O Manuscrito Voynich, conhecido como O Livro Que Não Pode Ser Lido ou O Livro Que Ninguém Consegue Ler, é um artefato muito antigo, extremamente estranho e indecifrado. Sua escrita, segundo estudiosos, data do século XV, aproximadamente no ano de 1420. O Manuscrito ficou famoso pois se trata de um livro que absolutamente ninguém conseguiu traduzir e muito menos se sabe sobre quem o escreveu.
Durante toda a nossa construção social (como é registrado em vários momentos no livro “Homo Sapiens – Uma Breve História Sobre a Humanidade”), nos deparamos com diversos marcos históricos, que podem ser registros à mão produzidos por nossos ancestrais. Elementos como escritas, desenhos e objetos que marcaram um tempo, uma era. Alguns desses elementos conseguimos entender, traduzir e utilizar como provas do que a história relata e estuda nos dias atuais, sobre o que um dia foi a humanidade. Outros são um mistério, como a construção das pirâmides e o Manuscrito Voynich, O Livro Que Ninguém Consegue Ler.
A história sobre o Manuscrito Voynich, que se inicia nas mais de 200 páginas existentes nele, é um mistério até hoje. O livro está localizado atualmente na Universidade Yale, nos EUA, na Biblioteca Beinecke de Livros e Manuscritos Raros, onde ainda é estudado por historiadores e pela ciência. Além da escrita não traduzida, o livro mais misterioso do mundo conta com desenhos feitos à mão, com ilustrações fantasiosas e fora da realidade. Os estudiosos apontam que o material utilizado como tinta é de fato apropriado para a época em que se acredita que o livro foi escrito.
No Manuscrito Voynich encontram-se desenhos de mulheres se banhando, plantas em formas estranhas e fora do comum, referências que lembram a astrologia, entre outros detalhes. Acredita-se que os registros também possam ser um outro marco da época, pois na idade média os registros em desenhos eram fora do normal, de uma forma pouco realista.
Mas de onde surgiu o nome “Voynich”?
O nome é uma referência a Wilfrid Voynich (1865 – 1930), o homem que descobriu o livro. Apesar de não se saber quem foi que escreveu o manuscrito, há registros na história, de pessoas que tiveram contato e ficaram marcadas como quem tentou traduzi-lo.
Wilfrid trabalhava com antiquarismo, com a compra e venda de objetos antigos, raros e valiosos. Ele comprou o livro em 1912, de um padre jesuíta e buscou ajuda de criptógrafos da época para tentar traduzi-lo, pois naquele momento o livro já podia ser considerado um registro antigo. Todos tentaram desvendar o mistério, porém, nada conseguiram. Wilfrid Voynich tentou traduzir o manuscrito até o fim de sua vida.
A escrita enigmática tem diversas possibilidades que levanta questões até os dias atuais. Há quem diga que ele foi escrito por alquimistas, pensando que o livro tem diversas imagens que remetem à poções e aspectos de cura, e também porque os alquimistas costumavam deixar os registros que faziam de suas descobertas e tentativas de maneira que poucos conseguissem entender do que se tratavam as anotações. É importante ressaltar também que como foi escrito aproximadamente no século XV, para o padrão da realidade das pessoas naquela época, não se havia um conceito concreto sobre ciência. Não se separava a ciência natural e o que era considerado como magia.
Há quem diga, que o manuscrito é falso e foi feito para enganar as pessoas, mas levantam um contraponto nesse aspecto porque estudiosos que foram mais a fundo sobre a escrita, notaram que existem elementos dos quais podemos chamar de palavras ou códigos nas páginas, que a maneira que estão colocadas no papel, a forma que cada palavra foi escrita, tem conjuntos de letras, padrões de uma escrita que podem até ser sílabas.
Também existem teorias de que foram escritos por criaturas de outros mundos. Teorias com ETs, demônios e o que mais a imaginação de cada um permite fazer sentido.
Há a teoria de informações secretas dentro do manuscrito, de que quem o criou, não queria que ninguém lesse. E um ponto importante, um questionamento partindo disso é: o livro foi escrito em uma época em que a inquisição era uma realidade. A caça às bruxas e o julgamento de ideias contraditórias ao poder da igreja católica, que soassem como demoníacas, era o que poderia resultar em ser caçado, torturado e/ou morto.
Os historiadores dividiram o livro em cinco seções:
A primeira é a botânica, com ilustrações de várias plantas. Algumas que conhecemos e outras que parecem ter vindo de um sonho;
A segunda seção é a de astronomia ou astrologia, com ilustrações de estrelas, constelações e calendários diferentes;
A terceira seção é a biológica, com desenhos que representam a figura humana, com grande parte delas sendo de desenhos de mulheres se banhando em lugares naturais e locais estranhos e não identificados também;
A quarta seção é a medicinal, com ilustrações de frascos, ampolas, plantas e raízes. As imagens lembram elementos da alquimia. O que parece ser uma parte do livro destinada a criação de poções e/ou remédios.
A quinta e última seção é marcada pela escrita completa, ou seja, é uma parte do livro que não tem desenhos, exceto algumas estrelas pequenas desenhadas nas extremidades de algumas páginas, o que se parece como uma forma de marcações.
Fotos: Reprodução Manuscrito Voynich
Um livro de aproximadamente 600 anos, que estudiosos ainda buscam decifrar o conteúdo oculto para o contexto histórico.
Sistemas evoluídos de tradução já foram utilizados para tentar traduzir, mas nem uma frase foi descoberta, além de várias pessoas que disseram ter conseguido traduzir, mas que foram desmascaradas por cientistas e historiadores entendidos do assunto.
E esse é o Livro Que Ninguém Consegue Ler. Mas e você, o que pensa sobre isso? Qual a teoria que mais faz sentido para você?