Após duas décadas, A Ressurreição de Cristo chega dividida em dois filmes e com ambição de ser ainda mais histórica, profunda e controversa

Duas décadas depois de chocar o mundo com A Paixão de Cristo (2004), Mel Gibson está pronto para retornar ao épico bíblico que redefiniu sua carreira, e a forma como o cinema retrata a fé cristã.

Agora sob o título oficial A Ressurreição de Cristo, a aguardada sequência será lançada em duas partes, com datas estratégicas. A primeira prevista para a Sexta-feira Santa de 2027 (26 de março) e a segunda no Dia da Ascensão (6 de maio), 40 dias depois. A produção é da Lionsgate, com distribuição nos cinemas.

Em entrevista ao podcast de Joe Rogan, Gibson revelou que o roteiro levou mais de seis anos para ser concluído. O trabalho contou com a colaboração do roteirista Randall Wallace (Coração Valente) e do irmão do cineasta.

“É uma história não linear”, explicou Gibson. “Queríamos mostrar o impacto real da ressurreição e por que os apóstolos estavam dispostos a morrer por essa verdade.”

Novidades sobre a continuação de A Paixão de Cristo
Jim Caviezel como Jesus Cristo em A Paixão de Cristo | Crédito: Twentieth Century Fox/Divulgação

Sequência de A Paixão de Cristo será menos brutal

Diferente do primeiro filme, marcado pela violência gráfica e pelo sucesso estrondoso (US$ 610 milhões de bilheteria mundial com orçamento de apenas US$ 30 milhões), a sequência promete uma abordagem menos brutal e mais espiritual, focada nos eventos sobrenaturais e humanos que sucedem a crucificação.

Com Jim Caviezel de volta ao papel de Jesus de Nazaré, A Ressurreição de Cristo mergulha no impacto da ressurreição nos apóstolos e nos desdobramentos que mudaram o curso do cristianismo.

Gibson afirma ter buscado o máximo de precisão histórica e teológica, consultando acadêmicos, teólogos e arqueólogos para tornar o novo filme mais fiel aos relatos bíblicos do que o original.

O diretor, que já recebeu críticas e controvérsias ao longo da carreira, dentro e fora das telas, descreveu os roteiros como “uma viagem de ácido”. A afirmação sugere uma narrativa ousada, visionária e, talvez, provocativa como nunca se viu antes no gênero.

A ideia é que o filme vá além de reconstituir os evangelhos. A proposta é apresentar uma experiência transcendental para os fiéis e um espetáculo cinematográfico para o público em geral.

A Ressurreição de Cristo – Mel Gibson prepara retorno ambicioso

Apesar do recente fracasso de bilheteria com Ameaça no Ar, Gibson ainda ostenta um currículo de respeito, com filmes como Coração Valente, Até o Último Homem e Apocalypto no portfólio.

Com A Ressurreição de Cristo, ele busca não apenas retomar o sucesso de sua obra mais comentada, mas também entregar uma resposta cinematográfica às críticas recebidas por A Paixão de Cristo, acusado de imprecisões históricas e excesso de violência.

Enquanto a produção avança rumo às filmagens em 2025, o hype está mais do que aceso. Será que a sequência conseguirá superar seu próprio mito, e fazer história mais uma vez nas telonas?

Imagem de capa: Newmarket Releasing/Cortesia E