Com a segunda derrota em séries “melhor de 3”, dessa vez para a PSG Talon, a LOUD foi eliminada do MSI 2023. Até aí, tudo bem, eliminações acontecem, mas aquele gostinho de nunca ter chegado à uma fase de grupos dos torneios internacionais mais importantes de League Of Legends… Ah, esse é difícil de engolir.

Pela segunda vez consecutiva, a LOUD é a equipe que nos representa no cenário internacional da modalidade, e eu confesso que em ambas tive esperanças, como nunca antes. Sei que esse papo é batido, todo ano a mesma história, e todo ano o mesmo final. Mas a LOUD tinha algo de diferente, uma sinergia interessante, uma torcida incendiada pelas finais humilhantes frente à PaiN Gaming, bons jogadores… O que será que deu errado?

Tela de derrota do jogo League of Legends

Por que não chegamos lá?

A verdade é que não existe um motivo específico, alguns passam horas tentando explicar o inexplicável. Ao meu ver, as vezes só é preciso aceitar que tem gente melhor por aí. Mas não se engane, isso não quer dizer se acomodar, e nem que chegar mais longe é algo impossível. Por aqui, os investimentos mais pesados têm se intensificado há relativamente pouco tempo, principalmente quando comparados a regiões como América do Norte e Europa. Fluxo e Los Grandes são exemplos de organizações que estão há pouco tempo no cenário competitivo de LOL, mas que chegaram com fortes investimentos e equipes competitivas em seus primeiros splits.

É claro, investimento em jogadores estrangeiros não basta. Para alcançar o sucesso, é necessário mostrar dedicação, paixão, força de vontade, etc. E cá entre nós, isso nós brasileiros temos de sobra. Mas então, se temos investimento (ainda baixo, mas existe), vontade, dedicação e tudo que podemos ter, o que falta? E a resposta é simples:

NÃO SEI!

Ninguém sabe, na verdade. Pois se soubessem, já teriam resolvido o problema. Não podemos esquecer que as outras equipes também são muito fortes e não chegaram aos palcos internacionais à toa. Os investimentos, as moradias, toda a rotina de jogadores coreanos, chineses e europeus, por exemplo, é algo que ainda não é nossa realidade.

Ainda existe um sonho após uma derrota?

Sei que pode parecer contraditório falar que temos tudo quando lá fora eles têm muito mais, mas as coisas acontecem no seu tempo. Tivemos grandes momentos do League of Legends brasileiro em palcos internacionais: a aula de Lee Sin que o Revolta deu com a INTZ contra a chinesa Edward Gaming (EDG) em 2016; a vitória avassaladora da Red Canids contra a PSG Talon no MSI 2022, ou até mesmo a recente vitória da LOUD contra a Fnatic no último Worlds. Todas foram chamas de esperança que para muitos se apagaram, mas para mim é o que mantém o sonho vivo. Não dá para ser campeão de cara, assim do nada, existe todo um processo pelo qual estamos passando, e iremos continuar pelos próximos anos.

Não espere uma equipe brasileira campeã mundial nos próximos anos, não vai acontecer. Ainda temos caminhos a trilhar, talentos a revelar e muita história para percorrer. Contudo, siga apoiando! Como no próprio jogo, um time sem suporte não funciona, certo?

Estamos mal-acostumados com destaque em outros e-sports? Talvez.

Gostaríamos de um olhar mais especial para o cenário brasileiro de LOL? Com certeza!

Mas enquanto não temos, vamos aproveitar o que nos é ofertado. O engajamento em redes sociais, com outras organizações, jogadores e influenciadores é algo que me alegra. É divertido ver as organizações chinesas, norte-americanas e europeias entrando na onda dos brasileiros, esses são pelo menos os refrescos após mais uma dolorida derrota.

Enquanto continuamos pelo caminho, vamos continuar apoiando, quem sabe um dia a gente não chega lá?