Estreou em 18 de outubro, na Prime Vídeo, o filme “Maníaco do Parque“, e apesar da história ser vendida como True Crime, existem muitas diferenças entre realidade e roteiro. Assim, como muitas obras de ficção baseadas em fatos, passa por muitas alterações em nome da liberdade o cinema permite.
No entanto, o longa, consegue trazer em cena marcas que fizeram do caso, algo como um espetáculo, devido à atenção midiática e o clamor público para um desfecho. O que acabou por gerar também muito sensacionalismo, virando foco em diversos programas televisivos da época.
Por isso, o GeekPop News vai mostrar mais sobre a história de Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, e sobre suas vítimas, aquilo mostrado no filme, e também o que ficou de fora.
O criminoso – Francisco de Assis Pereira
Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como Maníaco do Parque, a época trabalhava como motoboy na cidade de São Paulo, além de ser conhecido por sua habilidade em andar de patins. Dessa forma, o criminoso conhecia bem os arredores da cidade, o que facilitou para que encontrasse suas vítimas.
Entre 1997 e 1998 o Estado de São Paulo recebeu denúncia de desaparecimento de mulheres, na região da Zona Sul da capital. Além dos desaparecimentos, também foram encontrados corpos, no Parque do Estado, local que o criminoso conhecia bem, e para onde atraia as vítimas. Isso com o pretexto de ser um fotógrafo profissional e convidava as mulheres para fazerem foto, as levando para o parque, onde cometia os assassinatos.
Seus crimes envolviam 7 assassinatos e 10 abusos contra mulheres que ao escaparem com vida, fizeram um retrato falado do homem, iniciando a busca pelo assassino.
Maníaco do Parque: Realidade X Ficção
Em Maníaco do Parque, narra a história dos crimes, mas com algumas liberdades que acabam acrescentando personagens e informações para que a narrativa faça mais sentindo. No entanto, mesmo com essa liberdade, muito do retratado no filme da Prime Vídeo aconteceu, com leves modificações.
Por exemplo, no filme, Elena (Giovanna Grigio), uma jornalista, que intercepta uma mensagem entregue para outro repórter. Assim acaba indo ao local onde encontram os corpos das vítimas. Primeiro ponto, no filme quem encontra um dos corpos é um senhor que entra na mata para pegar uma pipa. Já no caso quem encontra os corpos, na realidade foi um garoto.
Na realidade, após encontrarem 6 corpos, no Parque, o caso se torna midiático, levando a conhecimento público os crimes do maníaco. No filme, Elena também nomeia o criminoso como Maníaco do Parque. Na época o nome escolhido devido ao local onde ocorreram os crimes e os corpos foram encontrados.
Segundo ponto, no longa Elena quem descobre a identidade de Francisco, após saber que pessoas patinavam na região. Então, ao ter conhecimento que a prima de uma das vítimas conversou com o homem por telefone, a jornalista pede para a moça tentar reconhecer a voz do criminoso em vídeo.
Apesar de algumas diferenças, tanto a fuga de Francisco e a sua captura aconteceram de maneira similar ao retratado no filme. Assim, como a vítima que leva ao descobrimento dos crimes, na cena da fuga, quando Silvero Pereira, que interpreta o criminoso, queima e joga documentos na privada, na realidade a polícia encontrou documentos deixamos por ele, quando foge do local de trabalho.
A captura também acontece como no longa, quando um pescador reconhece o motoboy, após ver seu retrato falado e denuncia sua localização para a polícia. No entanto, no filme para melhor dramatização, o assassino estava hospedado na casa do pescador. E durante a cena do pescador reconhecendo seu rosto, ele inicia um possível ataque contra a esposa do personagem.
Elena não é um personagem real
Algo que pode gerar curiosidade, no público, a personagem não existia na vida real, mas ela representa as mulheres, que na época não tinham muita voz. Dessa forma, ela mantém o destaque na figura da mulher, assim como dando voz as vítimas.
No filme, a trama envolvendo a personagem, aborda o machismo da sociedade, e Elena luta contra isso de diversas formas, mostrando sua capacidade como repórter, mas também indagando qual a importância da vítima, já que em um diálogo, o personagem de Marcos Pitombo, editor do jornal, Notícias Populares, diz que para uma matéria deve se perguntar, o que a mulher fez para que aquilo acontecesse.
O que deixa claro, um pensamento impregnado ainda hoje, que a vítima tem responsabilidade pela violência que sofre. Por isso, Elena acaba sendo uma heroína, principalmente, pelo embate direto, com o criminoso.
Outra curiosidade, o filme recria o famoso NP – Notícias Populares, jornal famoso na época, por suas manchetes sensacionalistas. Maníaco do Parque também traz reflexão do sensacionalismo, mostrando em imagens reais, e recriando alguns programas populares na década de 90. Com o caso abordado, diariamente contribuiu para que tanto a polícia quanto a população se engajasse, em encontrar o foragido.
O caso atualmente
Francisco de Assis Pereira recebeu a condenação de 268 anos de prisão, por seus crimes em juri. No entanto, a lei brasileira, mantém os criminosos em prisão até no mínimo 30 anos. A informação mais recente revela a possibilidade do maníaco receber liberdade em 2028.
“Maníaco do Parque” está disponível na Prime Vídeo, e além do filme, será lançado um documentário sobre o caso também na plataforma.
Confira o trailer:
Por fim, se quiser conhecer mais sobre o caso que impactou o país e marcou a história criminal, o autor Ulisses Campbell lanço o livro, “Francisco de Assis, O Maníaco do Parque”
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