Vamos falar sério agora. Poucas coisas no mundo são tão boas quanto um livro de romance bem escrito e é isso que a Casey McQuiston, alcança. Vermelho, Branco e Sangue Azul foi um dos meus livros favoritos de 2021 e consigo me imaginar relendo ele várias vezes no futuro. Com uma mistura de romance, família, política e amizade, o livro navega entre temas de uma maneira muito fluida e completa. Absurdamente genial.

Sobre a história

A trama, mesmo não sendo em primeira pessoa, acompanha os passos de Alex, filho da primeira presidente mulher dos Estados Unidos. Além disso, ele possuiu duas nacionalidades, estadunidense e mexicano, o que é um ponto positivo ao meu ver. Buscando uma carreira política assim como a mãe, o menino que também é queridinho da mídia, conta com um talento natural para as relações sociais e políticas. Isto é, menos quando se trata de um assunto: seu arqui-inimigo Henry, o príncipe da Inglaterra (que é extremamente lindo!).

Quando um acidente envolvendo um casamento e um bolo ameaça planos governamentais, a presidenta e a coroa tomam uma decisão em conjunto, fazer com que os dois virem melhores amigos aos olhos do público. Para a infelicidade de Alex – e para a minha alegria -, é assim que a história começa a fluir. Henry além de ser lindo, perfeito e literalmente um príncipe, ele é homem homossexual. Contudo, precisa esconder por conta do seu sangue azul. Os dois, além de se tornarem super amigos, têm algo em comum…. Se vocês ainda não entenderam o que está acontecendo, o livro é um romance clichê LGBTQIA+!

O Alex é meu personagem favorito, principalmente porque me vejo muito presente nele. Carismático, engraçado e fofoqueiro, é fácil torcer pra ele. Ainda, um ponto que eu preciso chamar a atenção são os personagens secundários que roubam a cena. O trio casa branca, composto por Alex, sua irmã June e sua melhor amiga Nora, não deixam a história cair em monotonia. Já no lado família real temos a princesa e irmã de Henry, Bea, e seu melhor amigo Pez. A parte mais legal deles é a forma que as personagens femininas foram escritas. Mesmo elas não sendo o foco principal da narrativa, todas elas possuem personalidade e identidade – o que é muito, quando pensamos em outros sucessos literários.

Foto: Divulgação/Amazon

Minha opinião

Vermelho, Branco e Sangue Azul é a mistura de tudo que eu amo em uma história. Mais do que um livro de romance fofinho com “enemies to lovers” a história discute problemas reais como, por exemplo, a homofobia e xenofobia. Em contrapartida, por serem figuras públicas, Alex e Henry precisam manter seu relacionamento em segredo, o que dá um toque a mais na relação entre os dois. Sinceramente, achei muito fofo a preocupação dos dois e admito que me peguei apreensiva com eles. Ainda, o contexto de eleição governamental como pano de fundo, faz a história ser ainda mais real e com dificuldades palpáveis visto que, para se reeleger, a mãe de Alex precisa ganhar as eleições no Texas – seu estado natal – que não é conhecido por ser o mais liberal, então o medo de que a relação entre os dois interfira no resultado, é presente.


Com merecidíssimas 5 estrelas, Casey McQuinston se consagra como uma autora para ficar de olho. A linguagem simples, o romance clichê e a mensagem de amizade por trás transformam Vermelho, Branco e Sangue Azul a minha ‘go-to’ indicação para amigas. Mesmo que não seja um dos livros mais complexos que eu já li, cumpre bem a sua função de divertir e explicar situações do mundo real em um universo fictício. Se você está procurando uma leitura agradável em um sol de verão, ou em um dia nublado do inverno, esse livro é para você. Por fim, pra você que já leu ou precisa de um empurrãozinho a mais, lembre-se que os direitos do livro foram comprados e ele vai virar uma adaptação cinematográfica em breve.