Adelmo Marcos Rossi, psicólogo e pesquisador sobre narcisismo, revela que as obras de Machado de Assis possui diversas teorias de Sigmund Freud. Como é explicado na obra ‘O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo’.
Para os apreciadores da literatura machadiana, o autor fluminense, com humor e ironia, analisou com afinco a sociedade, além das emoções humanas e a complexidade da mente. No entanto, Assis, que era autodidata, talvez nunca imaginaria também ser um dos precursores da psicanálise de Freud. É o que explica Rossi, com o seu mais novo livro.
O Imortal Machado de Assis mergulha na obra do escritor de ‘Dom Casmurro’ e apresenta quais conceitos da psicanálise o Bruxo do Cosme Velho se apoiou. Adelmo Marcos Rossi afirma que Assis trabalhou com os conceitos de narcisismo (sendo um elemento central das suas obras) e “a cura pela fala”.
Enquanto Freud queria alcançar “a imortalidade do Eu” (O Narcisismo, 1914), como criador de uma nova ciência, incluindo tardiamente o Narcisismo na psicanálise, Machado havia percebido o Narcisismo estrutural tomando-o como ponto de partida. Freud dirá que a literatura – a arte das palavras – era superior à ciência na busca de desvendar os mistérios da alma humana, e Machado tinha essa compreensão sem ter lido a obra de Freud.
(O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo, p. 14)
A obra possui 24 capítulos independentes, onde Adelmo Marcos Rossi consegue apresentar como Machado de Assis criou uma psicologia literária, através da ficção, enquanto que Sigmund Freud atuou na área da ciência. Desse modo, a pesquisa literária e filosófica se unem nesse livro.
Sobre o autor
Adelmo Marcos Rossi é Engenheiro, Psicólogo e Mestre em Filosofia, que se dedica a quase 15 anos de estudo da psicanálise. Ele fundou o Grupo de Pesquisa do Narcisismo. Rossi é conhecido por suas fortes opiniões a respeito do narcisismo.
Além de ‘O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo’, ele escreveu ‘A Cruel Filosofia do Narcisismo – Uma Interpretação do Sonho de Freud’ (2021). Nesse livro, o autor questiona o fato de que, em 2500 anos de filosofia, ainda não há uma obra filosófica sobre a Filosofia do Narcisismo, ainda que o Narciscismo seja tema central da subjetividade.