Premiações recentes e movimentação das comunidades prometem um TGA muito esperado e cheio de surpresas

O clima ao redor do The Game Awards 2025 está diferente do habitual e isso ficou ainda mais evidente depois da vitória de Donkey Kong Bananza como melhor jogo pelos Críticos no Joystick Awards. A escolha inesperada reorganizou as conversas na comunidade e abriu espaço para a possibilidade de um resultado menos previsível no GOTY deste ano. Em um ciclo que parecia dominado por um favorito quase incontestável, a mudança repentina de temperatura crítica mostra que a disputa pode estar mais viva do que se imaginava.

O ponto central é que Donkey Kong Bananza não estava exatamente na linha de frente das apostas. O jogo vinha sendo bem recebido, claro, mas não figurava entre os títulos mais comentados do ano no nível das grandes produções que moldaram a narrativa de 2025. A vitória no Joystick Awards, porém, não pode ser ignorada. Embora não determine diretamente o resultado do TGA, ela altera o humor do momento e abre precedentes. Críticos influenciam tendências e sensações gerais, e esse movimento coloca Bananza em um novo patamar de legitimidade dentro do circuito pré-premiação.

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Créditos: Divulgação Nintendo

Ao mesmo tempo, existe o peso histórico do próprio TGA. A premiação tende a seguir certos padrões, especialmente quando um jogo lidera em número de indicações e atravessa o ano com aclamação intensa e contínua. Neste caso, Clair Obscur: Expedition 33 chega como a força dominante, detendo recorde de nomeações e carregando uma trajetória praticamente sem oscilações. Na maior parte dos anos, isso seria suficiente para encerrar qualquer debate antes mesmo da cerimônia começar.

Chuva de favoritos

Apesar disso, a questão é que 2025 não tem se comportado como um ano típico. O cenário está repleto de expectativas acumuladas, lançamentos aguardados por anos, sequências que carregam peso emocional e jogos que mobilizam comunidades inteiras. Hollow Knight: Silksong quebrou ciclos de espera quase míticos com um jogo incrivelmente viciante (de novo). Death Stranding 2 reacendeu debates sobre estilo autoral e alcance emocional. Hades II evoluiu de forma exemplar a fórmula que redefiniu seu gênero. Kingdom Come: Deliverance II é simplesmente uma catedral. Cada um deles conquista parcela própria de expressão e fidelidade, gerando um ambiente incomum de dispersão de favoritismo.

É exatamente nessa conjuntura que um título como Donkey Kong Bananza pode ganhar espaço. Ele não reivindica profundidade narrativa complexa nem pretende competir na grandiosidade técnica dos concorrentes. Sua força está em outro lugar. O jogo é acessível, criativo e ritmado de maneira a agradar tanto jogadores casuais quanto públicos que acompanham a franquia há décadas. Essa combinação gera um tipo específico de simpatia crítica. É o tipo de jogo que não precisa quebrar paradigmas para ser percebido como uma das experiências mais consistentes do ano.

Quem vai ganhar?

É improvável que essa movimentação desmonte por completo o favoritismo de Expedition 33, mas ela certamente coloca um elemento novo em jogo. Quando críticos se unem em uma escolha inesperada, isso reverbera. Parte do júri do TGA pode encarar a escolha como uma provocação interessante. Outra parte pode perceber nela um sinal de que a experiência do ano não está restrita às produções mais ambiciosas, mas aos jogos que conseguem atingir públicos amplos com propostas bem executadas.

Mesmo assim, a pergunta central permanece: há espaço real para uma virada? Em termos proporcionais, sim. O TGA já viveu surpresas e já premiou jogos que, em retrospecto, não eram tidos como favoritos absolutos. O que determina o vencedor final raramente é apenas a soma de qualidades técnicas. Importa a percepção do momento, o impacto sentimental. Importa como o jogo se posiciona dentro do ano. Se 2025 ensinou algo até agora, é que previsibilidade talvez seja a única coisa que não cabe bem neste ciclo.

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Créditos: Divulgação Kepler Interactive

Com uma temporada tão fragmentada, tão marcada por extremos e expectativas, o GOTY de 2025 pode muito bem carregar uma surpresa. Donkey Kong Bananza talvez não esteja pronto para assumir a linha de frente, mas já provou que não pode ser tratado como coadjuvante. E se existe um ano em que uma surpresa pode acontecer no palco principal do The Game Awards, talvez seja exatamente este.

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Créditos da capa: Divulgação The Game Awards