 1961 e ultrapassou os 40 milhões de exemplares vendidos. Logo, tornou-se leitura obrigatória em escolas e universidades. Dois anos depois, em 1962, o cinema eternizou a história. Gregory Peck deu vida a Atticus Finch, imortalizando seu legado com uma atuação premiada.
Harper Lee e o anonimato
Apesar da fama, Harper Lee manteve-se longe dos holofotes. Preferiu o anonimato à celebridade e viveu com discrição em sua cidade natal. Sua reclusão gerou mistério. Mas ela mesma explicou: já tinha dito o que precisava — não repetiria. Para ela, a literatura bastava por si só. Assim, décadas depois, em 2015, surgiu “Vá, Coloque um Vigia”, obra escrita antes do clássico, mas engavetada por anos. O livro dividiu opiniões e causou polêmica.
Nele, um Atticus mais velho e conservador surpreende a filha Scout e o leitor. O herói justo parecia ter mudado — ou se revelado. A publicação reacendeu o interesse por Lee e por sua visão sobre os Estados Unidos. No entanto, também levantou suspeitas sobre sua autorização. Nos últimos anos de vida, Lee viveu em um asilo, após sofrer um derrame. Sua saúde frágil aumentou as dúvidas sobre a decisão de publicar.
Mesmo assim, seu impacto permaneceu intacto. Recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade e a Medalha Nacional de Artes, entre outras honrarias. Harper Lee faleceu em 19 de fevereiro de 2016, aos 89 anos, cercada por sua cidade natal e pela admiração de milhões de leitores. Seu legado, sobretudo, continua vivo. “O Sol é Para Todos” ainda ressoa como um símbolo de coragem, empatia e resistência frente à intolerância. Através de sua escrita simples e poderosa, Harper Lee ensinou que a literatura pode transformar consciências e, com isso, mudar o mundo.
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