Nimona: um filme que enaltece a cultura LGBTQIA+

“Nimona“ é um filme de animação baseado na graphic novel de mesmo nome, escrita por Noelle Stevenson. Além de ser uma história muito divertida e emocionante, “Nimona” desempenha um papel fundamental ao trazer representatividade para a cultura LGBTQIA+. Seja em seu elenco de vozes ou nas metáforas exploradas durante o filme, esta obra se destaca por sua abordagem inclusiva.

A trama de “Nimona” gira em torno de uma garota chamada Nimona, que possui a habilidade de se transformar em qualquer coisa que desejar. Ela se junta ao Ballister Blackheart, para provar a inocência do cavaleiro em relação a uma acusação injusta de um crime. A jornada de Nimona traz reflexões sobre identidade e estereótipos. Especialmente quando ela se recusa a se encaixar em uma definição específica, respondendo simplesmente com “eu sou Nimona” quando questionada sobre quem ela é.

Contexto social de Nimona

A sociedade retratada no filme é conservadora e teme as habilidades de Nimona. Eles enxergam a garota como algo monstruoso, por conta da sua habilidade de ser transformar em quem ela quiser. Essa metáfora reflete a luta diária enfrentada por pessoas trans, com questionamentos e dúvidas sobre sua existência e uma perseguição por parte de uma sociedade que não aceita o diferente. A personagem da Diretora exemplifica essa sociedade, mantendo-se firme na manutenção do que ela considera como normalidade e padrão, mesmo diante das mudanças desejadas pelos outros personagens.

Outro aspecto interessante do filme é o relacionamento entre Ballister Blackheart e Sir Ambrosius Goldenloin, que retrata de forma autêntica e respeitosa. O casal enfrenta o questionamento de Ballister provar sua inocência, mas o filme vai além das lutas contra a homofobia ao mostrar um relacionamento gay como algo comum e não necessariamente vinculado a uma grande jornada de combate à discriminação. Nimona busca problematizar questões, mas também naturalizar outras, contribuindo para a humanização da homossexualidade.

Além de transmitir mensagens poderosas de aceitação e inclusão, “Nimona” promove a ideia de que todos merecem ser amados e aceitos como são. Desse modo, a representação positiva de personagens LGBTQIA+, contribui para a criação de um ambiente mais inclusivo na cultura, combatendo a discriminação.

“Nimona” é mais do que apenas um filme de animação; é uma obra que promove a compreensão, a empatia e a aceitação, inspirando uma sociedade mais inclusiva e respeitosa para todos. Com uma história envolvente, personagens autênticos e uma abordagem que quebra estereótipos, “Nimona” se torna um marco na representatividade LGBTQIA+ na cultura.

Elenco

O elenco de vozes do filme é repleto de representatividade. RuPaul, uma figura extremamente relevante no cenário LGBTQIA+, em especial na comunidade drag, faz parte do elenco, assim como Chloë Grace Moretz, que mantém um relacionamento com a modelo Kate Harrison há mais de 5 anos. Eugene Lee Yang é conhecido por seu trabalho com várias instituições de caridade de defesa dos direitos humanos e LGBTQIA+, enquanto Indya Moore se tornou a primeira pessoa transgênero a ser destaque na capa da versão americana da revista Elle e se destacou em sua performance na série “Pose”. A criadora dos quadrinhos, ND Stevenson, é casada com a cartunista Molly Ostertag. Disponível na Netflix, esse filme é um convite para refletir sobre a importância da diversidade e celebrar a singularidade de cada indivíduo.