Os custos crescentes de criação de jogos e o aumento das taxas de juros explicam a onda de Layoffs no setor de jogos. Nos primeiros dois meses do ano, empresas de jogos planejaram demitir mais de 8.000 funcionários. Esse número marca uma mudança significativa em relação à expansão rápida do setor durante e após a pandemia.
Surpreendentemente, a Electronic Arts anunciou recentemente uma redução de 5% em sua força de trabalho, equivalente a cerca de 670 pessoas. Logo antes, a Sony Interactive Entertainment revelou planos para cortar 900 empregos em sua divisão de jogos, um layoff inesperado.
Então, o que está acontecendo? Os motivos para os Layoffs variam entre as empresas. Por exemplo, a expansão excessiva desencadeou alguns cortes. A Embracer Group, uma empresa sueca, adicionou mais de 100 empresas ao seu portfólio desde 2017. Atualmente, está vendendo ativos e demitindo funcionários após uma parceria estratégica de $2 bilhões com o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita desmoronar. A empresa despediu quase 1.400 pessoas desde junho e cancelou mais de duas dúzias de projetos.
Outras empresas enfrentam as consequências de erros estratégicos. A Unity Software demitiu 1.800 funcionários em janeiro após uma reação negativa a um novo modelo de preços. Como resultado, a empresa teve que reverter a decisão e reorganizar.
Além disso, o aumento dos custos de produção pressiona o setor. Antes da pandemia, um título AAA custava entre $50 e $150 milhões para desenvolver. Hoje, esses custos saltaram para mais de $200 milhões, e os gastos com marketing podem dobrar esse valor.
Layoffs em várias plataformas
A indústria também enfrenta uma desaceleração no meio do ciclo dos consoles. Jogadores hardcore já possuem os consoles da geração atual, enquanto os casuais aguardam cortes de preço. A pandemia atrasou lançamentos aguardados, como Grand Theft Auto VI, até o próximo ano. A Sony não terá grandes lançamentos de jogos de primeira parte em 2024.
Com menos disposição para assumir dívidas, as empresas públicas e privadas veem as demissões como inevitáveis. Assim, a pressão dos acionistas por crescimento muitas vezes leva a cortes de custos.
Espera-se que essa tendência de demissões e reestruturações corporativas continue nos próximos meses. Até agora, várias empresas notáveis anunciaram demissões este ano, incluindo Unity Software (1.800), Twitch (500), Playtika (300-400), Riot Games (530), Microsoft (1.900), Eidos-Montreal (97), Sega (61), Sony (900) e Electronic Arts (670).
Além disso, a pressão para inovar nunca foi tão intensa. Desenvolvedoras lutam para superar as expectativas em um mercado saturado. Novas tecnologias, como a realidade aumentada e virtual, exigem investimentos pesados. Mas, com orçamentos estourando, encontrar o equilíbrio entre inovação e viabilidade financeira torna-se um desafio monumental.
Por fim, a indústria de jogos enfrenta um momento decisivo. Empresas que se adaptarem rapidamente às mudanças econômicas e às demandas dos consumidores podem sobreviver e prosperar. Aquelas que falharem em ajustar suas estratégias correm o risco de ficar para trás. A era de crescimento explosivo pode ter acabado, mas a busca por soluções criativas e sustentáveis está apenas começando.