A escritora e roteirista Luiza Conde fala sobre o tempo e a morte em “Relógios Partidos”. Com uma narrativa que mistura terror e literatura fantástica, ela aborda, em 12 contos, os principais medos que cercam a humanidade: envelhecer, errar, morrer, viver, entre outros. A Editora Letrux é responsável pela publicação.

Em “Relógios Partidos” o leitor encontra maldições pregadas na parede, um ônibus para lugar nenhum, um metrô infinito, assim como amigos monstruosos. O livro é dividido em três partes: “Tempos que foram”, “Tempos que são”, “Tempos que podem ser”. Os capítulos remetem ao passado, presente e futuro, respectivamente.

Luiza Conde sempre foi fascinada pela ideia do tempo. Viagens no tempo e toda a complexidade que essa ideia carrega: “Acho incrível que consigamos dar formas ao futuro, algo que ainda não existe”, explica, justificando a temática escolhida. “E que tenhamos um passado coletivo compartilhado que nos impacta mesmo que não o tenhamos vivido.” 

Sessão de autógrafos na Flip 2024

O lançamento de “Relógios Partidos” é um dos destaques da Festa Literária Internacional de Paraty. Luiza Conde realiza uma sessão de autógrafos no dia 10 de outubro. Desse modo, os leitores poderão prestigiar a estreia da autora no mundo da literatura fantástica. O evento acontece no espaço para autores independentes, promovido pela feira, às 14h.

Sobre a autora

Para escrever “Relógios Partidos” a autora se inspirou em Lygia Fagundes Telles, Socorro Acioli, Silvina Ocampo e Mariana Enriquez. Todas têm em comum o diálogo com o terror e o insólito. 

O livro nasceu após uma oficina de escrita de contos ministrada por Leonardo Villa-Forte. Infelizmente, a autora perdeu o pai e a mãe enquanto escrevia o livro. Dessa forma, essas reflexões sobre o tempo e a morte fazem parte do processo de escrita.

Luiza Conde nasceu no Rio de Janeiro em 1989. Formada em Letras (português e russo) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e trabalhou no mercado editorial durante dez anos. 

A ideia de ser escritora veio aos 13 anos, após ler “Crime e Castigo” de Fiódor Dostoiévski. Após deixar o mercado editorial, tornou-se roteirista e trabalhou nas séries “Sem filtro” (Netflix), “Vai que cola” (Multishow) e “Detetives do prédio azul” (Gloob). Além disso, é coautora do filme “Jogada Ensaiada” vencedor do Prêmio Cabíria, em 2021.

Luiza deve começar a escrever seu primeiro romance, “A Hóspede” em breve, assim como uma nova coletânea de contos fantásticos. Sua primeira peça de teatro, “Memórias da superfície”, estreia em 2025. A peça é uma sátira sobre influenciadores e nossa relação com as redes sociais.