Na última quinta-feira (15) tivemos a oportunidade de participar da coletiva de imprensa de “Os Ausentes”, a primeira série original brasileira da HBO Max. O evento ocorreu por meio de uma conferência online, e contou com a presença dos atores Maria Flor, Erom Cordeiro, Augusto Madeira e Flávia Garrafa, do criador da série Thiago Luciano, da diretora geral Caroline Fioratti, do diretor Raoni Rodrigues e das produtoras Mara Lobão e Silvia Fu Elias. Saiba mais sobre a produção e confira a seguir o que foi falado na coletiva.
“Os Ausentes” é uma série policial que acompanha a rotina de uma agência de investigações de pessoas desaparecidas. Após o sumiço de sua filha, o ex-delegado Raul Fagnani (Erom Cordeiro) decide abrir uma empresa chamada ‘Ausentes’, dedicada a investigar casos de pessoas que buscam os seus serviços para desvendar desaparecimentos. Quando a jovem com passado obscuro Maria Júlia (Maria Flor) aparece em sua agência e se junta à equipe de detetives, a dupla de protagonistas se encontra buscando pistas para resolver as missões de seus clientes, mas também para desvendar os mistérios que assolam suas próprias vidas.
Silvia Fu, produtora da série, abriu a coletiva divulgando alguns dados numéricos impressionantes referentes às produções: foram mais de cem atores, mil figurantes, mais de cem locações, e as filmagens ultrapassaram a marca de 800 horas de set para que a série pudesse ser concretizada. O elenco reforçou durante toda a conversa a importância da cidade de São Paulo como uma das grandes protagonistas no processo de criação da obra, que se passa no submundo da capital – que lidera as estatísticas de registros de desaparecimentos no país.
A produção possui formato procedural, ou seja: o telespectador acompanhará um novo caso a cada episódio. Além disso, o enredo também conta com uma trama fixa que se desenrola de maneira sequencial, de modo a dar continuidade a história dos personagens principais ao longo da série, que conta com 10 episódios ao todo em sua primeira temporada. Para o desenvolvimento do projeto, a produção contou com a ajuda do norte-americano Barry Schkolnick (Law and Order) que, segundo Thiago Luciano, foi fundamental para que encontrassem o equilíbrio ideal entre a história dos protagonistas e as missões contadas em cada episódio. “O Barry tem a mão do procedural. É muito difícil de fazer e ele foi muito importante, nos ajudando a avançar na história dos personagens principais ao mesmo tempo em que demos espaço para as tramas contadas em cada episódio. Ele nos ajudou muito”, contou o criador da série durante a coletiva.
Para além dos moldes técnicos da produção, a atriz Flávia Garrafa mencionou o importante papel da arte na função de levantar questões sociais e emocionais, criando um sentimento de identificação com o espectador e ajudando pessoas que vivem ou viveram algo parecido com o que é retratado nas obras. A produtora Mara Lobão ainda ressaltou que, assim como na vida real, nem todos os finais são felizes, e que dentre as variadas histórias retratadas nos diferentes episódios, isso também deveria ser levado em consideração.
Durante a sessão de perguntas, um dos jornalistas traçou um paralelo entre a obra fictícia e o caso real de Fernando, Lucas e Alexandre, os três garotos negros desaparecidos em Belford Roxo esse ano, e questionou se os casos de desaparecimento em “Os Ausentes” também teriam recortes sociais; ao que Silvia Fu respondeu afirmativamente. A produtora disse que ao longo do enredo a agência de Raul recebe, em sua maioria, casos de pessoas que não querem – ou não podem – contatar a polícia e as autoridades oficiais pelos mais diversos motivos, dentre eles, questões sociais como refugiados, imigrantes irregulares, e pessoas que por alguma razão não confiam na resolução que a polícia confere aos seus casos.
Erom Cordeiro comentou, em tom descontraído, que os atores não tiveram acesso ao roteiro dos episódios finais ao longo das gravações, e que isso os deixava curiosos para saber o desfecho do arco dos personagens principais que compreende a série inteira, tornando todo o processo mais estimulante.
Ao ser perguntada quanto às dificuldades de construir uma personagem feminina que assume o protagonismo em uma obra do gênero policial, Maria Flor confessou que “Os Ausentes” foi a primeira vez na qual ela entrou em contato com um universo tão pesado, e que se aproximar de sensações e sentimentos como aqueles foi muito difícil e tocante por se tratar de algo real, que acontece no Brasil. A atriz ainda disse que Maria Júlia é uma personagem muito cativante, e expôs sua satisfação em interpretar uma personagem feminina que se coloca em risco em um universo predominantemente masculino. “Quando a gente faz um papel feminino forte e real é muito gratificante”, completou sua colega de elenco, Flávia Garrafa.
Por fim, todos apresentaram boas expectativas para a estreia da série, que acontecerá no dia 22 de julho, quando todos os episódios da primeira temporada serão disponibilizados simultaneamente no catálogo da HBO Max em diversos países. Confira o trailer a seguir:
A série parece ser muito interessante e cheia de temas pertinentes. Parabéns!!!